Aquela tarde estava dando aulas de piano para a pequena Nicole que reclamava o tempo todo, nunca a vejo sorrindo, esta sempre seria, as vezes nem parece ter a leveza que deveria ter nesta idade, quando tinha a idade dela vivia brincando com as crianças da minha rua, ou com os amiguinhos da escola, nunca entendi como os meus pais conseguiam me pagar uma escola tão cara, como a que eu estudava. Ela pensava ouvindo a menina tocando.
—Você errou essa nota querida, é assim que se faz, eu mostrei para ela tocando aquele acorde da música.
—Odeio piano, odeio você, odeio tudo isto— A menina completou olhando para ela com raiva.
—Querida, tenho certeza que você nem mesmo sabe o peso da palavra odiar, uma menina tão bonita como você que nunca sorri, sabe que eu adoraria ver um sorriso em seu rosto— Maíra comentou fechando o piano é dizendo.
—Esta dispensada, a aula de hoje já acabou.
Ela deixou a sala correndo, como se não suporta -se a minha presença, sofro porque tenho feito de tudo para sermos amigas, mas ela é muito arredia.
—Posso entrar senhorita Maíra? —Perguntou Clara.
—Claro senhora, entre— Ela disse a olhando.
—Como a pequena esta indo com as aulas?— Ela quis saber .
—Ela está indo bem senhora, posso dizer que ela é muito talentosa— Ela garantiu .
—Eles sofreram muito com a separação dos pais, não que minha nora fosse uma mãe presente, mas houveram muitos desentendimentos e a pequena ja entendia as coisas, ao contrário do irmão que era bem pequeno, por isto que Nicole tem sempre essa tendência de querer proteger o irmão. Ela falou.
—Pobre criança, deve ter sido muito difícil para ela tudo isto, como a senhora pode ver tenho tentado me aproximar dela, mas é muito arredia— Ela falou me sentando no sofá do lado dela.
—Com o tempo ela vai começar a confiar em você, vejo que tem jeito com crianças, o Nick por exemplo te adora —Clara falou .
—Sim, ele é um doce de criança, se a senhora me der licença, vou cuidar dos preparativos para o jantar, a cozinheira me disse que seu filho pediu um jantar especial— Ela comentou não entendendo, o porque dele não ter vindo falar comigo, se sou eu que cuido de coordenar o trabalho dos outros empregados da mansão.
O tenho visto muito pouco,ele sai de casa sempre muito cedo e quando volta ja é bem tarde, ele trabalha bastante na tal corretora de valores.
Os nossos encontros tem sido escassos e muito rápidos, a animosidade entre nós continua latente ,é inegável que temos o mesmo sentimento um pelo outro o desprezo.
—Certamente que ele trará a namorada para jantar aqui em casa, já falei para ele que essa mulher não é adequada para ser a esposa dele e ajudá-lo a educar essas crianças, Ava é bem o tipo de mulher por quem meu filho se interessa, belíssima por fora, mas por dentro vazia, ela é fútil e mimada, a tradicional socialaite paulista que só pensa em futilidades querida, meu filho precisava ter do lado dele uma mulher forte e decidida— Clara falou .
Acabei pensando nas coisas que ela falou, enquanto decidia o cardápio do jantar com Fabíola.
Depois fui até a escolinha onde Nick jogava futebol, e fiquei vendo o jogo dele.
—Eu adorei que veio ver meu jogo senhorita Maíra, meu pai nunca vem —Ele admitiu meio triste.
—Procure entender querido, seu pai é um homem muito ocupado —Ela falou querendo consola-lo, não era fácil ser filho do poderoso Valente Michallene Assunção— Ela pensava indo com ele até o carro, onde o motorista já nós aguardava.
—Para casa senhorita Maíra?— O motorista quis saber .
—Sim isto mesmo, Raul— Eu concordou ouvindo o menino me contar sobre as coisas do Colégio.
Estava adorando ouvi-lo falar sobre os amiguinhos.
Chegamos na mansão, o mandei subir se trocar e depois descer para tomar um lanche.
—Ele veio super animado do futebol senhorita Maíra , melhor eu ir ajuda-lo —Falou a babá que tomava conta dos dois.
Enquanto isto na sala, a pequena estava sentada na mesa fazendo sua lição de casa e disse.
—Quer comprar o meu irmão, indo ao jogo de futebol dele, não é senhorita Maíra— Falou a menina parando de fazer a sua lição de casa.
—Esta enganada querida, fui ver o jogo do Nick porque ele me convidou, está conta aqui está errada querida, deixa que eu vou te ensinar— Ela falou vendo o caderno da menina .
Bem nesta hora aquele homem chegou, vi a menina correndo em direção a ele que mais uma vez foi frio com a pequena e aquilo me deixou com o coração apertado, esse homem é do tipo que acha que dar luxo e conforto para essas crianças basta, ele não pode estar, mais enganando, os dois são tão carentes de amor— Ela pensava vendo ele falando com a menina.
—Se já terminou a sua lição de casa, suba se arrumar para o jantar, Ava vem jantar conosco nesta noite.
—Ela é sua namorada papai, mamãe disse que ela é uma vagabunda— A menina falou de maneira inocente.
—Nunca mas repita isto, ou te ponho de castigo por uma semana, agora suma da minha frente —Ele pediu furioso.
A menina abriu a porta e saiu correndo assustada e chorando.
—Senhor Valente isto não é jeito de tratar uma criança, o senhor deveria procurar conversar com ela, faze-la ver que esta agindo errado ao ficar repetindo as coisas que os adultos falam, afinal ela é só uma criança, tem sete anos— Ela falou sem conseguir se segurar ao ve-lo tratar a criança daquele jeito.
—Era só o que me faltava a empregadinha negra querendo me ensinar a educar os meus filhos, se coloca no seu lugar, nesta casa você não é nada, posso coloca-la na rua na hora que eu quiser— Ele garantiu .
—O senhor acha que porque é rico pode humilhar as pessoas, mas não pode, entenda uma coisa senhor Valente, quem me contratou foi a senhora sua mãe, é a ela que eu obedeço, não tente me humilhar novamente, porque não vou abaixar a cabeça para você, que se acha o dono do mundo, mas que na verdade não passa de um prepotente, arrogante, preconceituoso , entenda uma coisa, não é me chamando de negra que vai me ofender, porque eu sou negra sim tenho orgulho da minha raça, amo a minha cor— Ela falou perdendo o controle.
—Com se atreve a falar assim comigo, você sabe quem sou eu sua negra— Ele falou segurando-a pelo braço com força.
—O senhor está passando de todos os limites, será que pode me soltar, ou não respondo por mim.
—Vai fazer o que negrinha —Ele retruca ainda mais irônico do que costuma ser .
O rosto dele estava tão próximo do seu que conseguia sentir o cheiro do perfume caro dele e também seu hálito fresco, naquele momento senti um desejo de que ele me beija-se e logo depois fiquei brava comigo mesma, como posso pensar numa coisa dessas, ele é um inimigo— Ela constatava olhando bem dentro daqueles olhos claros e tão frios.
Ele estava com aquela negra em seus braços, deveria estar sentindo repulsa, mas muito pelo contrário ,o que estava sentindo naquele momento era uma vontade louca de beija-la, e se aproximou ainda mais estava preste a beijar os lábios dela ,toma-los com os seus .................
Querido leitores capítulo novo saindo espero que gostem comentem e deixem votos beijos
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A governanta
RomanceEla é negra ele Branco ela é a nova governanta, ele o patrão, ela enfrenta o preconceito, ele racista. Uma história de amor e preconceito que vai nós ensinar o valor dos verdadeiros sentimentos.