Capítulo 5

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Feliz Aniversário Beatriz minha linda. Toda sorte do mundo. Amor e sucesso sempre. Parabéns!!!


   Afonso

Eu tinha absoluta certeza que ela tinha planos. Bastou segui-la e lá está Manoela agindo sozinha pelas minhas costas. Não acredito que confiei nela.

Quando ela se senta para um café com um estranho depois de sair da sede da policia eu sei exatamente o que está fazendo. Eu não preciso ouvir sua conversa para saber o que está fazendo.

Fico do outro lado da rua. Assistindo seu riso e curvar de pescoço, o cruzar de pernas sensual e nem posso condenar o idiota por estar ali se derretendo todo. Ela é mesmo linda.

Leva talvez meia hora até que os dois se despedem e o homem parte. Manoela deixa o estabelecimento e aproveito para ir ao seu encontro. Ela vai ter que me explicar direitinho que jogo baixo é esse.

Alcanço seus passos em apenas uns segundos, ela caminha lenta pela rua. Feliz por estar me enganando, mas precisa de mais do que isso para me passar a perna. Seguro seu braço e ela se volta num sobressalto. Sorri quando me reconhece e me irrito ainda mais.

— Achou que me enganaria? – Ela se espanta, o sorriso desaparece. – Agindo pelas minhas costas? O que tem em mente, roubar a matéria? Meu lugar na revista? Isso foi bem baixo.

Os olhos dela cintilam, ela pisca e vejo a duvida se tornar decepção e então raiva e quando ela me empurra se livrando da minha mão a prender seu braço só tem raiva.

— Você é completamente estúpido. Um grande imbecil.

Ela esbraveja furiosa. Ainda acha que tem razão.

— Não foi atrás de informações pelas minhas costas?

— Fui! – Ela grita no meio da rua, as pessoas olham ao passar por nós. – Fui por que é um idiota intransigente que jamais me permitiria fazer algo que não fosse do seu jeito. Consegui muitas informações.

— Conseguiu? Assim? O cara simplesmente se sentou com você e saiu falando?

— Exatamente assim. – Ela avisa ainda brava. – Ele nem desconfiou de nada. Sou italiana e eu... eu fingi bem, ele queria me agradar, queria se vangloriar e faria qualquer coisa para isso. Até... até contar suas proezas e a dos amigos. – Ela diz ainda irritada. Não mais do que eu. Posso garantir.

— Ainda que seja verdade, não podia fazer nada sem falar comigo. Sou seu chefe. – Manoela me encara firme, queixo erguido e olhos severos.

— Teria me dado ouvidos? Não, admita, não aceita nada que não seja sua opinião, me menospreza por estar começando, por ser sua assistente, uma que você não queria. É muito egocêntrico. Um idiota que se acha superior por que venceu sozinho. Dane-se, ouviu? Dane-se. Isso é besteira. Não importa como cheguei aqui. Importa é o quanto posso adicionar. Meu talento é meu talento e não é discutido pelo modo como consegui meu emprego.

Os gritos dela pela rua chamam atenção de tal modo que logo alguém vai chamar a policia. Não estamos na Itália. Onde todos são um pouco assim. Barulhentos, briguentos e sem medo do que tem em torno.

— Vamos sair daqui. Está todo mundo olhando. – Tento toca-la, Manoela me empurra. Os olhos cheios de magoas e já nem sei direito o que está acontecendo.

— Por que? Me abordou no meio da rua, agora quer discrição? Nem pensar. Quer discutir? Vá em frente, me acuse sem provas, sem base, usando apenas sua visão deturpada de mim e de tudo que não é você mesmo.

Série Família De Marttino - Encontros de Amor (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora