I have met an angel...

...and she looks perfect!

O vento do início da manhã passeou pelo quarto tocando a pele seminua. O contato frio e inesperado eriçou a pele bronzeada do Uzumaki, levando-o a se mover, inconscientemente, em busca de algo que pudesse aquecê-lo. Seu corpo parecia reclamar a falta de alguém que deveria estar ali, então suas mãos tatearam o vazio ao seu lado. Preguiçosamente, os olhos azuis se abriram. Normalmente ele estaria alerta e consciente do que havia ao seu redor, contudo, sua mente estava levemente embaralhada com tudo que havia acontecido na noite passada. Desta forma, seus sentidos demoraram mais que o normal para despertar.

Seus pensamentos foram interrompidos quando o aroma doce e quente, de comida sendo preparada a alguns cômodos dali, invadiu o quarto e ele aspirou com vontade, sentindo, agora, seu estômago lhe reclamar, afinal, toda a atividade exercida durante à noite precisava ser recompensada com algo além do sono, e comer seria uma boa ideia.

Mas perceber que havia acordado sozinho fazia com que sentimentos de tristeza e insatisfação lhe atingissem em cheio. Ela deveria estar ali, consigo, dividindo a cama que agora pertencia a ambos. No entanto, ela não estava no quarto. Movendo-se para encontrar uma posição mais cômoda, observou os lençóis amarrotados no lugar em que ela havia estado. Atraído como um ímã, rolou para lá em busca do calor da mulher, deparando-se apenas com o frio dos lençóis, denunciando que ela havia deixado-o há mais tempo do que previra. Mergulhou o rosto no travesseiro dela, sendo atingido pelo suave perfume feminino. Seu corpo reagiu imediatamente, despertando em todas as áreas possíveis. A certeza de que Hinata era para si mais desejável que qualquer outra coisa, a ponto de fazê-lo perder a cabeça, ainda que ela não estivesse por perto. Um apetite traiçoeiro e voraz invadiu-o sem aviso, fazendo-o se esquecer da fome de outrora. Um apetite que ele passara a conhecer muito bem, mas que agora estava acompanhado de outro sentimento que não sabia definir, apenas sentir. Se pudesse pôr em palavras, diria que era desconcertante e inimaginável. Fechou os olhos e respirou fundo, buscando relaxar, precisava se acalmar ou Hinata pensaria que era um pervertido. Não que fosse uma completa mentira, mas não poderia correr o risco de assustá-la.

Sentou-se na cama, pronto para ir encontrá-la. Era estranho, mas já sentia falta de olhá-la, tocá-la, ouvi-la... Então, algo prendeu sua atenção. Uma mancha vermelha destoava no branco da seda. Seu coração se apertou. Havia a machucado? Não fora suficientemente delicado? Seria por isso que ela não estava mais ali! Ela não havia gostado do que compartilharam? Tremulou em receio. Como não havia percebido isso? Sempre fora idiota, mas ao ponto de não se importar com alguém ao seu lado? Não. Claro que não. Ele perceberia com toda a certeza. Ainda mais quando lembrou-se das palavras tímidas e gemidos discretos que escaparam dos lábios doces enquanto faziam amor pela primeira vez. "Amor". Nunca pensou que uma palavra tão pequena representava algo tão forte. Ele havia demorado para entender, mas agora descobrira o verdadeiro significado. Ele a amava, era por isso que o desejo por Hinata carregava algo a mais. Sorrindo, constatou: ter esse sentimento retribuído era muita sorte, ainda mais quando a mulher em questão era Hinata Hyuuga.

Eu encontrei um amor para mim

Querida, mergulhe de cabeça

E me siga

Sua timidez a acompanhou até mesmo nesse momento, mas tinha valido a pena ser paciente, ensinar-lhe. E ensinaria muito mais, pois havia muito mais a ser compartilhado num momento de intimidade. Ele lhe ensinaria a arte do prazer. Ela o ensinaria a arte de amar. Mesmo tendo alguma experiência, o corpo de Naruto ansiava pelo toque da Hyuuga. Naquele momento, sua pele implorava pelas mãos delicadas, por sentir os seus lábios em todos os lugares. No início, as carícias dela foram trêmulas, mas aos poucos a confiança de Hinata aumentou. Ela tocava com cuidado, observando-o com atenção, não apenas para imitar seus atos, como um espelho ou uma aprendiz, mas para perceber como e se estava agradando a ele. Seus toques eram quase com veneração e isso não passou despercebido pelo Uzumaki, que surpreendeu-se, experimentando um novo sentimento.