3:00 e uma noite quente, lá estava eu na estação contemplando as estrelas como se o mundo fosse pequeno demais para mim, um daqueles hábitos subentendidos que todo mundo tem mas é difícil imaginar se o sujeito não deixar claro, nesses momentos eu costumo pensar em como as pessoas são vistas só pelo que aparentam, quando na verdade todas são um pouco de mistério e sim a menina ingénua que eu conheci é um exemplo de como...
"vrhumm"
- Oh Rapaz, Rapaz
- Estas a ouvir ou não!?
Fui desperto dos meus pensamentos com o som do atrito que a roda fez com asfalto húmido foi quase que um susto. Era o taxi.
-Oh Desculpe Sr eu não o ouvi direito
Foi o que eu disse ao taxista antes de subir para o carro
-Então e esta noite?! Alguns copos?
-Não, fui deixar uma amiga do outro lado do rio.
Respondo com um sorriso meio forçado entre os lábios e a razão é porque não sou muito fã do habito que os taxistas têm de meter conversa, com um tom machista que é comum em Homens da sua geração ele pergunta:
-Então foi uma grande noite?
-Claro que sim, comigo não tem como não ser.
Foi o que eu disse para o taxista dando a entender o que não era totalmente verdade isso porque não é só na geração dele em que é comum ser machista, na minha também e aquele momento foi um exemplo perfeito disso, homens mentem muito para proteger o seu ego e eu não sou nada mais do que homem que sabe disso.
-Chegamos
Ele olha para mim sentado nos assentos de trás e foi ali que eu reconheci a cara do Sr de quase 65 anos que em muitas noites já me deixou em casa em varias dessas noites do copo, pago o taxi e saiu dele me despedindo de uma forma gentil.
Meu bolso começou a vibrar, sem espanto era normal o Wi-fi se conectar antes de eu entrar estava exausto e precisava descansar mas é um pouco dificil quando se tem amigos.
Outra chamada, era um numero estranho e eu decidi atender, ouço uma voz feminina e provocante:
- Alô menino
Logo pensei "menino" só uma rapariga chama assim por mim e digo:
- Alô, uau ligou para mim! sentiste saudades?
É muito automático a maneira como me entrego para aquela Mulher, Respondona, malandra, forte, fingida é o tipo de mulher que representa desafio para mim, eu ja a tive mas ela nunca foi minha, ela age como quer, quando quer, me usa e descarta, me ignora e me chama, me diz "não" com a mesma boca que usa para me seduzir, e ri de tudo como se o prazer dela estivesse em brincar com a minha cara.
-Queres sair no final de semana,eu convidei alguns amigos teus podes vir com eles.
Respondo:
-Sim, nos vemos
-Esta bem, e o menino que não falte. Diz ela.
Adormeço assim que a chamada de 8 minutos termina.
Enfim chega o dia em que devemos sair,nessa tarde em direcção a casa de um dos amigos eu passeio pela linda cidade de Lisboa, a diversidade arquitetônica salta logo a vista, anos passam mas a beleza continua, muito comum na arquitetura europeia preservar o estilo da cidade com reabilitações internas das estruturas, moderno por dentro e velho por fora, "engraçado faz lembrar o Sr taxista" penso eu, gargalhando.
Vidal, Yuri e o seu irmão mais novo Ruben, juntos comigo na entrada do Restaurante em que iríamos jantar.
- Liga para ela.
Dizia o Vidal olhar para mim, sabendo que eu não sou bom com as palavras, ele tentava gozar comigo pois sabia que eu não iria ligar, Coisa de amigos. Algumas gargalhadas e decidimos entrar, aquele sorriso, aquele olhar malandro que trocamos sempre que nos vemos, foi ela o meu doce pecado a primeira coisa que vi dentro daquele lugar que se ouvia uma musica de fundo,barulho dos talheres e algumas conversas no ar.
-Olá menino
Disse ela sem poder esconder a expressão de preocupação em seu rosto logo que me viu, sem entender eu não pensei muito a não ser em qual WC eu levaria aquela Mulher nessa noite.
-Sentem, eu sei que vocês vão querer beber então já pedi(Gargalhando)
Palavras vindas da boca dela cuja eu não conseguia tirar os olhos mas no entanto todas elas foram ditas sem olhar para mim,como se estivesse a evitar, "mais um joguinho" penso eu no mesmo instante que me levanto para servir o bufete.
Frango, ovo e salada, era o que eu procurava na mesma em que a vi aos beijos com outro rapaz.
"Fuck, ciúme?! Não, não pode ser", era o que eu pensava enquanto sentia o meu coração acelerar, a minha respiração mudar de ritmo, mas eu não senti raiva, e qualquer ser dotado de ciúmes sabe que não existe ciúmes sem raiva, nem que ela estiver a queimar por dentro pelo receio de ser revelada, não existe ciúmes sem raiva.
Logo volto a sentar e tentar entender o que se passava, Distraído com a refeição e as piadas do Vidal e os outros enquanto embriagavam-se com vinho quando de forma instantânea reparo que a cadeira ao lado foi arrastada para trás de maneira que alguém pode-se sentar nela, com o seu ar autoritária era ela, sentada do meu lado depois de 30 minutos de desprezo e ela sabe como odeio me sentir rejeitado. Eu digo:
- Nanda!
- olá Menino, então o que fazemos depois daqui
-Não sei a noite é tua, decides tu
-O meu namorado quer ir a discoteca vocês querem vir ?
"Namorado?!" Me pego outra vez perdido nos pensamentos e eu ficaria confuso se já não conhecesse aquele olhar, e eu entendi qual era sentimento que outrora eu havia confundido com ciúmes, eu estava excitado com aquela situação proibida em que ela me meteu, quem não estaria?! Muita gente claro! Mas existe alguém nesse mundo capaz de negar o desejo que o proibido oferece?! Eu tenho a certeza que não, não em mentes poluídas como a minha, não em seres escravos do prazer como eu, não em gente sem pudor como nós, como eu e ela.
-Vamos tirar uma foto
Diz ela antes de chamar o fotografo
Eu:
-Sim vamos
Tímido e preocupado com facto de todas as pessoas na mesa olharem para o momento, Sim visto assim somos um belo casal, e se pudessem ver o quão imundos somos sem máscaras diriam que somos perfeitos um para o outro, estávamos os dois ali, a enganar todo mundo, rodeado de olhares desconfiados mas seguros porque para alem do passado não tínhamos nada a esconder, ainda.
O flash da fotografia teve sequência com os flashes do dancefloor da discoteca, Vidal e Yuri ocupam lugares um pouco distante da Nanda e seu amado, tudo que fazia era observar Nanda que não parava de discutir com o namorado percebi que havia insegurança criada pela nossa presença, facto que me excitava mais porque demonstra a coragem de Nanda o meu doce pecado
Ela parecia brilhar no meio das luzes negras, as suas roupas eram diferentes e com o estilo original, exibia as curvas que possui o corpo de uma mulher, eram palavras que eu a queria dizer no instante mas esse era o papel do Rui, papel que o mesmo não fazia.
Como pode um homem não dizer o quão linda é a sua companheira sabendo que a consequência disso eleva a auto-estima e disposição da mesma, cenário perfeito para uma noite repleta de prazeres como retribuição, é simples como engordar o animal antes de o comer.
Tocavam musicam que eu não costumo ouvir e olhava para as pessoas a dançar alegres e embriagadas como se o mundo acabasse naquela noite, estava eu com o meu telemóvel na mão escrevendo
Vidal: O que estas ai a escrever
Eu: Estou a escrever os detalh....
Vidal: Esquece, Esquece, olha quem vem ai.
Assim fui interrompido mas era o Rui vindo na minha direção com uma garrafa na mão, por segundos eu achei que a noite iria acabar de maneira errada até que ele se aproxima sorri e serve da mesma garrafa que ele tinha na mão dando um ar ameaçador, bebemos até que a Nanda e a sua melhor amiga Iveth assustadas nos separam com uma conversa afiada, olhando para mim como quem diz
"Não te aproximes dele"
Entendi a mensagem apesar de gostar de ver a menina autoritária com medo pela primeira vez, medo não de mim mas sim de o perder e isso só aumentava a minha gula naquela noite, ela era o meu desafio.
O álcool é uma das piores drogas do mundo, eu penso nele como a droga da verdade, sem escrúpulos e com copos da verdade nos cornos eu aproveito o dialogo que acontecia entre Vidal e Iveth, e digo:
-Querem vir para casa connosco ao sair daqui?
-Eu sabia que dirias isso mas a Nanda não vai aceitar, Hoje você perdeu.
As palavras da Iveth não me desmotivaram pois eu conheço bem a namorada do Rui.
"Clik"
Iveth ouve o som de sms enviada a partir do meu phone e pergunta o que eu havia escrito e eu ansioso pela resposta digo:
- Nada
Já deu, o Dj começa a tocar musicas antigas, as pessoas no recinto parecem cansadas típico de um club a beira de fechar, Decido ligar para o taxi e ir para casa bebado e irritado com a o que eu considerava ter sido uma derrota na noite porém, "eu conheço bem a namorada do Rui" penso eu."Estavas linda hoje, a roupa que escolheste ficou-te muito bem, gosto da criatividade no teu vestuário, adoro a tua força e espero que sejas sempre essa pessoa que és"
Nanda acabou de ler as palavras que o namorado não disse durante a noite toda, eu sabia que depois de alguns copos aquilo iria lhe abalar, é verdade que em toda Mulher por mais santa que seja existe uma puta por dentro, da mesma forma que em toda Mulher por mais puta que seja existe o desejo de ser amada por dentro, então ela responde:
"Manda a morada, daqui a nada apareçamos ai"
Ela cedeu! Perfeito para mim, naquele momento vi a minha raiva diminuir.
Eu abro a porta assim que elas chegam, pelo contrario do que ela achava, eu decido não me atirar a ela, era o nosso jogo de sedução eu sabia que ela iria dar a o primeiro passo e talvez rejeitasse de o primeiro passo fosse meu, 'mulheres curiosas podem surpreender com as coisas'
Sentado no sofá em casa do Vidal, o lugar que costumo estar sempre que lá estou, ela se aproxima com aquele sorriso malandro e me beija no pescoço e tenta fugir em seguida mas eu não deixo e a seguro com força no braço como se ela fosse minha, Estava calor mas não foi por isso que a levo para varanda, quase a amanhecer e algumas pessoas passavam tudo que ela dizia era:
-Não,Não posso
Com a minha mão no seu peito foi fácil a despir daquela blusa e lamber aqueles mamilos, assustada ela diz:
-Estamos na varanda do 4• andar as pessoas na rua vão ver, por favor para.
Dizia ela quase que sem ar, para calar aquela boca foi necessário um galheta com força no rabo empinado que a Nanda tinha, naquele momento eu sabia que podia fazer tudo com aquele corpo e ali mesmo até que ela pergunta:
- O quê que tu sentes por mim? É só uma foda o que tu queres?!
Desabrochou um lado dela que nunca antes mostrou e eu sem pudor só pude fazer o que faço melhor, mentir:
- Eu estou apaixonado por ti, não consigo parar de pensar em nós juntos.
Mas era escusado ela sabia que eu estava a mentir mas as vezes acreditamos em certas mentiras porque são mais confortáveis do que a verdade.
Meu pénis erecto e desprotegido roçava os grandes e pequenos lábios dentre suas pernas, a pele dela arrepiava com o vento e coração batia com o medo de que alguém nos pudesse ver naquela varanda, era o cenário perfeito para um momento inesquecível, para cometermos o nosso pecado.
Eu me lembro de poucas coisas na noite devido ao uso excessivo de álcool mas ficou na minha memória a altura em que adormecemos juntos mas quando acordamos a culpa estava instalada no nosso meio, eu podia ver o arrependimento nos olhos dela, o desafio que eu tanto quis ganhar não tinha sabor, o nosso pecado cobra caro o errado, sabemos o que fizemos, sabemos que voltaremos a fazer, sabemos que nos iremos arrepender, esse é o nosso pecado e nós somos escravos, acorrentados pelo desejo do proibido, nos alimentamos de prazer momentâneo porque aceitamos que a culpa dure para sempre.