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" Tudo no seu tempo

Tão veloz por dentro

Em mim passa devagar

A me acertar"

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Areia – Sandy, Lucas Lima

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Abri os olhos. O teto branco não era o do meu quarto, as cenas da noite anterior me tomaram a mente e eu virei rapidamente na cama a encontrando vazia. Assustada me sentei na cama e não contive o grito ao ver o homem da noite anterior parado usando apenas uma calca preta de seda que caia baixa em seus quadris, ele fechou os olhos quando gritei.

— Jesus! Levei a mão ao peito.

O semblante de Diogo estava estranho, por algum motivo ele parecia furioso.

— Nós usamos camisinha ontem à noite? A voz saiu extremamente rude.

— Não. Respondi o encarando.

— Mas que porra! Ele gritou e levou as mãos à cabeça. Com certeza ele estava morrendo de ressaca.

— Não usamos porque nós não transamos cara. — Bocejei me levantando da cama e comecei a passar as mãos no meu cabelo que deveria estar uma bagunça só. — Você não se lembra de nada?

— Não transamos? — Ele fixa o olhar na cama. — Eu estava pelado hoje de manhã.

— É, você decidiu se livrar da cueca quando eu te coloquei na cama depois do banho. E olhe só, eu estou de roupas. — Pisquei de um olho só. — Tudo que rolou foi que você roubou meu táxi ontem, como estava caindo de bêbado eu trouxe você para casa. Você vomitou em tudo, inclusive no chão da sala... Depois do chuveiro gelado você não parava quieto e fiquei com medo que voltasse a vomitar e sufocasse, em algum momento você me puxou para a cama e me usou de travesseiro, como era bem tarde eu acabei pegando no sono.

— Nós não transamos. Repetiu e eu sinceramente comecei a desconfiar se aquele homem tinha algum problema mental.

— Você tem alguma dificuldade de entendimento ou só escutou essa parte? Falei aborrecida.

— A minha cabeça está doendo muito. Reclamou me olhando e eu quase respondi: A minha também, sorte a sua ser apenas ressaca.

— Você tem banana?

— O que? Falou me olhando como se agora eu fosse a doente mental.

— Vitamina de banana cura ressaca.

— Você é enfermeira?

— Não, minha melhor amiga que sempre passa mal depois das baladas eu tive que aprender um remédio.

— Banana. — Ele falou e voltou a me encarar por longos segundos. — Pode usar o banheiro se quiser...

— Ah, claro, obrigada. Respondi começando a andar rápido para o outro cômodo. Diogo me olhava estranho e eu ficava extremamente incomodada com aquele seu olhar de gato prestes a atacar.

Lavei o rosto e bochechei um pouco de pasta de dente, ninguém merecia sentir meu bafo matutino. Como já previa meu cabelo parecia um ninho de passarinho que havia pegado fogo, juntei tudo no topo da cabeça e improvisei um coque. Voltei para o quarto e encontrei o local vazio, agarrei a minha pequena bolsa que tinha caído ao lado da cama e desci as escadas.

FIQUE COMIGO (DEGUSTAÇÃO) DISPONÍVEL AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora