Icarus

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Snart - POV

O galpão abandonado antes de chegar em Opal City é o lugar que sempre encontro com Barry. Ele nunca diz o que fez ou por  onde anda. Sei que ele está usando drogas agora, entrou pra uma gangue perigosa em Star city e hoje finalmente me ligou.

Confesso que estou nervoso para reencontrá-lo após o nosso último encontro há um mês, e ele ainda parecia ser o mesmo Barry, mas sabia que não.

Uma moto vem se aproximando até onde estou.

É ele? Tem de ser.

O motoqueiro todo vestido de jaqueta e calça preta, tira seu capacete e logo reconheço aqueles cabelos pretos e aquela pele branca, agora aparentando um tom mais escuro. Era o meu Barry.

Ele desce da moto e vem na minha direção, meu coração acelera estranhamente e tenho vontade de abraça-lo. Será?

“Sem abraços, Snart” ele diz antes de qualquer coisa.

“Tudo bem...O que você quer de mim? Pergunto.

“Eu preciso de um favor” ele solta um sorriso bem cafajeste.

“Não posso ajudar” minto

“Você sabe o que vai acontecer” ele tenta parecer perigoso.

“Olha, Barry. Cansei dos seus joguinhos com minha mente, cansei de ser seu capacho, qual a sua hesitação em me matar? Me diga” solto tudo que estava na garganta.

“Olha, não estou nem aí para os seus sentimentos, foda-se todo o seu papo de “eu te amo, Barry", “eu gosto de você, Barry” ele rir “Isso é doentio, você sabe que não sou gay.

Ele realmente me deixou sem palavras agora...Eu gosto dele mesmo e agora? Sinto um vazio me invadindo neste exato momento.

“O que foi? Você ficou com seu coração partido, Léo?” Ele zomba da minha frustração.

“Vou te ajudar” falo “Com uma condição”

“Pode dizer” ele cruza os braços para me ouvir

“Você tem que me matar aqui e agora, isso depois de te ajudar* falo demonstrando certeza.

“O que? Morrer? Não, você não pode morrer. Não que eu me importe com você...Você não pode MORRER” ele parece desesperado.

“Isso não vai ser problema, Snart” alguém atrás de mim fala “Vocês morrerão aqui e AGORA.

Um homem praticamente igual ao Barry, igual. Um irmão gêmeo? Ele nunca me disse que tinha um.

Corro em direção ao Barry e ele estranhamente me coloca atrás dele.

“Quem é você?” Barry pergunta sem entender

“Hello Brother” o estranho diz “Sou Malcolm Thawne, seu irmão.

“Não pode ser” barry me encarou assustado.

“Ou você acha que não sabia do seu plano de ter morrido”? Ele gargalha “Você é tão patético meu irmão.

“Você matou tanta gente, Barry” ele fala com tom Irônico “Como será que Central City vai lidar com isso?”

“Eu não matei ninguém” Barry grita “Snart é tudo mentira, eu não matei ninguém. Eu estava em uma…

“Ilusão, Barry” ele completa “A maconha que fuma é na verdade um controlador mental, consigo implantar sensações e memórias como se você tivesse feito aquelas coisas”

“Por que ainda me lembro dessas memórias?” Barry pergunta quase chorando.

“Porque estamos ligados por sangue” ele conclui.

“Eu quis que  enxergasse as coisas agora, quero que leve esse peso na consciência para o resto da vida, mas vou ter que te matar aqui e agora” ele diz isso e me encara.

“E você, obrigado por ser um idiota completo e acreditar em tudo como um patinho, que pena sobre suas noites em pranto, mas elas acabam hoje. Como você” ele conclui correndo na minha direção.

Malcolm corre rápido na minha direção com algo azul na sua mão, minha pistola está nas minhas costas no formato menor. Quando penso em pegá-la, Barry acessa sua Speedforce e vai bater de frente com o irmão.

Eles colidem e são jogados em lados opostos, vejo Malcolm se mexer no chão úmido. Corro até Barry, aparentemente imóvel e sem respiração, e não sinto nenhum pulso nele...Vamos, Barry. Acorda. Tento levantar ele após alguns movimentos feitos no peito dele, e nada. Resolvo me sentar encaixando cabeça dele sobre meu colo. O rosto dele está lindo como sempre, está com cicatrizes de faca no braço. Aliso seus cabelos negros e macios na tentativa dele acordar.

Preciso tentar...Me perdoe, Barry. Inclino meu rosto em direção ao dele e nossos  lábios se tocam de maneira simples e afetuosa. Sei que é um conceito bem Hollywoodiano isso de beijar a donzela, mas por um momento tive medo de perde-lo.

Malcolm ainda está se levantando, parece que sentiu mesmo o impacto. Barry vai abrindo os olhos lentamente e sorri ao se ver meus braços

"Léo" ele fala.
"Não diga nada, Barry" tento acalmá-lo. "Você consegue se levantar?"

"Acho que sim" ele fala sorrindo.

Barry se levanta e consegue ficar de pé, certifica-se de que estou bem e agradece pelo beijo. Não deu pinta de querer repetir, mas tudo bem.

"Meu irmão, você cometeu um erro imperdoável" Barry soa mais como o velho Barry "Você fez eu ser cruel com a única pessoa que tem cuidado de mim nesses últimos meses"

"Barry..." eu tento conter as lágrimas…

“Vocês parecem um casal com todo esse sentimentalismo todo" ele gargalha

"E se fôssemos, qual seria o problema?" Barry pergunta. "Você tem algo contra?

“Você não vai envergonhar a nossa mãe" ele cospe as palavras.

"Não fale de Nora como se importasse com ela" digo com raiva.

"Eu me importava, mas pedi para nosso tio, Eobard, mata-la. Ou você acha que não ia te assombrar mais?" Malcolm fala em tom frio

"Você é um monstro" digo

"Todos somos monstros, Léo. Cabe a nós assumir quem somos ou fingir uma vida feliz, eu escolhi ser quem sou" Malcolm conclui

Ele desaparece por alguns segundos... Procuramos ele em todos os lados, mas não achamos.

Sinto algo frio descer pelo meu peito e minha pernas começam a perder força. Caio no chão como um boneco de pano.

Vejo ainda inconscientemente dois raios colidindo um contra o outro. Tenho força ainda para dizer as palavras mágicas

"Run Barry, Run" digo e então tudo escurece.

Coldflash's History - Bad BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora