Day's Dream - JiKook

Late Texts

A minha mãe acabou de sair de casa e a minha irmã está na escola, quer dizer que tenho a casa só para mim. Por fim, posso estar sozinho durante umas horas. Meto a televisão na rádio e vou buscar o meu computador e o meu caderno ao quarto.

Estou a descer as escadas quando tocam à campainha. Pouso as minhas coisas na mesa e baixo o volume da televisão, indo abrir a porta em seguida.

E quem é que poderia ser? Exatamente, Jeon Jungkook.

-O que é que fazes aqui, outra vez? - pergunto-lhe, cruzando os braços.

-Sai as 3:10 PM, vim estudar - sorri-me.

-Aí, sim? Eu disse-te, quando combinamos isto do estudo, que às terças e quartas não dava, são as minhas tardes livres, para além de que são os únicos dias em que consigo desenhar e escrever à vontade - fito-o.

-Eu também desenho, mas não te preocupes, não te perturbo – diz e entra em casa. Folgado.

Fecho a porta e sigo-o até à sala. O Kook senta-se no sofá e olha para mim expectante.

-Agora a sério, o que vieste aqui fazer, Jungkook?

-Eu disse-te que hoje não te largava.

-Sim, eu pensei que te referisses à escola, não o dia todo, literalmente. Vais ficar a dormir comigo também? – reviro-lhe os olhos.

-Se quiseres – sorri descaradamente.

-Estava a gozar! – exclamo.

-Não tens de desenhar, vá toca a sentar aqui – dá pancadinhas no lugar ao seu lado.

Volto a revirar-lhe os olhos e sento-me ao seu lado.

-Podes ficar, mas não podes fazer barulho - aviso-o - É como se não estivesses aqui, percebeste?

-Absolutamente, hyung - ele esforça-se para não se rir.

Ele não vai aguentar muito tempo sem me perguntar o que quer, já o conheço melhor do que ele pensa.

Pego nas minhas coisas e começo à procura de partes do corpo para desenhar; depois de procurar uns quantos desenhos começo a desenhar. O Kook está entretido com os seus exercícios de matemática, a esforçar-se para não me dar atenção mas sinto a sua ansiedade daqui. É muito mau dizer a minha vontade de rir?

-Jimin hyung? - chama-me. Já sabia.

-Diz, Jungkook-ah - digo sem olhar para ele, continuando a desenhar a "minha" mão.

-Podemos falar? - pergunta-me com um certo nervosismo.

-Oh, não vais acabar comigo, pois não? - olho-o fingido estar assustado.

-Não - revira os olhos - Não gozes, é sério.

-Do que queres falar então? - já larguei o desenho, não o vou conseguir acabar com ele aqui de qualquer maneira.

-Sobre o que te perguntei hoje de manhã - encara-me.

-Oh, isso, pois... - desvio o olhar.