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Não encontrei mais o Harry depois de nossa conversa.

Devo confessar que meu coração acelerava toda vez que saía de casa para o trabalho. Tinha receio de que fosse encontrá-lo como daquela vez à alguns dias, encostado em seu carro, me esperando. Voltar a frequentar o café do Alfred também demorou um pouco, já que ele também aparecia por lá. Mesmo que o ambiente nem fosse o estilo dele.

Comecei a relaxar quase uma semana depois, quando estava em minha sala na editora, e passei por uma notícia onde mostrava Harry na Inglaterra, com sua mãe e irmã, saindo de um restaurante ontem à noite.

'Nada melhor do que estar com a família', era um trecho da entrevista que pesquei rapidamente quando passava pela matéria.

Pelo menos não era uma modelo da Victoria Secret dessa vez, meu subconsciente diz. De que importa se fosse? A única ligação entre nós dois, é a Audrey. Nada mais.

Depois desse dia, sair já não me causava mais tanto nervosismo. Tudo parecia estar voltando ao normal. Até agora.

O café em minha xícara, parou no meio do caminho quando vi de quem era a mensagem que recebi. Meu coração voltou a sambar em meu peito como fazia à alguns dias, quando tinha que encará-lo nos olhos.

"Como está a Audrey?"

Só isso. Uma pergunta simples. Porque tem que ser tão difícil, só porque foi ele quem enviou? Leio a mensagem várias vezes ainda debatendo internamente se vou ou não responder.

Bem, ele é o pai, merece saber. Mas, não quis saber dela quando soube que ia ser pai.

Os pensamentos se seguem em minha cabeça durante vários minutos. Nunca chegando em um consenso. Então antes que mude de idéia, pego o celular e digito rapidamente uma mensagem em resposta.

"Sim, está. Agora, apague meu número. Não quero voltar a receber mensagens sua."

Aperto enviar e jogo o celular em cima da mesa. Sua resposta vem alguns minutos depois, e a luta começa novamente dentro de mim.

"Obrigado por me certificar de que ela está bem. Pensei que já que não posso vê-la, poderia me falar por aqui. Mesmo que apagasse seu número, ainda assim não o esqueceria. Mais uma vez, obrigado"

Não respondo dessa vez. Desligo o celular e o largo na bolsa. Tento voltar ao trabalho depois disso, mas não consigo tirar suas palavras de minha cabeça. Poucas palavras e o estrago é feito novamente dentro de mim. Odeio que ele ainda consiga mexer tanto assim comigo.

No dia seguinte, quando acordei, meu celular ainda estava desligado na bolsa. Uma nova mensagem apitou assim que o liguei. Meu coração acelerou em antecipação, mas quando vi o nome do Tom, relaxei um pouco. Ele dizia que estava tentando voltar a tempo para o aniversário da Audrey, acelerando todos os trabalhos na empresa, por isso não falou nos últimos dias. Respondi uma rápida mensagem falando que tudo bem e que estava com saudades, antes de levantar.

Uma nova mensagem apitou e clico em abrir sem nem mesmo verificar de quem é.

"Acredito que essa mensagem não tenha sido destinada à mim, estou certo?"

Eu havia enviado a mensagem para o Harry por engano. Minhas bochechas esquentaram e eu afundei em baixo do travesseiro, como se Harry magicamente pudesse me ver ruborizar em vergonha.

"Me desculpe, era para o Tom."

Enviei rapidamente.


"Tudo bem. Como está a Audrey?"

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