o que encontrei

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você disse que precisava de tempo.
que precisava de espaço.
que seus pensamentos estavam confusos em relação a mim.
e eu concordei.
eu abri meus braços e deixei você ir.
deixei que você voasse e fosse atrás daquilo que te era necessidade.
e você foi.
e foi pra longe.
e de maneira inevitável,
partiu meu coração.
feriu meus sentimentos.
então pelo que eu sentia por você,
continuei a esperar.
pacientemente,
repleta de esperança
e pronta para te receber de braços escancarados.
pois te dizia sempre
que era você o que eu precisava,
que sua presença era o remédio para minha tristeza,
que seu sorriso era a calmaria para os meus momentos de raiva,
que você era meu ponto de aconchego,
de encontro, de proteção.
mas foi em vão.
eu procurei você
em cada rua,
em cada rosto.
procurei por sua reciprocidade,
não encontrei.
e então bateu o desespero:
eu o tinha perdido.
tudo o que achei, porém,
foram os meus cacos
que precisavam ser encaixados novamente.
como um espelho despedaçado,
eu juntei cada peça
e ao final,
encarei o reflexo da moça
de beleza exterior,
de gênio forte,
de bom coração
e foi aí que eu percebi
que havia encontrado algo mais precioso:
eu mesma.
só então pude enxergar
o quão tola havia sido;
eu nunca precisei de você,
da sua presença ou do seu sorriso.
tudo o que eu necessitava
era encontrar a mim mesma.
e eu consegui.
e você voltou.
e me quis de volta.
mas já era tarde demais,
você percebeu.
e então o desespero te bateu:
você tinha me perdido.  

x.

Um copo de ansiedadeOnde histórias criam vida. Descubra agora