CAIXA DE PANDORA

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Não julgueis frívolo
Meu novo pensamento
Mas agora, quando, à procura de versos
Veio-me à mente, a maldita caixa de Pandora
E não sei porque
Comparei-a ao coração do poeta

Creio que tenha sido porque lembrei-me
Das dores que o poeta sente
Ao não ser amado como ama
Ou porque, quando na solidão do escuro quarto
Não consegue esquecer a sua dama
Nem de imaginá-la na cama

E ao lembrar-me dessas dores
Vi através da janela,
Que a dama, desejo do poeta, também sofre
Por não saber que é amada
Nem que, ao lado, o poeta seu nome chama

Oh quanta dor!
Isso é culpa tua Pandora
O poeta sofre
A dama chora
O poeta espera ser amado
A dama espera um dia amar

E como consequência
Dá tua curiosidade, Pandora
É só isso que resta aos desolados jovens:
A esperança duvidosa

À dama digo que espere mais
Ao poeta que escreva
Escreva até não mais poder,
O amor que espera receber
Quem sabe, um dia, da sua mulher

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