Espera o inesperado.

Capitulo 5.

Acordo com o Professor a bater com o apagador do quadro na minha secretária. 

"Menina Beatrice, queira estar mais atenta por favor!"- diz-me com nenhuma expressão na face. Odeio este professor, não diz piadas, esta sempre a falar, e odeia os seua alunos. Tenho a certeza, que todos os alunos dele tambem o odeiam. 

Ele retoma a aula, e de vez em quando, olha-me de lado, para ver se vou adormeçer outravez. Afundo-me na cadeira, e estico uma perna, e contraio a outra, com a minha mão esquerda no meu colo, rodo com o polegar o anel que tenho no indicador, e com a outra mão tamborilho com as pontas dos dedos na superficie da secretária. 

Sei que não dormi muito, porque ainda falta uma hora para aula acabar. Sei que adormeci a pensar no John, e começo a re-pensar nele. Da forma que os seus lábio se curvam num sorriso, na covinha que ele faz no lado esquerdo da cara, do seus olhos verde esmeralda me causando arrepios ..

Quando dou por mim, já só falta 2 minutos para tocar para fora e depois tenho de almoçar com o rapaz novo da cidade, e depois é só mais uma aula.. Tenho a certeza que ele vai ser o tópico de conversa nesta e na proxíma semana. A campainha toca e eu arrumo os livros dentro da pasta, e saio da sala 47B. 

Dirigo-me para o refeitório, está cheio como sempre, não gosto nada de sítios com multidões. Sinto que ao passar entre as pessoas, esta vão julgar-me, apontar as minhas falhas, os meus defeitos.. Vou para a fila para ir buscar o meu almoço. Hoje a comida é massa á bolonhesa, mas não sei bem que aquilo que estou a ver é massa á bolonhesa, a carne aparece aos bocados, nao tem molho, e a massa.. aquilo não pode ser massa. A senhora que me deita a comida no prato, grunhe para mim, ao ver que estou a avaliar a comida que provavelmente, ela fez. 

Esqueço da pobre refeição que tenho ente as mãos, e procuro uma mesa livre. Como sempre, há uma mesa lá no fundo sem ninguem e dirijo-me para lá, mas ao mesmo tempo que vou em direção á mesa, o Dylan Brooks, o capitão da equipa de futebol, senta-se lá com o resto do seu grupo. 

Boa, e agora? penso eu para mim própria. Olho á volta, nenhuma mesa disponivel. Reviro os olhos, e decido em ir deitar a comida ao lixo, quando vou em direçao ao caixote do lixo, um braço agarra-me. 

"Que vais fazer Beatrice?"- diz-me. É o John, ao avalir a sua expressao na cara, e o seu olhar, ele deve estar a pensar que vou adiar esta refeiçao, e morrer á fome. Nunca pensei nisso, até os meus país morrem. Quando eles faleceram, eu difícilmente comia, ou dormia, andava feita sonâmbula pela casa, pelo jardim e pela doca que a minha gigantesca antiga mansão tinha. 

"Nada. Eia deitar a comida fora, e depois eu ia comprar ali uma sande ao café"- Digo-lhe a verdade, mas olhando para o olhar que ele me faz, não se convence, mas não fala mais no assunto.

"Entao.. eu vou contigo. Presumo que gostes mais da comida do café do que esta coisa .."- diz-me ele, a apontar para a coisa que lhe chamam almoço, fazendo uma cara feia.

"Está bem, anda!"- respondo-lhe e puxo-lhe pelo braço, em direçao ao portão da escola.

"Entao.. diz-me algo sobre ti Beatrice"- diz, virando-se caminhando de costas, para não olhar para outro lugar a não ser eu. Vou desviando o olhar daqueles olhos penetrantes. Bem, respondendo á pergunta dele, o quê que eu lhe digo?  Não tenho lá minhas experiências de vida. Sei lá. 

"Hum.. que queres saber?"- digo, com um sorriso pequeno e olhando para o chão para não olhar para ele. 

"Hum, já que ficaste muito impressionada com os meus livros quando me viste pela 1º vez.. Qual é o teu livro favorito?"- diz ele, e vira-se para a frente, caminhando normalmente, e ao virar-se vai comtra um rapaz que grita "Vê por onde andas parvalhão!" mas o John não parece quer saber, e eu faço o mesmo.