Cap.7 - Guerra mental

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Faziam exatos 30 dias que Sara estava naquele lugar, o quarto onde ela estava era um quarto branco e monótono a esquerda uma cama simples e mais nada. No primeiro dia Sara se remoía de desespero tentando sair do quarto até se batia na porta tentando sair, logo chegavam os caras de branco com um sedativo e ela adormecia. Depois de uma semana ela já não batia mais na porta nem queria destruir tudo. 3 semanas depois Sara só conseguia ficar sentada a beira da cama, foi quando as vozes começaram...

-Sara?- O médico estala os dedos e olha confuso para Sara, ela se assusta com o estalo -Você está bem? Pareceu meio distante... - ele finaliza se ajeitando direito na cadeira.

-Sim! Ela diz em uma forma estática mais parecendo um robô do que uma pessoa.

O médico se estranha com aquele dela responder, franziu a testa e continuou –Bem, onde estávamos?- ele pergunta foleando alguns papéis na mesa a sua frente.

-30 dias...- Ela diz no mesmo jeito robótico de antes.

-Ah sim... já temos 30 dias juntos Sara e você não demonstra interesse pelo seu tratamento, fica apenas dizendo essas coisas sobre o outro lado e até agora eu não entendi nada sobre esse tal lado.

-E nem precisa, quanto menos saber, melhor ...- Sara diz abaixando a cabeça.

-Sei... bom, na nossa última seção você disse ter ouvido vozes de uma mulher sendo colocada dentro de um dos nossos quartos e quando foi até a porta não viu movimento algum, pode me dizer o que estava acontecendo dentro da sua cabeça? -ele se apoia em cima daquela mesa juntando as mãos e olhando para ela intrigado.

Sara se lembra bem, era o primeiro dia da terceira semana, ela marcava os dias na parede riscando com as próprias unhas. O dia começou estranho e chovendo como de costume naquela época do ano mas ela ouvia vozes vindas de vários lados, "te encontrei" as vozes diziam, quando de repente um dos caras de branco entra no quarto –Você tem uma visita.- Sara se levanta não compreendendo a situação se perguntando quem seria aquela inusitada visita. Ela sai daquele quarto e se dirige juntamente com o homem até uma sala onde Marta se encontrava. Sara se senta olhando para ela fixamente.

-Eu sei que você está com raiva...

-Você não tem ideia.- Sara a interrompe.

Ela já soando frio não tinha mais nada a perder -Você não estava em seu estado normal de mente...-

-Eu não estou louca! Eu sei o que eu vi...

-Eu não vim até aqui para te chamar de louca. Eu vim perguntar o que aconteceu com você.

-Porque seu interesse em mim?

Marta se sente meio desconfortável com a pergunta e tenta disfarçar -Você é como parte da família pra mim, meu intuito é protegê-la.

-Então me tire daqui... por favor.

Marta olha para o rosto de Sara o apreciando –Eu não posso tirar você daqui até ter uma melhora...

Então não há nada a fazer aqui! Ela se levanta e vai em direção a porta e o segurança a acompanha até o quarto dela, chegando na porta ela vê outros seguranças trazendo uma garota que se debatia loucamente –Me soltem! A Sombra vai matar todos vocês! Tenho que destruir aqueles livros! Me soltem e eles entram para dentro do quarto onde a garota não parava de gritar, o segurança a empurra fazendo ela entrar para dentro no quarto e fecha a porta. Ela vai até o canto e se senta colocando a cabeça sobre os joelhos.

No dia seguinte após ouvir gritos da mesma menina a noite inteira ela não havia dormido, pois não tinha sono nem mesmo vontade de descansar parecia literalmente um zumbi sempre sentada ou em pé virada para a parede, nesse mesmo dia de manhã os gritos pararam e de repente ela ouve a voz da garota vindo do outro lado da parede –Você viu a sombra...

Sara ainda sentada levanta a cabeça ouvindo a voz –Quem é você? Ela pergunta.

-Pode me chamar de ninguém... eu sei quem é você Sara ela está te procurando...-

-Quem está me procurando e como você sabe meu nome?- Ela ouve estrondos como se fosse a porta se abrindo com força e o que parecia um dos seguranças entrando bruscamente.

-Chegou sua vez! Um dos seguranças diz e a garota começa a gritar e gritar como se tivesse sendo arrastada para fora do quarto a força.

Sara se levanta rapidamente –Hey você está ae?- ela ouve a porta bater com força e vai correndo até a porta que tinha uma parte de vidro para tentar ver alguma coisa mas quando ela chega o corredor estava vazio e tudo ficou um silêncio extremo.

Ela se afasta da porta regurgitando a ideia de aquilo ser a imaginação dela e realmente ter ficado louca já seria uma das opções.

-Eu não me lembro doutor! Era tudo coisa da minha cabeça mesmo, talvez eu estivesse até sonhando.- Sara diz ao médico

-Bom... terminamos por hoje Sara espero você daqui alguns dias.- o médico diz guardando alguns papéis.

Ela se levanta e é acompanhada pelo segurança até seu quarto, ela se senta no mesmo lugar de sempre mas hoje estava diferente mais frio que o normal, ela se sente incomodada com isso e ouve um estrondo vindo da parede do quarto da garota e ela ouve baixo –Saaaraaa...- e vai lentamente até a parede e coloca sua orelha na parede para tentar ouvir melhor –Saaraa eu estou aqui Sara pode me ouvir!?- a voz baixa quase que um sussurro chama por ela.

Ela tenta ouvir mais atentamente quando outro estrondo acontece mas esse foi bem mais violento a assustando e fazendo ela cair para trás sentada quando um dos caras de branco invadem o quarto metendo o pé na porta –Chegou sua vez!- e ela se desespera tentando fugir mas não consegue e começa a gritar socorro enquanto o home a segura firme e a joga na cama e rasga sua blusa expondo seus seios e torso inteiro. Ela continua a gritar desesperadamente. O homem segurando ela com muita força as vezes usando as unhas e rasgando a pele dela com uma puxada tenta rasgar a calça dela mas o tecido resiste e ela consegue liberar uma mas mãos e enfia seu dedo dentro do olho do homem com muita força e o sangue respinga pelo seu corpo e pela cama, o rapaz se afasta um pouco e ela com o solado do pé o empurra o fazendo cair.

Sara sem pensar duas vezes se levanta e corre em direção a porta, mas ela se fecha sozinha –Sara, Sara; se acalme ... porque não brincamos um pouco?- ela vira lentamente e vê o rosto do homem todo desfigurado, seja o que for não era humano.

-Isso não é real, não é real, não é real! - Ela repete várias vezes e tenta abrir a porta mas não consegue. Aquela coisa vai em direção de Sara se vira e fecha os olhos e nada acontece. Ela abre os olhos e está ajoelhada no mesmo lugar de sempre. -O que está havendo comigo?

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⏰ Última atualização: Feb 02, 2018 ⏰

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