(Música acima, ALL STAR AZUL)
Ao chegar em casa, me deparei com Felicity limpando o jardim. Entrei, troquei de roupa e voltei para o mesmo.
— Me dá isso aqui, deixa que eu limpo para você.
— Não, senhorita, este é trabalho dos empregados — disse ela, tirando a grama do chão.
— Não tem essa, me dê isso aqui.
Ela me entregou o rastelo e foi para dentro.
...
Quando finalmente terminei, tirei o tênis e fui tomar banho. Saí, vesti minha roupa e desci.
— Feh, não vou comer agora, tá? Estou sem fome... Qualquer coisa, estarei no meu quarto tocando violão.
— Ok.
Subi novamente, fechei a porta, peguei meu violão e comecei a tocar:
— Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as Índias, mas a Terra avistou em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali
E entro no elevador
Aperto o 12, que é o seu andar
Não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje.
Estranho, mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu All Star azul combina com o meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na Lua, como eu ainda não tenho seu endereço?
O tom que eu canto as minhas músicas
Para a tua voz parece exato
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul.
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12, que é o seu andar
Não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem, ficou pra hoje...
— Tua voz é linda! — disse Melissa, entrando no quarto.
A encarei assustada e não disse uma palavra, apenas fiz um gesto para que ela fechasse a porta e viesse até mim. Ela se sentou do meu lado e a encarei por alguns segundos.
— Já sei que você fala, então diga algo.
— Quem te deixou entrar?
— A moça que estava na cozinha, ela disse que ia te avisar e eu disse que não precisava.
— Você me seguiu até aqui?
— Sim, desde que saiu do colégio — disse ela, olhando para o meu violão. — Vi até sua mãe.
— Como é que é? — perguntei, nervosa. — Com permissão de quem?
— Calma, só a vi de longe... Quando você estava com ela — disse, me encarando. — Olha, sei que ela não está bem e tal, mas por que você não conversa como todo mundo?
— Tenho meus motivos... E você não pode contar para ninguém que me ouviu cantar.
— Por quê?
— Como eu disse antes, tenho minhas razões... Ninguém pode saber que "eu sei falar".
— Tá, eu fico calada! — disse, revirando os olhos.
— E sobre o trabalho... Relaxa, você não vai ficar sem nota.
— Duvido muito — disse, revirando os olhos. — Katherine, desde que te conheço, você não fala com ninguém, não apresenta trabalhos... Como você mesma sabe, minha situação no colégio não está lá essas coisas. Corro o risco de reprovar e...
— Melissa, eu não tenho nada a ver com isso — a interrompi. — Não estuda porque não quer. Não vem colocar o trabalho nas minhas costas. Sempre faço trabalho escrito e sempre tiro dez. Ao invés de ficar se exibindo porque é riquinha e irmã do menino mais bonito do colégio, ESTUDA! De que adianta ser a garota mais bonita do colégio e tirar notas ruins? Sua "popularidade" não te ajuda em nada, e seu dinheiro também não!
Olhei para Melissa e ela estava chorando como um bebê. Acho que exagerei um pouco.
— Ei, desculpa! Não costumo ser assim...
— Tudo bem... Você está certa!
— Estou? — perguntei, confusa.
— Está! Ser irmã do menino mais bonito do colégio me deixou popular... Graças a isso, sou o que sou. Não tenho amigos, ninguém gosta de mim e só tiro nota baixa — disse, triste.
— Vamos fazer um trato?
— Um trato?
— Sim! Eu te ajudo nos deveres e trabalhos do colégio e, em troca, você não conta para ninguém o que viu hoje! Feito?
— Feito! — disse, sorrindo.
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A Misteriosa Katherine (Concluído)
RomanceKatherine é uma garota misteriosa, ninguém sabe de onde vem, sobre seus pais ou onde mora. Fechada pro mundo, ela sofre em segredo sem que alguém perceba, a estranha do colégio que poucos sabem o nome ou a idade... Muitos a julgam pela seu exterior...