Eu te vi partir
Eu vi você abrir aquela porta
Para libertar-se no mundo
E desprender-se de mim.
Cada um com sua cara de invulnerabilidade
Enquanto eu me mantinha firme por fora
Mas nós dois sabíamos o quanto estávamos desabando.
Suas lagrimas eram como a chuva de um deserto seco
Que abençoavam a alma
Mas não acalmaram o medo.
Eu senti e implorei para não partir
Mas ao levantar
E ao arrastar das cadeiras
Vi que realmente ia em bora.
E com aquela sensação de por-se fora
Você se pôs dentro ao meu abraço
Dizendo:
Não é um abandono
É só
Que eu não tenho cara para continuar.
E no virar de costas
Vendo cada um para seu lado
As magoas no sofá
O extase morto no quarto
A tristeza em todos os comodos em minha companhia.
E eu
Encolhido nos cantos
Cantando minhas magoas de mais uma partida
Mais uma morte
Que eu sofria.
Cantando sobre meu paraiso sombrio
E teu bater de asas para longe de mim:
"Amar você sempre
Não pode ser errado
Mesmo sem você aqui
Não vou seguir em frente
E não há remedio para lembranças
Seu rosto é como melodia
Não sairá da minha cabeça
Sua alma está me assombrando e me dizendo que está tudo bem
Mas eu queria estar morta"
Á parte final é um trecho da musica: Lana Del Rey - Dark Paradise
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Contos Poéticos
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