Destino.

Vinte e cinco.

Harry.

Zayn está morto.

Isso deveria me deixar feliz, mas não deixa.  Eu não sou hipócrita ou algo do tipo, mas não é a coisa mais fácil do mundo ver alguém que você conviveu por tanto tempo morrendo assim, e é ainda mais difícil ver uma mãe chorando a perda de um filho, uma mãe que você conhece.

Eu até poderia comemorar a morte de Zayn, se a única mulher que eu amei em minha vida não estivesse a um passo da morte.

Liam, Louis e eu estamos a mais de uma hora esperando, eu estou aflito, desesperado, algo em mim está inquieto, como se sentisse que algo vai acontecer. A porta do hospital está lotada de repórteres, fotógrafos e pessoas curiosas, mas nem mesmo nós sabemos o que aconteceu, nós não sabemos se ela ainda está viva, ou se corre risco de morte.

- Você pode nos dar informações sobre ela? Eu não aguento mais. - Liam avança em uma enfermeira que passa próximo de onde nós estamos.

- O médico do plantão virá aqui em alguns minutos, os exames dela acabaram de sair. - Ela avisa e Louis ajuda Liam a sentar.

- Você precisa ficar calmo. - Louis pede, mas ele continua balançando a cabeça negativamente.

- Vocês são os parentes de Emanuela Payne? - Uma voz masculina soa e quando levanto a cabeça, encontro Nickolas, o mesmo médico que tratou dela quando ela sofreu aquele maldito aborto. - Harry, certo? - Eu concordo. - Eu não tenho muitas notícias boas.

- Fale de uma vez. - Liam levanta e se aproxima do médico.

- Nós realizamos todos os exames necessários e o que eu temia foi constatado. - Ele encara os exames por um tempo até voltar a falar. - A bala perfurou os dois rins dela, mas não é isso o pior, ela tem marcas de ferimentos feitos por arma branca por toda a barriga, além de um enxaço na área do intestino, o que indica que ela sofreu uma lesão no local, provavelmente bateram nela, nós não podemos mexer, pois no momento em que abrirmos, ela irá apresentar uma hemorragia. Ela chegou aqui desacordada e se encontra em um grave caso de desidratação, mas por causa da inutilidade dos rins, nós não podemos hidratá-la, já que seu corpo não tem como filtrar líquidos sem a funcionalidade dos rins, o que significa que nós precisamos provocar um coma, para que ela não sofra tanto com os efeitos, mas nós não podemos mantê-la assim por muito tempo, o corpo dela não aguenta mais tanto tempo assim, nós precisamos fazer um transplante o mais rápido possível, eu não sei se ela sobrevive mais de 24 horas sem o transplante.

- Eu... Eu. - Liam tenta, mas não consegue.

- Nós podemos doar? - Eu pergunto. Eu não consigo aceitar que isso está mesmo acontecendo.

- Nós precisamos realizar uma série de exames em vocês, existem algumas perguntas que os possíveis doares precisam responder.

- Eu não posso doar, eu só tenho um rin. - Liam diz e em seguida começa a chorar. - Ela pode morrer, se ela morrer e eu não puder ajudá-la eu vou me odiar pra sempre, eu sou um lixo. - Ele chora descontroladamente.

- Calma, nós dois podemos doar, e se um de nós não doar, eu vou até o inferno atrás de alguém, eu trago a vadia da mãe dela aqui, mas eu vou conseguir. Ela vai ficar bem. - Eu tento reconforta-lo.

- Vocês precisam me acompanhar agora. - Nickolas informa e Louis e eu o seguimos. Nós caminhamos pelo longo corredor e ele entra em uma sala no fim do corredor. - Harry, você primeiro.

Encontro com ele na salinha e observo que é uma espécie de laboratório, uma menina está sentada em uma cadeira mexendo em alguma coisa que eu não me importo, eu só quero que Emanuela fique bem.