Vovô Babão

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Detestava aquele lugar. Detestava as regras impostas, o uniforme, seus colegas riquinhos que acreditavam ter algum poder sobre os outros somente por ter mais dinheiro. Detestava o fato de não voltar para casa e de não poder contar para seu Papa o que realmente acontecia ali.

Entrou na sala ampla e bem iluminada. E, acima de tudo, odiava ele. O homem de meia idade sentado na mesa enfrente a todas as outras mesas. Shimura Danzou, seu professor de biologia. O olhar daquele homem lhe dava nojo. Um olhar sujo e corrompido que lhe prometia as mais diversas perversidades que um homem podia imaginar.

A alguns meses atrás Minato entrou em um cio provocado. Ele usou seus feromônios para induzir o cio do louro, causando dor e alucinações. Minato não sabia dizer se realmente consumou o cio com ele ou não. Sua mente sempre apagava, lembrava apenas de sentir a dor e a lubrificação descendo, lembrava e ser pego e levado para outro lugar, se lembrava de sentir toques, mas não lembrava do ato em si.

Mas tinha ranço só de pensar.

Danzou pegou os testes e passou a distribuir, a sala em silêncio. Cada aluno tinha seu nome na prova, e sempre sentavam em ordem alfabética. Então porque Minato fora o último a receber o teste?

A prova estava extremamente difícil. Passou as duas aulas para responder e quase não conseguiu a terminar a tempo. Sentiu o cheiro e o desconforto. Estava concentrado então não se atentou ao Alfa que trancou a porta da sala. Nem havia percebido que era o único ali com ele.

_ O tempo acabou garoto.

O louro suspirou e pegou suas coisas. Seguiu e cabeça baixa e entregou o papel, seguindo então para porta. Percebeu então que ela estava fechada e trancada.

Sentiu a cólica forte e perdeu o equilíbrio. Ouviu os passos tranquilos. Se ele entrasse em outro cio induzido poderia ficar com sérios problemas de saúde. Quando o seu maldito professor parou próximo a si, Minato jogou a mesa nele e passou a tacar a cadeira na porta. O barulho era imenso e o professor não chegou perto de si, pois sabia que logo alguém apareceria. Minutos depois, a diretora apareceu, horrorizada com o sangue na testa do Alfa e na porta quase destruída. Minato não quis saber, não disse absolutamente nada. Somente correu para longe daquele pesadelo.

Estava na floresta, percebeu assim que parou de correr para respirar. Não conhecia nada ali fora, estava perdido e faminto, as cólicas ainda despontando no seu ventre.

Rodou em círculos no que pareceram horas. Sujo e sem forças, viu ao longe luzes que pareciam faros de carro. Andou mais uns metros e logo viu a rodovia. Mas não havia carro ali. Como faria agora? Não tinha mais forças.

Perdeu-se em pensamentos, voltando quando ouviu a buzina.

_ O que faz aqui garoto?

Minato não conseguia ver a pessoa com perfeição, as vistas embaçadas.

_ Está perdido?

Minato assentiu, vendo tudo ao seu redor girar.

_ Entra que vou te dar carona.

Sem perguntar nada, o louro abriu a porta e entrou, os olhos fechados e a mão na cabeça. Sentia muita dor de cabeça. Encostou sua cabeça no banco e passou a controlar a respiração, tentando ignorar a dor.

Ao longe sentia alguma coisa mexer em suas roupas. Segurou atordoado impedindo sua calça de ser tirada. Suas vistas demoraram alguns instantes para focar. Era uma mão. Alguém tocava no seu membro adormecido.

_ O que... esta fazendo?

Não fora nada além de um sussurro. Sua garganta arranhava e queimava. Sentia dor no corpo todo.

Uma Nova VisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora