Capítulo 2
13 de Novembro
*Luiz Lagne- Pensei que eu já tinha parado com isso. – Digo.
- Eu sei que eu disse que não mandaria você em nenhuma missão. Mas, essa missão que darei tem mais chance de ser cumprida por você. – Diz minha mãe.
- Mesmo se eu dissesse não, você me mandaria do mesmo jeito não é?
- Sim.
- Tudo bem então. Qual é a missão? – Pergunto.
- Há cinco dias um dos rebeldes raptou Ren Yuka e o levou para uma ilha. Alguns antigos a chamavam de a ilha do passado, ou ilha do fim...
- Já considerou o último nome, por que será ilha do fim?
- Não estou brincando Luiz.
- Ok, ok. Continue.
- Sua missão é ir até ela e regata-lo. Claro, com a ajuda de Natso, Ray, Junior.
- Certo. Mãe, eu sei que é um pouco inconveniente falar isso para a senhora. Mas você não está me mandando para lá para me esconde algo, está?
- Não. É só mais uma missão.
Sorriu. Levanto do sofá e vou até a cozinha. Ela vem atrás.
- Como pretende nos mandar para uma ilha? – Pergunto.
- Teleporte coletivo. Sabem fazer isso não sabem?
- Nunca fomos lá. Podemos parar no meio do oceano e morrer afogados.
- Natso já esteve lá.
- o que?
- Você devia saber que Natso é um garoto com centenas de anos. São poucos os lugares em que ele não sobrevoou.
- Pensou em tudo não é?
- Sim. – Minha mãe é extremamente esperta.
- Aceito a missão. – Digo.
- Ótimo.
***
- Todos segurem as mãos um do outro. Não soltem por nada.- Digo.
Estamos todo reunidos na sala da minha casa, todos com suas bagagens na costa. A minha esquerda está Ray e a minha direta Natso, o idiota segurou a minha mão e não largou. Minha mãe está no sofá de pernas cruzadas nos olhando.
- Levem o tempo que precisarem. E se não voltarem em dois meses, enviarei resgate. – Diz ela. Que grande mentira. – Se possível tragam o Ren vivo.
- Tá mãe. Agora, fechem os olhos e tentem não pensar em nada, se alguém pensar em alguma coisa e fazer com que eu leve a gente para outro lugar. Eu mato.
Eles fecham os olhos, aperto a mão de Natso e entro na sua mente. Acesso sua memória e acho rápido o local para qual iremos. É uma ilha estranha mesmo. Puxo a energia deles e imponho minha vontade de estar naquela ilha. Segundos depois sinto um vento frio soprar e abro os olhos. A primeira coisa que vejo são árvores, arvores e mais árvores, gigantes e que eu nunca tinha visto. O ar é um pouco pesado e úmido.
Me sento, droga! A ilha é muito longe mesmo de casa. Usei toda a minha energia e um pouco mais da deles, e mesmo assim estou esgotado. Natso se ajoelha na minha frente.
- Está tudo bem? – Pergunta ele.
Vejo Ray e Junior fazendo uma cara estranha. Coloco minha mão no peito de Natso e o empurro devagar.
- Estou bem. – Digo.
- Parece que já vai anoitecer. Quanto tempo passamos viajando? – Pergunta Junior.
- Essa ilha deve ficar a centenas de quilômetros do continente, e também porque somos quatro e é a primeira vez que me teleporto para cá. – Digo.
- As árvores aqui são gigantes. – Diz Natso. – Vou sobrevoar a área, tomem cuidado. Não sabemos o que habita essa ilha.
Ele abre suas asas e levanta voo, levanto e começo a recolher alguns gravetos. Temos que fazer uma fogueira para passar a noite. Eles começam a juntar alguns também e amontoamos tudo. Junior acende a fogueira com um isqueiro e começam a montar as barracas. Em meia hora tudo está pronto, e já está noite. E também não tem lua. Ray e Junior fazem alguma coisa para comer na fogueira. Vou para minha barraca e deito um pouco. Estou esgotado, precioso repor as energias.
Fecho os olhos, e no momento em que parece que vou dormir, um grande rosnado rompe a noite e me sento assustado. Corro para fora da barraca e vejo Ray e Junior assustados. Ouço um barulho acima e pego a minha espada na bolsa. Natso desce com tudo apagando logo a fogueira.
- O que aconteceu? Por que está fazendo isso? – Pergunto.
- Temos que sair daqui, há monstros nessa ilha. – Diz ele.
O chão começa a tremer e o barulho de algo enorme se aproxima.
- Peguem apenas o necessário. Deixem as barracas para trás. – Diz Natso.
Coloco minha mochila na costa e corro na direção que os outros correm. A coisa está muito perto, está muito escuro para mim ver. Então um raio corta o céu e por alguns segundos consigo ver o monstro atrás de nós. Meus olhos não conseguem acreditar no que estão vendo, mas é um dinossauro nos caçando. Agora faz sentido ser a ilha do passado, o tempo aqui não passou.
As primeiras gotas começam a cair molhando o solo o fazendo ficar mole e lamacento. Não vou conseguir acompanha-los. Quando vejo a chance me jogo para o lado e me escondo atrás de uma árvore. O dinossauro não nota meu movimento e continua. Sinto algo na minha frente e me abaixo rápido. Uma lâmina é enfiada no lugar em que minha cabeça estava. Levanto sacando minha espada e tento achar o responsável. Mas com essa chuva vai ficar um pouco impossível, e também não posso usar meus poderes sem energia.
Ouço os passos, atrás de mim. Me viro e não vejo nada. Sinto uma grande dor no lado direito do meu corpo ao lado do abdômen, passo a mão e tiro uma lâmina negra. Não é possível, magia negra. Sinto algo pelo meu corpo e aos poucos vou perdendo as minhas forças restantes. Quando estou de joelho uma espada levanta meu queixo.
- Você tem azar de ter sido enviado para essa ilha. Algumas palavras antes de sua morte? – Pergunta ele.
Não falo nada, apenas fico o encarando. Quero que o meu rosto seja a última coisa que ele veja.
Ele rir e levanta a espada para o golpe final. A espada começa a corta o vento e aperto minhas pálpebras. Ouço o som da carne sendo cortada e abro os olhos. O homem está na minha frente, sua espada está caída e sangue escorre pelo seu corpo. Tenho certeza de não usei minha peculiaridade, nem involuntariamente. O homem cai, provavelmente morto. Ouço passos e recuo até me encostar na árvore. Vejo alguém vindo na minha direção, sinto uma grande dor no lugar que a lâmina perfurou e minha visão embaça e tombo, mas não caio, uma mão me segura.
***
Acordo rolando um pouco. Me sinto muito bem. Abro os olhos e encaro o teto de uma caverna. Ouço o som de uma fogueira, olho para o lado e há uma ao meu lado. Me sento e sinto um pouco de incômodo no lugar do ferimento. Que pelo jeito não existe mais. Noto alguém sentado na beirada da caverna, só pode ser Natso.
- Natso? Onde estamos? Por que está com essa capa preta? – Que estranho.
- Que bom que acordou, já estava cansado de esperar.
Essa não é a voz de Natso.
- Quem é você? – Pergunto.
- O cara que te salvou. Muito prazer, Ren Yuka.
- É você. Não esperava que ainda estivesse vivo. – Digo. – Meu nome é Luiz Lagne.
- Sério. Espero que você não tenha vindo aqui para mim salvar. Porque se não vou morrer aqui. - Ele rir de mim.
- Muito engraçado da sua parte, mas eu tive que trazer algumas pessoas do continente para cá nos teleportando. Seja compreensivo. – Digo mal. – Você está sendo idiota.
- Não se exalte. Eu estava de olho quando chegaram.
- Porque não se mostrou logo? – Pergunto.
- Precisava usar vocês como distração para pegar aquele cara. Ele estava me caçando desde de o dia que matei o seu companheiro e fugi. Ele era muito habilidoso em batalha e super estrategista. Você serviu bem. – Diz Ren. Que idiota.
- Temos que nos encontrar com meus amigos. Para podermos voltar para casa. – Digo.
- Não vai ser possível. Seus amigos foram levados para o lado sul da ilha. Estamos no Norte. Vem aqui. – Diz ele.
Engatinho até a beirada e fico quase ao seu lado.
- Está vendo aquelas cabeças? Bem ali fazendo uma linha enorme. – Diz ele.
- Estou. O que são?
- Não sei o que são, mas tem uma carapaça super resistente e são ótimos caçadores. – Diz ele. – O que significa que não vamos poder ir até o lado sul ate que eles saiam dali.
- Natso pode vim até aqui voando e nos levar para lá. Só temos que dar algum sinal. – Digo.
- Aqueles monstros chegariam aqui antes. Estaríamos mortos antes que seu namorado chegasse aqui. – Diz ele.
- O que pensa que está falando? Ele não é meu namorado, somos amigos. – Digo me defendendo. – Não fale o que não sabe.
- Ficou resmungando a noite toda o nome dele. Quer que eu pense o que? – Diz ele.
Me calo e olho a frente. Que doideira. O sol se põem. Acho que fiquei desmaiado o dia inteiro. Ele tira a capa e consigo ver seu rosto, seu cabelo é negro. Ele também é alto, acho que da altura de Natso. Mas isso não importa. Ainda é um idiota sem noção. Me surpreendo quando ele me puxa pelas pernas e me arrasta para perto da fogueira.
- Não fique aí, é perigoso. Está com fome? – Pergunta ele.
- Estou. – Ele me da um macarrão instantâneo, espera um pouco. Esse macarrão é meu. – Não séria melhor eu te oferecer comida?
- Peguei todas as suas coisas como pagamento por ter salvado sua vida. De nada. – Ele é irritante igual ao Natso.
- Você é um idiota. – Digo. – E você me usou para salvar sua vida, então estamos quites. Idiota.
- Não é educado ofender as pessoas. – Diz ele. – Meu nome é Ren sabia.
- Sei. Mas combinou com você. – Digo. – Droga, tenho que tirar essa magia negra de dentro de mim.
- Então você sabia. Você é inteligente. É melhor você dormi, as noites costumam ser demoradas aqui. Vou te acorda amanhã de manhã, temos que arrumar água. Você não tinha. – Diz ele.
- Tá.
***
*Alguns dias depois...

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Bruxos(Romance Gay)
Детектив / ТриллерEm um mundo onde a explosão devastadora da sobrenaturalidade causou guerras sangrentas que reduziu a população do mundo drásticamente. Séculos depois, as forças do mal se reúnem novamente para uma nova guerra. Nesse meio está vários personagens dif...