Conforme as câmaras metálicas eram ultrapassadas, a 2B lembrava e entendia o conhecimento em seu emulador mental, os sentimentos podiam ser alcançados, por descrições, mas, não podiam ser controlados pela androide de batalha.
Conforme os dias foram passando, entre escadarias colossais, espaços sem gravidade, luzes e salas em cores únicas se relevaram, vazias, como as paredes, dessas, fiações escapavam, no solo, fios ligavam estações rudimentares ao que era entendido como partes de YoRHa danificadas.
Conforme a escuridão impedia a captura de imagens pelas câmeras rodeando a 2B, essa nota que pode entender o ambiente se baseando nos sons emitidos por seu próprio corpo, bem como, pelo sistema de navegação, contudo, em tais sentidos não existe a beleza da visão, em tais sentidos tudo é a mera informação, dados.
E a luz é ansiada pela androide, tendo observado, perder tal sentido lhe alimenta a:
- Tristeza? - esse era o sentimento emulado pelo drive das emoções.
Tanto que, levitando, sem gravidade, a YoRHa Nº 2 modelo B sentira o oposto do que lhe tinha nos passos na escuridão quando vira a luz, numa janela acima, no topo de uma torre circular que era o caminho ao reator da linha de produção abandonada.
O impulso, sem gravidade, de um salto, é o suficiente para lançar a androide rumo à janela.
E o céu azul é reconhecido como o céu da Terra, o antigo céu.
É apreciado o vento adentrando o metal, e a sensibilidade no material sintético captura toda a perfeição do ar invadindo a androide.
Seguindo o olhar acima é vista a lua, ou parte dela, está quebrada, pelo céu fragmentos como estrelas cadentes atravessam o azul em todas as direções.
Um terço da lua, naquele instante, ainda jazia no céu, o restante à Terra rumara, e na atmosfera do planeta se desfragmentara, ou, atraído pela gravidade terrestre contra continentes, e oceanos, se chocara, levantando nuvens com quilômetros de extensão.
As nuvens eram observadas distantes, a fábrica estava parcialmente enterrada em areia, toda a cidade próxima, abandonada milênios antes, ainda quando os humanos existiam, segue ao horizonte sendo devorada pelo deserto de areia âmbar.
Cálculos são feitos nos avançados drives da YoRHa Nº 2 modelo B, e a probabilidade mesmo da flora sobreviver tamanha catástrofe é de um por cento, a fauna não resistirá muito além, contudo, a vida, num novo ciclo, será reiniciada, e sobreviverá.
As memórias da androide revelam seres formados pela união do DNA alienígena, que vírus se tornara na atmosfera terrestre, se fundindo à fauna, e mesmo à flora, criando novas espécies, essas mutações em si adquiriram a capacidade de evoluir conjuntamente, formando cadeias alimentares, e por milênios adaptando complexas estratégias de sobrevivência.
E são dias com a 2B observando o céu inflamado pelas rochas lunares, meses, anos.
E por fim, a colossal rocha, resquício final do satélite natural da Terra, se dividira em três, num ataque triplo contra o solo, no continente africano, calculava a 2B, pela trajetória dos meteoros em flamas riscando o céu, e pelas estrelas colorindo a noite, a última que seria vista por décadas.
Os impactos criam uma camada de poeira que sobe à estratosfera, tal camada leva seis anos para cobrir toda a terra, e é nesse ponto que a 2B inicia sua jornada.
O salto, da janela da torre, atravessa centenas de andares até o toque contra a areia do deserto, essa, que subira dez centímetros desde que a androide observara pela primeira vez o panorama da cidade abandonada, essa, um dia nomeada São Paulo.
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Avisos:
Sim, coloquei minha cidade linda na história xD
Obrigada a quem comentou e deu estrela no primeiro capítulo!
Posto o próximo depois de duas estrelas, ou dois comentários, vamos lá!
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