Sentimentos Confusos

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[LongFic Charoix || LWA][11]

Quase para o final, boa leitura!

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A tarde estava com um clima ótimo, estava tão com que Atsuko Kaguri, ou simplesmente Akko, tomava um chá com sua professora preferida. A acastanhada não parava de falar sobre o prodígio de Luna Nova, Diana Cavendish, sua recente namorada. Que tinham começado seu relacionamento a pouco tempo, deixando Chariot surpresa.

─ Ela é tão linda, sabe? ─ Exclama a aluna sentindo as maçãs do rosto aquecerem, soltando logo de seguida um suspiro apaixonado.

Chariot apenas sorriu dando um leve riso ajeitando o óculo que estava em seu rosto, estava tensa, pois de algum modo Akko sempre a fazia recordar de como era no passado e como se sentia em relação a Croix. Não queria que a aluna sofresse como ela já tinha sofrido, mas Diana parecia a corresponder. Então porque se sentia tão apreensiva quanto a isso? Ou era apenas preocupação, já que a via como uma filha para si.

─ E também a Lotte e a Sucy estavam agindo estranho. Mas eu acho que elas se amam. ─ Afirma a garota com um sorriso confiante.

A professora preferida da aluna a olhava preocupada, como se lá no fundo quisesse falar algo. Mas as palavras pareciam pressas em sua garganta e acompanhar a fala rápida da outra a deixava sem muito tempo para falar, já que não a gostava de a interromper. Suas alunas pareciam aos poucos caminhar para o caminho certo e isso a deixava feliz.

─ Esta tudo bem, Chariot-sensei? ─ Brinca a aluna de certo modo preocupada.

Um arrepio parecia ter passado pelo corpo da adulta que apenas desviava o olhar soltando um suspiro cansado carregado de preocupações. Suas mãos não seguravam mais a xícara de chá, mas estavam pousadas em seu colo enquanto agarrava fortemente o tecido de sua roupa. Podia até sentir o suor e o receio de ser julgada por quem confiava e respeitava.

─ Akko...você não tem medo de amar? ─ Diz Chariot sentindo-se cansada e frustrada consigo mesma, afinal o que tinha acontecido com o seu antigo eu?

Um sorriso reconfortante aparecia no rosto da mais nova que olhava a professora envergonhada com ternura. Conseguia entender seu medo, só não entendia o porque dela estar vendo tantos problemas em algo que era simples de se resolver com uma boa e longa conversa.

─ Sensei, não se preocupe com isso. Sensei Croix, te ama muito e ela não parece estar querendo fazer besteira, mas se ela fizer eu posso ajudar. ─ Exclamou Akko aumentando o tom de voz animadamente, erguendo o punho para cima como se fosse socar alguém.

Chariot que não estava tão tensa como estava antes apenas riu em resposta, Akko podia às vezes ser meio ingénua, porém conseguia arrancar um sorriso da maioria das pessoas que estavam perto de si. Era difícil não simpatizar com a alegria e personalidade calorosa da garota. Por mais que tivessem alguns da academia que a viam como uma das piores alunas.

─ Não se preocupe, Akko. ─ Responde a de cabelos vermelhos tentando mudar de assunto.

─ Eu sei, eu sei. Afinal você ainda é a Shiny Chariot e pode intimidar alguém se quiser! ─fala Akko com um brilho no olhos, que chegava a ser assustador.

E a única resposta que a maior a pode dar foi o seu silêncio. Às vezes sentia-se deslocada com o seu antigo eu, como se aquela realidade estivesse bastante afastada dela há muito tempo. No entanto, porque agora custava sorrir? Porque sentia tão cansada? Porque não se sentia bem? Quando é que ela mesma tinha tornado-se um problema para si própria?

Na tentativa de calar os seus pensamentos, pegou na xícara com chá e a levou até a boca, dando um grande gole na bebida quente. Estava totalmente submetida a sentimentos estranhos a qual não conseguia associar a algum sentimento específico. De vez em quando, aquilo chegava ser um incómodo, mas como sempre ela apenas ignorou tudo aquilo.

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Sucy estava irritada por mais que não demonstrasse, como Lotte podia ser tão boba ao ir a aquele encontro com aquele garoto que a mesma tinha esquecido o nome? O tal amigo de Andrew, Frank na opinião de Sucy era um retardado. Sua boca tinha um gosto estranho e odiava ter que admitir que era ciúmes ou algo do tipo.

─ Sucy! ─ Chama Lotte tocando no ombro da mais alta que se encontrava sentada num dos bancos.

─ Tsc! Você não devia estar naquele encontro com o seu namorado? ─ Fala a maior com desgosto na voz. ─ Francisco, não ou se chama Frank?

Normalmente Lotte não se irritaria, mas aquilo parecia cada vez mais ficar estúpido. Tinha falado para ela que eram apenas amigos e não namorados. Sucy podia ser estranha, porém estava muito mais consigo, o que tinha feito para a deixar tão brava assim? Ás vezes Lotte sentia que a outra era difícil de ser compreendida.

─ Ele não é meu namorado.─ Responde a ruiva irritada.

─Tanto faz, não me importo com isso muito menos o que fazes da vida. ─ Diz a maior dando de ombros, assumindo uma postura indiferente.

A mão da menor saiu do ombro da outra, sentando do lado da outra. Sentia os seus olhos marejarem, odiava ter que ficar irritada ou levantar a voz, apenas queria que Sucy visse que ela a amava. A de óculos não queria mais esconder aquilo da outra, era angustiante e doloroso, encobrir a verdade tornava-se casa vez mais impossível de se fazer.

─ Chega Sucy! Eu não gosto dele, eu amo você! ─ Grita com Sucy sentindo as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

E antes que tivesse a oportunidade de correr para longe e se esconder em sua cama debaixo das cobertas, pode ver a outra sorrir lentamente com suas palavras. E Lotte sabia o quanto era raro a outra sorrir, já que a mesma não era muito expressiva e normalmente só soltava comentários carregados de ironia.

─ Não era preciso gritar, mas...eu também te amo. ─ Diz a maior calmamente vendo a outra limpar as lágrimas com a mão.

E foi naquele pequeno instante que Sucy se aproveitou para beijar a outra e o melhor daquilo era o quanto aquele momento parecia melhorar a cada segundo. Era invariavelmente estranho e bom ao mesmo tempo. Não comparasse a nenhuma sensação que já tenha sentido em sua vida.

|. . .|

A noite era fria e já enrolada nos lençóis de seu sofá, Chariot dormia sentindo às lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Enquanto se perguntava várias vezes para si o que tinha acontecido com aquela sua versão tão alegre? Porque a cada segundo queria desistir de tudo e até de si mesma? Porque estava chorando?

Seu corpo tremia, não por frio, mas sim pelo stress acumulado em seu corpo, chegava até a doer. Desejava muito estar deitada abraçada pelos braços da Meredies, mas estava ali, incrivelmente sozinha em seu quarto naquela noite silenciosa. E aquele silêncio a tirava dos trilhos e ninguém mais a escutaria ali.

Quando os sentimentos tinham-se tornado tão confusos e esquisitos?

Continua... (?)

Save Her | CharoixOnde histórias criam vida. Descubra agora