O encontro.

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É difícil imaginar que esta é a mesma Londres em que meus pais foram concebidos. Lembro-me de minhas breves visitas a Inglaterra e ela parecia mais verde, grandiosa e calorosa. Pelo o que vejo, me parece que os ingleses dos dias de hoje não gostam de olhar uns para os outros. - Comentou Diana, enquanto era carregada por Keegan que freneticamente estava a procura de um táxi: - Não seja tola, Diana. Você também é uma inglesa! - Afirmou Keegan, enquanto analisou a feição de surpresa estampada no rosto da jovem: - Pode não acreditar, mas você é tão inglesa quanto a própria rainha. - Ouvindo as palavras confiantes de Keegan, Diana recordou de seus dias em Londres em sua época. Como Duquesa, ela se portava muito bem perante a corte. Sempre bem vestida e com o rosto erguido, era uma nítida criança da realeza. Lembrava bem da felicidade de estar lá e da completude que sentia ao estar ao lado de seu primeiro amor, Charles, o filho bastardo do rei. Lembra-se de Charles a visitando na Irlanda e de como seu coração era preenchido de alegria ao vê-lo. Ao tocar suas madeixas douradas e assistir seus brilhantes olhos azuis, passeando por seu rosto. Cortava-lhe o coração saber, que a esta altura, Charles já deve estar morto. Infelizmente, fora um noivado pelo qual ela não pôde continuar.

Taxi! Por favor! Leve-nos a floresta Dean. - Pediu Keegan, enquanto adentrava o taxi ao lado de Diana. Ela ainda estava submersa em suas próprias lembranças, quando de repente fora interrompida por Keegan: - Eu sei que você ainda está tentando entender tudo o que está acontecendo, sei que esse não é mundo que você conhece e que tudo parece estranho e assustador, mas não se preocupe. Eu estarei aqui para o que precisar e mais uma coisa, você é uma peça muito valiosa para que nós possamos derrotar Uriel, tente não sair da linha. - Diana estava começando a irritar-se ao ouvir esse nome, estava farta de andar de um lado para o outro sem saber para onde esta indo. Ela recusou-se a responder Keegan e simplesmente virou seu rosto para o lado oposto do dele, entretendo-se com o cotidiano inglês da Era contemporânea. Aos poucos, ela estava começando a se habituar com as novidades e a entender ainda que pouco, como as coisas funcionam, ela sabia que agora as aulas de etiqueta e os bons modos não a ajudariam, mas seus incansáveis treinos com Lorde Higgins, sim. O silêncio se estabeleceu naquele veículo, que rapidamente encontrou o último trajeto para chegar na floresta, esta que agora podia ser vista. Deixando-os na trilha, Keegan o pagou e trouxe Diana consigo, mesmo para Keegan, a floresta pareceu resguardar uma energia macabra e a inibição de luz dentro dela só piorava sua aparência. Rosnados, ruídos e sons das copas das árvores batendo umas com as outras, sons de galhos quebrados, tudo isso estava começando a deixar Diana um tanto amedrontada, mas ela estava crente que eram apenas coisas de sua cabeça.

O que fazem aqui? - Indagou uma voz rouca e firme, que parecia vir de suas costas. Ambos viraram para a direção da voz e enquanto Diana via a surpresa estampada no rosto de Keegan, o estranho exclamou: Keegan! Faz quanto tempo que não nos vemos, cara? - O homem dos fios ébano, foi na direção de Keegan e o abraçou, fixando logo depois, seus brilhantes olhos castanhos na direção de Diana. Keegan permaneceu calado o tempo todo e não parecia muito feliz com a aparição repentina do rapaz: - Diana, esse é o Graham. Graham esta é... - Keegan se viu interrompido por Diana que atravessou em sua frente e curvando-se, se apresentou: - Sou Diana Vitoriana Bratter, Duquesa da Inglaterra, Lady das Ilhas Britânicas. - Finalizou com um ar de grandeza de que ela sabia bem como fazê-lo. Graham parecia não entender o que tinha acabado de ouvir e em uma atitude impulsiva, Keegan esclareceu: - Embora hoje seja apenas, Diana Bratter. Uma jovem inglesa, com linhagem real bem distante. - Graham pareceu não entender muito bem o que estava acontecendo, mas estava hipnotizado pela beleza de Diana. Após alguns minutos admirando a beleza da jovem, ele voltou-se em direção a Keegan e indagou: - Ela é esquizofrênica ou alguma coisa parecida? - Mesmo não sabendo ao certo o significado da palavra, Diana interpretou a feição do jovem como se estivesse a ofendendo e não hesitou em estapear-lhe o rosto e adverti-lo: Sua mãe não lhe ensinou bons modos, Senhor Graham? - Ela parecia se recompor do breve surto de raiva e completou: Desconheço o significado de suas palavras, mas creio que sejam ofensivas. Como Duquesa, não posso permitir que me falte com respeito. - Graham tentava não sorrir e estava impressionado com a leveza das mãos dela, mesmo tendo o agredido com raiva. Ao perceber que sua atitude foi inapropriada, o jovem lobo abaixou o rosto e sussurrou: Me desculpe, Diana. Não tive a intenção de ofendê-la, foi apenas uma brincadeira. - Ele parecia realmente arrependido e a olhou nos olhos para ter certeza de que ela veria este sentimento: - Meu pai me ensinou a lidar com libertinos, apenas não faça novamente. - O silêncio se instaurou no lugar.

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⏰ Last updated: Feb 09, 2018 ⏰

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