Vidros

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Taca pedra na vidraça dos meus pensamentos e destrói o anseio de ter que ser alguém.

Coloca abaixo o vídro embaçado que me reflete e me força procriar.

Esfarela o espelho social onde felicidade artificial atrai a boa e velha sociedade.

Taca! Taca pedra!

Destrua vitrais que questiona e inferioriza minha sexualidade, meus devaneios e quem sou de verdade.

Rache os tetos de porcelana, moa os cacos como bagaço de cana. Deixe-os sem alternativa e me salve de ter que corresponder expectativas.

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