Capítulo 15

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Ocupamos as cadeiras em redor da mesa que se estendia pela sala.

-Temos aqui um belo local. Acho que é do acordo de todos que este devia tornar-se o nosso esconderijo - pronunciou-se o Nam.

Os meus irmãos concordam com a cabeça.

-No entanto, a última palavra é tua Jungkook - olho nos olhos do nosso líder.

-Nem podia ser de outra forma.

-Agora vamos à segunda parte da conversa. - o Hope começou - O que raio o teu avô fazia? Quem ele era? O que é a Frelsi?

-Se me deixarem invadir o sistema a partir dos computadores existentes posso tentar descobrir.

-Estás à vontade Yoongi-Hyung - falei.

-Se precisares de ajuda diz - tocou-lhe no ombro esquerdo o Jin depois de se aproximar dele.

-Só de comida.

-Então eu, o Hobi e o Jimin vamos ali ao café da frente e já voltamos.

-Enquanto vocês vão, eu irei ver alguma papelada que possa ter sido deixada para trás e ajudar o nosso hacker.

O Rap aproxima-se das estantes e começa a vasculhar, e o resto dos meus irmãos vai-se embora, restando apenas eu e o Tae sentados à mesa.

Ele estava distante. O seu olhar encarava o vazio sem um pingo de brilho. Parecia ver um filme que mais ninguém via. Um filme triste.

-Jungkook, chega aqui - arrasto a cadeira pelo chão e caminho até à estante onde o meu irmão se encontra a segurar uma única folha. Nela estava rabiscada uma imagem de um cubo e gravado um nome: Choi Minhyun.

Nunca tinha ouvido aquele nome mas a imagem era-me familiar de alguma forma.

-Sabes o que é? - Perguntei.

-Parece o que antigamente as pessoas chamavam de cubo de rubick. No entanto, é diferente do que pensava, e este desenho estar junto de plantas de locais que já nem existem é muito estranho.

-Nisso tens razão.

Mantenho-me calado relativamente a reconhecer aquele cubo. Pressinto que se o disser em voz alta algo de mal irá ocorrer a alguém que me é próximo.

Finjo devolver o desenho à estante, guardando-o ao invés disso no bolso.

Permanecemos mais vinte minutos a vasculhar ficheiros mas não encontramos nada de útil.

-Voltámos - o Jimin entra com dois sacos cheios nas mãos.

O Jin e o Hobi vêm atrás igualmente carregados.

-A única coisa que aquele café tem de invulgar é o nome das comidas. Como não sabíamos o que era o quê, pedimos o que parecia ter melhor nome: 3 Frelsi, 2 Von e 2 Hefnd.

-Repete lá de novo, Jin-Hyung - peço.

-3 Frelsi, 2 Von e 2 ... Oh! Entendi.

-Hefnd e Frelsi. Ambas supostas organizações contra o governo - o Yoongi constatou.

-Eu vou voltar lá - o Jimin sai a correr da sala.

-Vou com ele.

Vejo o Namjoon abandonar também a mesma.

-E eu vou comer - o Suga senta-se à mesa e abre um dos sacos.

Olhamos todos para ele.

-É o quê? Ele foram tentar descobrir mais, a nós só nos cabe esperar e não vou morrer à fome só para esperar por eles.

Nunca muda...

Sentamo-nos à mesa e começamos a comer, e devo dizer que a comida era muito boa. Nãos sei o que é, só sei que não consigo parar de comer.

-Encontraram alguma coisa relevante? - o Hoseok questionou-nos.

-Nada - respondeu o Taehyung.

Tiro o meu C.T. do bolso e vejo as horas: 19:37h.

Já é tão tarde.

Passam-se mais quinze minutos até o Chimchim e o Nam voltarem.

-Aquilo mudou de donos há uns sete anos. Acharam piada aos nomes da ementa antiga não lhes mexeram. Não sabiam nada a respeito dos antigos donos - o nosso líder atira-se para uma das cadeiras e começa a comer. O Jimin imita-o.

O Taehyung olha para o seu relógio e levanta-se de seguida.

-Preciso de ir tratar de um assunto. Até logo.

-Até - todos, exceto eu falam.

Nenhum dos meus hyungs parece estranhar a atitude do nosso irmão.

Volto a pegar no meu C.T. e entro no I.L.. Passo as notificações um pouco para baixo até encontrar o que me havia esquecido.

-Tenho de ir - levanto-me e corro até à rua para apanhar um táxi.

Indico ao motorista o local que quero ir, esperando de seguida, impaciente, até chegar ao meu destino. Quase meia hora de viagem.

Pago o valor indicado no taxímetro e vou até uma pequena banca comprar um buquê de rosas brancas antes de passar pelos portões do cemitério.

Ao longe vejo o meu irmão parado em frente a uma lápide.

Caminho até ele, repousando de seguida o buquê sobre o mármore cinza.

Olhei para a fotografia do homem que ali jazia. Park Bo Gum era o seu nome e ele tinha sido um dos amigos mais próximos do Tae. Morreu á precisamente um ano. Acidente de carro.

-Obrigado por teres vindo - encarei o meu irmão. Lágrimas corriam pelas suas faces. Transparentes, tal como os seus sentimentos.

Bogo shipdaOnde histórias criam vida. Descubra agora