SARAH

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Sarah

Sarah Brown jovem de muitos talentos, cuidadosa em carisma, submissa a vida religiosa, por onde a bela donzela passava deixava para trás um rastro de muita inocência, portadora de um lindo sorriso capaz de hipnotizar os rapazes. seu hobby por herança a musica, que, sua mãe Helena B. por sua vez não a deixou somente a herança musical. Proveu de muitos bens uma fortuna deixada por seu pai Dom Luís quando era ainda uma menininha. Quando jovem desafiada por seu próprio destino em querer esquadrinhar o mais nobre, puro e verdadeiro sentimento. O amor. Acreditando que o brilho de seu olhar poderia ser explicado no louvar dos pássaros felizes em seus aconchegantes ninhos arquitetados sobre os galhos das árvores de seu jardim, ou quem sabe na metamorfose das árvores trocando sua folhagem no jardim visto por sua janela. Era óbvia a condenação daquele sentimento, vinha no brilho reluzente produzido em seus olhos que confirmavam: Sarah estava completamente apaixonada. Passos rasos andar saltitante um lindo espetáculo gratuito de balé em seu palácio, a platéia; seus criados, encomiavam seguidos por rajadas de aplausos a bela moça.

O que Sarah relutantemente insistia em compreender era como viver bem com esse sentimento sem ao menos poder demonstrá-lo em reciprocidade. Em uma época onde a palavra namoro se traduzia em cortejar, compromisso, beijos: raríssimos aos domingos de missa em esquemas, palavras substituídas por trocas de olhares brilhantes parecendo estrelas no céu a luminar, O dia em que tocavam suas mãos, protegiam-se como de um dilúvio, para que não a deixassem molhar. Era lindo de ver os casais no alvorecer da juventude tramando fugas talentosas, frustradas sonhando alto com a liberdade de seguir o coração.

Carmem Brown tia de Sarah, mulher de idade vivida, viuvá, carregava o peso da ausência do sentimento compartilhado, se dedica na criação da sobrinha, desde, a despedida de seus pais. Inconformada com a separação entre sua irmã Helena e seu cunhado Dom Luís. Duas vidas que se amaram loucamente, apaixonados ao extremo que por um acidente trágico fez chegar ao fim suas historias de amor. Suas vidas foram ceifadas. É possível ouvir nos vagos cômodos do casarão da família Brown os gritos de Carmem conclamando lamentos incontroláveis de saudade. Talvez se sentindo culpada, acuada por suas memórias trazendo em lágrimas momentos da infância; as brincadeiras, as bonecas suas fiéis companheiras. Carmem se tornou uma mulher amarga, sem vida, sem brilho no olhar desprezível. Sarah compreendia o que passava Carmem, por muitas vezes testemunhou o desespero transfigurado nas ações fracassadas de por ao fim sua vida sem se quer saber a totalidade.

-Tia!! Por favor, não faça isto. Lembrou Sarah hipnotizada. O dia em que culminará uma tragédia familiar.

-Sarah! Não suporto mais essa dor!- Exclamou Carmem apontando contra a cabeça a velha, porém perigosa garrucha de dois canos carregada de pólvora e chumbos.

-Tia... É possível curar uma ferida causando outra no coração de quem te ama? - Ajoelhada ao chão, o rosto escorria fortes gotas de lágrimas que penetravam o piso amadeirado do casarão.

-Sarah! sussurrou Carmem fracassada sem muita força.

- Oi tia Carmem! Eis-me aqui!

-minha filha! Meu tesouro. Não seria eu um fardo envelhecido sem valor?

-Tia, lembra da viajem que fizemos ao Rio?

-aquela que você passou muito mal? Lembro sim querida. Aquele dia eu sentia que o meu tesouro deixaria de brilhar. Corri com você para os melhores médicos, te carreguei em meus braços fracos sem massa muscular.

-por que fizeste tudo isso por mim tia? Não teria sido melhor para a senhora deixar cessar o brilho? -não. Nunca. - Disse Carmem.

-Então?Tia! Abaixe essa arma e me deixe te abraçar? Você é meu diamante que brilha sem cessar não quero nunca que deixe de brilhar.

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