Day's Dream - JiKook

100% Hetero

(...) Até que alguém bate à porta...

-Jimin, querido? - é a minha mãe.

Afasto-me, rapidamente, e talvez um pouco abrutamente, do Jungkook, assustado, e faço-lhe sinal para ir para a casa de banho. Ele faz o que lhe digo, rapidamente, e eu vou abrir a porta, tentando parecer o mais normal possível. Para de bater tão rápido coração!

Abro a porta e vejo a minha eomma com o cesto com as minhas roupas lavadas nas mãos, afasto-me para a deixar passar.

-O que estavas a fazer para estares assim tão ofegante? - ela pergunta entrando no quarto com um sorriso a brincar-lhe nos lábios, quase cúmplice, como se soubesse.

-Estava a treinar uns passos - respondo a primeira coisa que me vem à cabeça.

Ela pousa o cesto em cima da cadeira da minha secretária e vira-se para mim.

-Sem música? - cruza os braços e arquea uma sobrancelha, quase desmascarando-me.

-Estava a tentar perceber como se faz antes de o fazer com a música.

-Ah, está bem. Então, cuidado e espero que o consigas fazer. Eu sei que as paredes bloqueiam um pouco o som, mas tenta não fazer muito barulho - ela diz e engulo em seco.

-Ah, okay - digo sem jeito.

-A MoonHyung foi a uma festa, porque não foste também com ela?

-Não quis - dou de ombros.

-O Jungkook foi?

-Que eu saiba não - tento parecer indiferente.

Acho que vou ter um ataque de nervosismo se a conversar se aprofundar no assunto Jungkook.

-Hm, okay. Sabes, o pai dela teria ficado mais descansado se tivesses ido, mas ela foi bem acompanhada, com um rapazito bem bonito, que se diga, tão bonito quando o Jungkook - diz e por momentos vejo-a olhar para a porta da minha casa de banho.

-É tudo, eomma? Estou cansado, gostaria de descansar - digo-lhe tentando não parecer rude.

-Sim - dirigi-se á porta - Cuidado ao praticares, e com o som também.

Pisca-me o olho e sai do meu quarto, fechando a porta. Fico a olhar para a porta de queixo caído. Será que ela sabia?

O Jungkook saí da casa de banho rindo e eu olho para ele indignado, e ainda chocado com o que acabou de acontecer.

Parece muito alegre para quem estava a chorar à uns minutos atrás.

-Adoro a tua mãe - ele diz e continua a rir.

-Estás-te a rir do quê? - bato-lhe no braço chateado, o que só o faz rir mais.

-Da situação. Tenho quase a certeza que a noona sabia que eu estava aqui, senão desconfiava - diz parando de rir, mas ainda com um sorriso no rosto.

-A culpa é tua que não tens cuidado! - acuso.

-Verdade. Mas não tenho culpa de seres irresístivel - sorri e eu desvio o olhar corando.

Ele está só a meter-se comigo. Acalma-te coração.

-Deixa-te disso, se queres ficar, senta ali - aponto para a minha cama.

-Mandão - murmura e depois ri, vendo o meu olhar ameaçador, e vai sentar-se na cama.

Vou até ao meu laptop e meto a minha playlist no Melon a tocar de fundo. Pego na cadeira de rodinhas e arrasto-a até ao meu armário, para puder arrumar as minhas roupas.