Capítulo 3- O Homem do Autocarro

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Após eu entrar no autocarro o homem pediu para eu me sentar e este apresentou-se dizendo:
-Boa noite o meu nome é Emanuel e tu? Como te chamas? - disse ele sempre com um sorriso na cara, eu como os meus pais sempre me disseram para não confiar muito em estranhos eu decidi inventar um nome e disse a primeira coisa que me veio a cabeça:
-O meu no... nome é José. - disse eu tremendo, para o qual ele apenas sorriu e disse:
-É um prazer conhecer-te José.

Então seguimos viagem no seu autocarro em direcção aos primeiros raios solares, eu como criança que era estava a contar árvores para passar o tempo quando, após 37 árvores, Emanuel quebra o silêncio perguntando o porquê de eu estar sozinho na estrada durante a noite ao qual eu respondi contando a história de tudo oque tinha acontecido até aquele momento, talvez possa ter sido confuso por ser apenas uma criança a contar uma história, mas ele entendeu, após a conversa voltamos a cair no silêncio.

Após cerca 732 árvores, quando já era de dia, comecei a ver indícios de cidades e perguntei ao Emanuel onde é que nós estávamos e ele respondeu dizendo:
-Estamos a chegar ao final desta viagem, para dar começo à próxima. - minutos depois chegamos a um prédio de quatro andares de aparência envelhecida, como Emanuel iria vir a descrever, era um
orfanato e como ele disse "O melhor orfanato que conheço, este será o lugar onde terás a possibilidade de ter uma vida normal após a tragédia que te aconteceu".

Depois deste breve momento saiu um homem já de idade com os seus 60 anos que olhou para mim e Emanuel e iniciou uma conversa :
-Boas Emanuel, quem é este rapaz que vem aqui contigo?
-É o José, um rapaz que ficou recentemente órfão. - disse Emanuel que prosseguiu para contar a minha história ao que o homem já de idade respondeu:
-Dentro dessas condições o rapaz poderá ficar connosco, mas falando agora de outros assuntos, tens o produto de que te pedi? - Emanuel fez um sinal com a sua cabeça indicando que sim e em seguida retirou do porta bagagem do autocarro várias caixas de cartão com químicos que tinham um cheiro similar ao de produtos de limpeza, após esta troca Emanuel despediu se e seguiu viagem deixando me ali naquele orfanato, o homem acolheu me e mostrou me as instalações que pareciam envelhecidas e desgastadas, o homem então apresentou me ao meu novo quarto que continha um beliche, uma secretária e dois armários.
Mal sabia eu o que me esperava para o futuro.

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