Zero-Three

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"Vamos lançar um feitiço"

— Dunk Shot by NCT DREAM

Lee DongHyuck mostrou-se celére e desgovernado após o seu explêndido retorno do banheiro. Sua única ação fora olhar o próprio reflexo no espelho e reclamar consigo mesmo as desgraças da vida. Um pouco dramático, com a sua fala arrastada e a voz baixinha como uma princesa tímida. Sua real necessidade era de debruçar-se sobre aquela pia e chorar rios, cachoeiras e oceanos de lágrimas salgadas que, com toda a certeza, ele as provaria pela ponta da língua e sentiria aquele gostinho já tão conhecido por ele, quase como água doce gelada num dia de verão.

Não era uma simples questão e merecer ou não, pois o rapazinho não entendia os designos da vida, apenas estava ali e acreditava que, tentar o seu máximo para não conseguir notas baixas naquela unidade, deveria ser o seu único foco naquele momento. Conquanto, quase sem querer, ambas pontas do seu casaco vermelho estavam molhadas e não era de um líquido qualquer. As coisas começariam a perder o rumo da decência assim que o menino fechasse totalmente os olhos e decidisse por si mesmo parar de enxergar o lado bom da soturnidade.

Rebaixar-se e deixar-se levar pelos ventos traiçoeiros da melancolia e desolação o levaria para densas florestas escuras e tenebrosas, e até montanhas tão altas quanto o Everest e de elevação caprichada nas tristezas que não o deixaria com nem um tênue fio de esperança.

— O que pretendemos escutar daqui a alguns minutos? — decidiu ele mesmo dar fim àquele silêncio incômodo e mortal daquele depósito.

Jisung, o menino mais novo do grupo, com um amarelo na cabeça e mãos grandes as quais batia levemente nos hyungs; esticara os braços e apoiou a cabeça no ombro do chamado Haechan.

Houve um pigarreio, sequenciado por uma leve estalada nos dedos.

— As coisas vão começar a ficar quentes por aqui — anunciara JaeNo, com a voz cavernosa. — Precisamos apenas assistir, pois... se confirmarmos a minha suspeita, haverá uma bomba de cereja explodindo logo logo... Certo, Jaemin? — um falso sorriso maquiavélico iluminou o rosto do rapaz, com um olhar preciso que estava, quase obscuros, sobre o amigo Na.

O chinês se fez presente, com os seus dedos ágeis e toques delicados sobre o teclado. Jeno perguntou-lhe, apenas para suprir curiosidade, o que tanto fazia no computador. O menino, com um suspiro profundo, quase como um tornado, apertou os olhos negros e fizera um som com os lábios, um estalo insignificante.

— Nada de mais, hyung. Quero garantir que tudo isso seja gravado e salvo num lugar seguro — tapinhas foram derramados na base do aparelho.

Por cima do ombro, olhou para a face sem vida de DongHyuck. Queria alegra-lo, pois não fora dito ser humano para sentir-se tão para baixo e morto daquela forma, e por um motivo tão sem lógica quanto aquele. Se Min Hyung lhe fizera mal, as coisas iam começar a ficar ruins para ele, de todo modo. Chocante seria se DongHyuck não se divertisse com a futura "tragédia" daquele ser repudiado.

Era certo que Mark tinha lá os seus motivos, mas nada justifica o ato feito. Sabendo ele que Haechan era de sensível emocional; ainda mais afundado no oceano do teu amor, enquanto Mark, por sua vez, com a sua pocinha chamada "aturar"; porque ele com certeza não o amava de volta.

— Desculpa, hyung — sussurra Jisung após alguns segundos silenciosos — Me desculpa. Te lembrar isso foi um erro.

Haechan encolheu o ombros.

Zero-One Dreamers | NCT DREAMOnde histórias criam vida. Descubra agora