Capítulo Vinte e Quatro

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Por Dimitri Belikov

Cinco anos antes...

Encarei o teto do meu quarto na casa dos Zeklos por um longo tempo sem conseguir pensar em nada específico, afinal aquele era o primeiro Moroi Real que morria estando sob meus cuidados e dane-se que eu não estava de serviço naquele momento a porque era meu dever assim mesmo.

- Vai desmanchar essa carranca horrorosa, sozinho ou vou ter que chutar você e seu traseiro deprimido para fora dessa cama imediatamente Guardião Belikov? -Perguntou Raquel Zeklos, ou Kell como gostava de ser chamada.

- Majestade Zeklos. -Falei rapidamente me colocando de pé rapidamente levando um joelho ao chão e abaixando a cabeça em sinal de respeito.

- Bem, acho que essa é a primeira vez que você agir tão rigidamente o lance de ser Guardião me serviu para alguma coisa. -Disse ela abrindo um pequeno sorriso.

- Como assim? -Perguntei franzindo as sobrancelhas numa careta de confusão.

- Fiz você tirar a bunda da cama, eu disse que ia conseguir. Você precisa superar isso, você nem mesmo estava de serviço quando aconteceu, Belikov! -Disse ela andando nervosa pelo meu quarto. - Já pensou no que vai fazer agora?

- Voltar para a Rússia depois do funeral , eu acho. Não sei muito bem Kell, eu estou perdido. Conhecia seu pai desde a minha época na Academia. -Respondi dando de ombros lutando para não desmontar na frente dela.

Michellye Zeklos apareceu na porta do meu quarto com um pequeno sorriso tristonho e me encarou com cuidando.

- Se me chamar de Majestade eu juro te bato! -Brincou ela quando coloquei um joelho no chão em sinal de respeito. -Além disso, você tem uma visita.

- Eu não estou muito a fim de ver ninguém Michelle, desculpe. -Respondi com um tom de voz mais normal possível.

Uma figura feminina apareceu no quarto encostando no batente da porta com a expressão de desaprovação.

- Eu te disse que ele diria isso... Tudo bem Michellye, eu posso assumir a partir daqui. Sei muito bem como lidar com esse aqui graças a épica de colégio. – Disse Tasha Ozera entrando no quarto e sentando ao meu lado. – Acabei de saber o que aconteceu com seu protegido, sinto muito Dimitri, Lorde Zeklos era um homem muito bom.

- Éramos praticamente melhores amigos Tasha, está sendo realmente muito difícil sabe. -Respondo encarando o chão e então os olhos dela. - A propósito, está aqui por quê?

- Vim te ver e falar com a Michellye também. Estava pensando em sair para tomar alguma coisa aqui perto, você vêm comigo? -Pergunta Tasha levantando e estendendo a mão para mim.

- E por acaso eu tenho escolha Tasha? -Perguntei com um pequeno sorriso ao levantar e pegar a mão dela.

- É claro que não Dimka, nós dois sabemos que você não consegue dizer não para a sua melhor amiga. -Responde Tasha piscando ao sair do quarto me puxando pela mão.

Sabe quando se é um Guardião seu corpo automaticamente parece desenvolver uma espécie de instinto que te avisa quando algo errado está acontecendo ou está para acontecer, e honestamente na maioria das vezes costumo realmente ouvir essa "voz" na minha cabeça que me alerta toda vez que algo está para dar errado ou já está errado na atmosfera a minha volta. O problema é que sendo amigo de Tasha não imaginei que precisaria ouvir meus instintos com ela também... Deveria ter ouvido.

Era uma boa hora para lembrar a mim mesmo que eu evitava beber coisas alcoólicas muito fortes por um simples motivo filho da puta; eu era fraco para a bebida e isso incluía até mesmo o uísque russo do qual abusei uma vez aos 15 anos que por sua vez me ajudou a chegar em casa quase chamando piranha de sereia e naquela madrugada quase levei uma surra da minha mãe, mas para compensar ganhei um sermão quase que infinito da minha vó Yeva que sempre me causou mais medo que qualquer coisa no mundo, mas acontece que quando entramos naquela maldita boate com luzes piscando mesmo com todos os meus alarmes de Guardião gritando ferozmente que algo muito errado estava acontecendo ou prestes a acontecer simplesmente eu não consegui não me deixar envolver pela batida eletrônica e pela bebida que ela me fazia engolir numa sequência pavorosa, logo estávamos no centro da área Vips dançando numa sincronia louca como se nada mais existisse a nossa volta, momentos depois saímos de lá, entramos num táxi que nos deixou na porta do apartamento dela, depois disso de algum modo estamos os dois sem roupa rolando pela cama dela com fúria e então o restante da noite se tornou um tremendo borrão preto.

Academia De Vampiros - Laços da Alma (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora