Erros

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Callie Torres P.O.V

No momento em que Mrs. Robbins abriu a porta e ficamos frente a frente com Lana Lang, eu congelei. Eu podia sentir a dureza que irradiava dela quando sua cunhada surgiu na nossa frente com os braços cruzados e sobrancelhas levantadas.

– Acho que nós três precisamos ter uma pequena conversa. Agora mesmo. – Seu maxilar pareceu tensionar em desconfiança. – O que exatamente vocês duas estavam fazendo aí?

Engoli tão seco naquele momento, que provavelmente, as duas me ouviram. Deus, eu podia ser menos óbvia, mas as imagens que passavam na minha cabeça do que ela poderia ter ouvido ali fora me deixavam ofegante e sinceramente, querendo abrir um buraco no piso e cair direito do inferno, três andares abaixo.

Arizona e eu nos entreolhamos com uma expressão que praticamente entregou tudo.

– Na-nada, Mrs. Robbins e eu só tínhamos uma coisa rápida a discutir. Não que fosse algo muito relevante. – Merda, não era hora de gaguejar feito uma idiota. – Só coisas chatas da empresa, você sabe.

Lana balançou positivamente a cabeça com minhas palavras, mas os olhos dela mantiveram-se mais em Mrs. Robbins do que em mim.

– Sei sim. Ouvi barulhos bem interessantes vindos lá de dentro, e certamente vocês estavam bastante... ocupadas, nessa conversa. – A expressão de Lana ficou mais séria. – Olha, eu não sou idiota, até parece que eu não entendi o que está acontecendo entre vocês a noite inteira. Então, o quê? Vocês duas estão namorando?

– Não! – Mrs. Robbins e eu exclamamos ao mesmo tempo, o que nos fez trocar um olhar culpado antes de virarmos a cara.

– Entendi, vocês estão apenas transando. – Ela continuou com sua declaração acentuada sem qualquer sinal de ter sido uma pergunta, o que era bom, pois parecia que nenhuma de nós duas conseguiria encontrar as palavras para responder. A tensão que estava no corredor era tão palpável, não havia nenhuma maneira de passar despercebido por ela. – Há quanto tempo?

– Lana …– Interrompeu Mrs. Robbins ao descruzar os braços e tentar tocar sua cunhada que pareceu se afastar bruscamente. Pela primeira vez eu realmente me senti mal sobre o seu desconforto. Eu nunca a tinha visto parecendo intimidada antes.

– Desde quando, Arizona? Callie? – Ela persistiu, mas novamente, nenhuma de nós respondeu, e ela balançou a cabeça. – Vocês duas precisam consertar essa merda agora.

– Lana, eu … nós apenas … – Mrs. Robbins não tinha palavras e tão pouco eu tinha alguma. Até porque, como diabos eu poderia explicar tudo isso? Éramos duas pessoas perturbadas que gostam de fetiches ultrapassados de chefe e subordinada? Que não apenas estávamos transando na casa dos pais dela, como também em metade dos espaços da Robbins Corp? Será que Lana achava que eu estava transando com Mrs. Robbins por ser alguma interesseira ou algo assim? Céus, todas as possibilidades eram péssimas. E em todos os cenários possíveis eu me tornava uma desempregada sem moral.

– Nós não estamos na posição de justificar nada, eu sei que você deve estar chateada comigo por eu ter feito isso, mas... Nós cometemos um erro, Lana. Eu cometi um erro, fui fraca e deixei que... – Sua voz foi como uma lâmina cortando através dos meus pensamentos, o que me fez a olhar chocada. Pela primeira vez Mrs. Robbins havia falado sobre o que estava acontecendo entre nós duas e como era de se esperar, ela achava que tudo havia sido um erro. Claro que ela acharia isso. Afinal, eu era a assistente, não alguma herdeira milionária como ela, empresária de sucesso ou supermodelo, que deveriam ser mais o seu tipo e ela deveria estar acostumada a sair. Eu era apenas um erro, por ela ser fraca demais e acabar transando com uma garota como eu.

Mrs RobbinsOnde histórias criam vida. Descubra agora