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quando o amor se sentou ao meu lado na praça,
eu, com medo, o repeli.
quando o amor entrou comigo no ônibus,
eu o afugentei.
quando o amor perguntou o meu nome, eu disse um que não me pertencia
quando pediu meu número,
dei o de alguém que desconhecia
quando o amor resolveu pôr para fora palavras carinhosas
eu o mandei calar-se
quando ele já não era visível em mim,
senti uma angustiante paz brotar
quando avistei o amor se aconchegando em um novo coração
um que não temeu
um que o aceitou
senti-me inundada pela tolice
abraçada com o medo
pra quê temia o amor, se ele afasta a dor?

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