Second Season - Amor Proibido?

Capítulo 33

Luan Santana

Não sei exatamente há quanto tempo estamos nessa ilha, mas sei que não é pouco. Me sinto cada vez mais fraco, meu braço dói cada vez mais, tenho fome, sede e o pior; tenho medo de morrer e deixar Helena sozinha nesse lugar. Ela que vai atrás de alimentos, já que não consigo ficar de pé.

"Helena". A chamei, fraco. "Eu não vou aguentar muito tempo, aqui". Me esforcei para sentar.

"Não fala isso! Vão encontrar a gente, eu sei que sim!". Falou esperançosa. "Vamos voltar pra cuidar do nosso menino". Sorriu acariciando meu rosto.

"Quero tanto ver ele, eu não quero morrer sem me despedir de todos...tenho que pedir perdão pra Bianca!".

"Você não vai morrer, para de falar isso!". Me repreendeu, séria. "Eu já tive esses pensamentos e eles não ajudam em nada, só te destrói". Sua voz estava melancólica.

"O que houve? É sobre seu passado?". Perguntei atento. Ela anuiu em silêncio. "Me conta? Assim eu consigo ficar acordado". Pedi.

"Tudo bem!". Suspirou. "Eu estava terminando meu curso na faculdade quando comecei a namorar com o Marcos. Ele era lindo, gentil e carinhoso. Eu amava ele!".

Ok, sei que não devo nem preciso, mas fiquei com ciúmes de ouvir ela falando isso.

"O tempo foi passando e acabei descobrindo que estava grávida, eu estava tão feliz...". A interrompi.

"É o bebê que você perdeu?". Perguntei vendo seus olhos rasos d'água.

"Sim! Eu fui até a casa dele mostrar o exame. Chamei e ninguém veio abrir a porta, então entrei e fui até seu quarto, chegando lá vi ele na cama com uma mulher. Ele me viu e saiu do quarto me puxando até a sala, lá ele me disse que a mulher era noiva dele e que eu era só um passatempo, enquanto a tal mulher estava viajando...". Deu outra pausa. "Saí de lá correndo, eu estava sem chão. Quando cheguei em casa notei que havia perdido o exame, mas não dei importância, o que me importava naquele momento era meu filho. O tempo passou, já estava com seis meses, nunca mais vi o Marcos, até aquele dia". Deu uma risada dolorosa.

"O que ele fez?". Perguntei aflito.

"Me atropelou". Falou com um olhar vazio. "Ele matou meu filho!".

"Meu Deus". Com dificuldade a abracei. "E esse monstro tá preso né?".

"Não mais". Suspirou.

"Ele matou, ele é um assassino!". Exclamei.

"Eu sei! Meus pais prenderam ele logo de cara, mas a família dele foram mais rápidos, sumindo com o carro e alegaram que eu havia me confundido porque estava chovendo. Mas não, eu vi ele perfeitamente!".

"Quanto tempo ele ficou preso?".

"Um ano. Quando perdi o Gabriel...". A interrompi novamente.

"Por isso pois o nome do nosso filho de Gabriel?".

"Sim, quando eu perdi ele, entrei em depressão. Eu só queria morrer, aí fiquei sabendo que ele foi solto. Por isso vim morar no Brasil. Eu não podia correr o risco dele tentar me fazer mal novamente".

"Eu sinto muito!". Falei sincero, beijando sua testa.

"Você tá com febre, de novo". Me olhou preocupada.

"Meus olhos ardem". Esfreguei os mesmos.

"Deita, eu vou atrás de água". Beijou minha testa e saiu.

"Eu não posso morrer". Falei sozinho, sentindo meus olhos ficarem pesados.

Bruna Santana

Depois do que ouvimos, eu fiquei paralisada. Bianca desmaiou e por pouco não me aconteceu o mesmo. Eu não acredito no que tá acontecendo.

"É mentira né?". Perguntei à Breno, esperando que ele dissesse sim.

"Infelizmente não, meu amor". Me abraçou forte e eu desmoronei em lágrimas.

Depois de alguns minutos, levamos Bianca ao hospital para ter certeza que estava tudo bem com o bebê. Eles estavam bem, então voltamos pra São Paulo. Chegando lá todos já sabiam, afinal já era notícia em todo país.
Uma semana e nenhum sinal deles, peço à Deus todos os dias que eles estejam bem. As equipes de busca estão desistindo de procura-los, mas Benjamin e papai contrataram outras equipes, que conseguiram achar destroços do Biguço. Eu sei que estão perto de encontrar eles, Deus está mostrando o caminho que devem seguir.

"Eu sinto que logo vão encontrar eles!". Sorri ao sentir uma sensação boa.

"Deus te ouça, filha!". Mamãe falou cabisbaixa.

"Ele vai ouvir, a senhora vai ver!". Fui até ela e a abracei.

Fui para o quarto ver Bianca, o médico pediu que ela ficasse de repouso. Ninguém ainda sabe sobre meu sobrinho (a), não é o momento adequado para dar a notícia. Cheguei no quarto e Bianca estava dormindo, resolvi me deitar também e acabei dormindo.