LVI

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livrai-me do meu mal
da roca que existe em mim
onde fica o meu mal
onde milhões de vezes espetei o coração.
da torre que vivi
de onde jamais saí
a torre que sou eu
que me prende do meu eu.
livrai-me da maçã envenenada
que eu mesma coloquei em meu prato
listando-me motivos para não continuar a vida.
livrai-me do meu eu mal
porque quando percebi a fera que em mim habitava
já era tarde para arrancá-la sozinha
minha bela pureza já havia sido infectada pela maldade da humanidade.
livrai-me do fardo de ser o meu vilão
que assusta o meu mocinho.
livrai-me de mim
amém.

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