Trinta e quatro.

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Emanuela.

Hoje é o dia que começa meu pesadelo. O Juiz solicitou uma reunião com uma assistente social antes da primeira audiência e sim, eu terei que conviver com Harry. A noite foi terrível e o dia tem tudo para ser também, estou uma pilha de nervos, Hope já amanheceu chorando e parece ter sido treinada para dificultar tudo que tento fazer.

- Você precisa de ajuda? - Liam entra na cozinha, ele já está arrumado para ir trabalhar.

- Não, eu consigo, eu preciso conseguir, eu não posso ser uma mãe ruim. - Amarro os cabelos outra vez e pego o prato com o café da manhã de Hope. Ela está sentada na cadeirinha e tem os braços cruzados enquanto tem um enorme bico enorme. Ela cismou que não gosta de cereal, o maldito cereal que ela tanto insiste em comer.

- Meu amor, você precisa comer para nós podermos sair.

- Eu não quero, a titia Gaby fez bacon para o meu titio Harry tomar café e me deixou comer, por que você não deixa?

- Meu amor. - Eu suspiro algumas vezes. - Você não pode comer gordura logo pela manhã. Você não gosta tanto de cereal? E o seu preferido. - Ergo a colher em direção a sua boca, mas ela empurra com toda força a colher em minha direção, fazendo com que o líquido escuro manche minha blusa branca. - Quer saber? Vai atrás da droga da sua tia Gaby e pede o que quiser dela, porque eu cansei.

Saio da cozinha e subo as escadas já chorando, esse dia tem tudo para ser terrível.

(...)

Uma mulher de meia idade sorri para mim assim que desço do carro.

- Você é Emanuela Collins? - Ela questiona.

- Sim.

- Eu sou a assistente social que vai fica com vocês hoje. Kate Stivens. - Ela estende a mão para mim e eu aperto. - Onde está nossa pequena?

Abro o carro e tiro Hope da cadeirinha, ela desce o mais rápido que consegue. Ela ainda está com o mesmo bico de manhã, eu sei que perdi a linha, mas eu estou no meu estado normal, só em pensar em perde-la, eu sinto o chão ser tirado de mim.

- Olá, Hope. Eu sou Kate Stivens. - A mulher se ajoelha em frente a Hope e ela a abraça.

- Oi, tia Kate. - Ela dá um sorriso a ela e passa a mão pelo babado do seu rodado vestido rosa. - Você é a tia que vai conversar comigo? Minha mãe que disse. - Kate sorri.

- Sim, querida. Sou eu. Vamos entrar? - Ela pergunta para mim.

Tiro a bolsa do carro é o travo.

Hope estende as mãos e eu a seguro enquanto atravessamos o enorme estacionamento. Não entendo muito bem o porque de ela ter vindo me buscar aqui, mas imagino que seja mais uma maneira de me observar.

Nós caminhamos por um longo corredor e ela para em frente a uma sala no fundo do corredor.

- Essa é minha sala. - Ela avisa e eu concordo. Quando ela abre a porta eu vejo a última pessoa que queria ver. Harry está sentado em uma poltrona enquanto mexe no telefone. Hope automaticamente corre em sua direção e ele a abraça. Encaro a cena e percebo que Kate me observa, desvio o olhar e ela sorri para mim.

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