2. Damn signs.

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Lauren Jauregui's point of view.

Eu havia acordado a pouco menos de uma hora com um maldito raio de Sol batendo diretamente na minha retina, parece que o Astro dos Astros estava afim de deixar alguém cego hoje. Depois de um passeio realmente divertido com Mani eu resolvi vir à casa dos meus pais para uma visita pela quinta vez nos últimos dias — e olha que eu estava à apenas uma semana em LA. Eles imploravam para que eu viesse, mas eu entendia sua saudade, por conta do meu trabalho em York eu raramente voltava à Los Angeles, já que lá eu tinha um escritório e uma mulher para cuidar.

Por conta da insistência dos dois eu acabei dispensando voltar para o apartamento que eu tinha na cidade, ficando por aqui mesmo. Dormi em meu antigo quarto e confesso que a sensação foi um tanto nostálgica, era como voltar à adolescência por apenas uma noite e aquilo foi maravilhosamente libertador, me senti com 12 anos novamente com minha mãe me dando um beijinho na testa antes de dormir.

Eu amava voltar, essa era a verdade aqui. Eu adorava York, afinal meu trabalho e o escritório que eu sonhei minha vida toda estavam lá, mas Los Angeles era meu lar. É aqui que me sinto verdadeiramente em casa, cercada dos meus pais e dos amigos que o destino me fez deixar para trás, mas que ainda tinham um lugar importante demais no meu peito, como Normani e Alexa.

Algumas horas se passaram desde o almoço e eu permaneci ali na varanda do meu quarto, com meus devaneios e uma caneca de café amargo me fazendo companhia. O vento calmo me banhando o rosto e arrepiando minha pele enquanto eu me concentrava em ouvir as batidas baixinhas do meu coração. Eu apreciava o silêncio, por isso o mantinha o máximo que podia, ele me ajudava no processo dificílimo — para mim. — de concentração. A alguns anos eu aprendi uma técnica, era um ritual: cruzar as pernas, respirar fundo, fechar os olhos e esvaziar a mente, exatamente como uma meditação, e isso para mim era sagrado. Nessas horas eu implorava aos deuses para não ser interrompida, mas como minha sorte nunca foi lá essas coisas...

— Merda... — murmurei ainda de olhos fechados, torcendo minha expressão em má vontade.

O celular tocava desesperado por atenção em cima da mesinha de cabeceira. Bufei em frustração, será que nem meditar me é permitido?  Suspirei, finalmente aceitando a interrupção e me levantei com calma, caminhando quarto adentro até ter o celular em meu campo de visão, me possibilitando ver o nome de Lucy que brilhava na tela do aparelho. Dei um sorriso tímido de canto, atendendo a ligação e logo voltando para a varanda e o meu café.

— Hey... —  falei enquanto me apoiava no batente e observava as árvores nove andares abaixo.

Hey, como tudo está indo aí? — sua voz soava animada no outro lado da linha.

— Bem... Não há muito o que fazer por aqui agora. — provei um pouco do líquido que já esfriava na caneca. — Me fale de você, se sente melhor?

Há uma semana, quando eu saí de Nova York, Lucy não estava bem. Havia pego uma gripe daquelas e até de cama estava. Eu iria cancelar a viagem para cuidar dela, não poderia viajar e deixá-la sozinha naquele estado, mas ela me convenceu a não fazê-lo dizendo que eu tinha assuntos importantes à tratar aqui e que chamaria uma amiga para ajudá-la enquanto eu estivesse fora. Era verdade que o meu trabalho aqui não poderia ser deixado para outra hora, então me deixei ser vencida e vim, mesmo com o coração na mão.

Muito melhor, Keana é uma ótima enfermeira. — pude ouvi-la rindo e logo a acompanhei. Um riso de alívio, menos uma preocupação me atormentando. Um breve silêncio se instalou entre nós, me permitindo ouvir apenas sua respiração calminha no telefone, mas logo ela rompeu o gelo. — Já sinto sua falta. 

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