Finalmente em casa

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Arizona Robbins

Acordei na manhã seguinte com a sensação de alguém correndo os dedos suavemente pelo meu cabelo. Suspirei com contentamento e puxei-a mais quando as lembranças da noite passada inundaram minha mente. Eu a amava.

Meus olhos se abriram de repente e eu olhei para cima, chocada ao vê-la me observando.

– Bom dia, certo? – Callie disse suavemente, enquanto ela continuava a brincar com o meu cabelo.

– O melhor. – Respondi com um largo sorriso. Agarrei-me acima de seu corpo, coloquei um beijo em seus lábios.

–Não quero sair daqui. – Sussurrei, antes de recuperar o meu lugar em seus seios nus.

Fechei os olhos e me deixei afundar totalmente nela. Nós ficamos lá em silêncio por alguns minutos antes de eu falar.

– Quer tomar banho comigo? A minha banheira é uma coisa de outro mundo.

Seu estômago respondeu por ela ao roncar alto, o que levou Callie a rir envergonhada. Eu gargalhei.

– Hm, melhor eu ir para o banheiro e você para a cozinha. Alguém está faminta em.

Eu olhei para ela e coloquei meu queixo em seu peito, mas eventualmente, como todas as coisas maravilhosas da vida acabam em algum momento, nós levantamos e eu fui para o chuveiro enquanto ela foi para a cozinha. Quinze minutos depois, tomado banho e vestida, eu saí. Meu coração quase parou quando vi Callie em pé em frente ao meu fogão, mexendo uma mistura numa frigideira quente … com minha camisa.

Não dava para explicar como eu me sentia bem ao vê-la vestida daquela forma. Era como um acerto mudo de que ela me queria com ela quando eu não estava. Que as coisas entre nós possuíam uma seriedade tácita.

E como toda apaixonado clichê eu rodeiei sua cintura com meus braços, fazendo com que ela se assustasse um pouco e quase jogasse a omelete em mim. Nada romântico, mas ainda muito engraçado a sua expressão de culpa ao ver que o fogão havia sido respingado com óleo.

– Você não tem que limpar nada. – Mudei o cabelo dela e beijei seu pescoço suavemente, sorrindo contra a sua pele no som de seu leve gemido.

– Nada mais justo, eu já estou cozinhando, querida.

Ri e a beijei mais uma vez antes de me afastar, e sentei-me à mesa de jantar.

Eu estava respondendo alguns e-mails em meu celular quando ela entrou com um prato de omelete, uma xícara de café, e panqueca com calda de chocolate. Colocou tudo cuidadosamente sobre a mesa, com o cuidado que ela normalmente tinha ao organizar algo e surpreendentemente sentou no meu colo. Não que eu estivesse reclamado, longe disso.

Tê-la perto era como uma chuva de sorrisos e suspiros no meu corpo. Sim, era ridículo, mas eu não queria que acabasse. Se felicidade era definido para muitos pensadores como aquele momento na sua vida que você não quer que acabe, eu já podia dizer sem sombra de dúvidas: felicidade irradiava de mim.

– Isso que é o que eu chamo de café da manhã; – Comentei rindo e colocando as mãos em seus quadris. Ela sorriu e se inclinou para frente, seus lábios foram lentos nos meus.

– Eu concordo. – Seus lábios eram macios, e ela tinha gosto de creme dental.

– Você cheira a pasta de menta. Como isso é possível?

– Aprenda uma coisa sobre mim logo, Ari, eu sempre tenho uma escova na minha bolsa. – Disse brincalhona, deitando a calda sobre a grande pilha de panquecas.

– Oh, meu Deus. Somos perfeitas uma para a outra. Parece que meu pai tem razão afinal.

– Como assim?

– Ele disse isso sobre sermos mais parecidas do que eu queria admitir e que isso era a razão para não nos darmos bem. – Falei distraída, não sendo capaz de tirar suas palavras da minha cabeça. – Você sabe que eu-

– Tem uma escova de dentes em sua gaveta, duas em seu banheiro do escritório, e uma em seu porta-luvas? Sim. – Respondeu ela, levantando um garfo cheio de panquecas até minha boca.

– Eu sei da maioria de seus hábitos diários. Admita, eu sou a melhor assistente que você já teve. Ou eu já teria sido demitida na primeira vez que te contrariei, Mrs. Presidente. – Ela completou e eu ri balançando a cabeça. Ela continuou a alimentar-me enquanto eu roubava beijos entre as mordidas, gemendo no gosto da calda em seus lábios.

Minhas mãos mudaram-se para suas coxas e as enfiei debaixo da minha camisa, parando quando eu encontrei apenas sua pele macia. Eu sorri para ela e ela balançou a cabeça.

– Alguém poupou minha calcinha noite passada, mas eu acabei não encontrando mais no seu quarto. – Seu sorriso era para mim uma obra de arte e eu só conseguia pensar nele quando a puxei para mim, e o café da manhã foi totalmente esquecido.

– Eu quero te deitar na minha mesa e despejar calda por cima de você. – Sussurrei contra seus lábios.

–  Hmm, eu não sei. Você quer tudo pegajoso sendo que você já tem tudo molhado. – Provocou como ela sabia tão bem. Céus, alguém ainda duvidava que aquela mulher era a minha ruina?

– Ah, eu acho que seria uma pena. – Ela riu contra a minha boca e eu senti meu carinho por ela crescer. Eu nunca pensei que seria tão fácil ficar na presença dela e praticamente venerar tudo que ela representava de bem-estar na minha vida.  

Meu celular começou a tocar, mas eu ignorei, não estava disposta a deixar o mundo lá fora se intrometer. A única pessoa que eu queria falar estava sentada bem aqui comigo.

– Quando você vai me ensinar a dizer alguma coisa em francês? – Eu me afastei um pouco e olhei para ela surpresa.

– Que tal agora? – Respondi empolgada. – Por onde quer começar, Cal?

Ela saiu do meu toque e puxou um pedaço de papel em sua bolsa.

– Isto. – Disse ela calmamente.

Olhei para ela por um momento, antes de tomar o pequeno pedaço de papel em sua mão.

Com você eu estou finalmente em casa.

Meus olhos voaram para os dela quando o significado dessas palavras me bateu. Ela, ela estava dizendo que eu estava pensando? Eu olhei para as palavras escritas com sua caligrafia bonita.

– Callie....  – Sussurrei, sabendo que eu nunca esqueceria este momento. Olhando para cima eu deslizei a minha mão no cabelo dela, meu polegar escovou suavemente contra seu rosto. – Avec toi, je suis enfin à la maison.  

– Avec toi … enfin je suis … à la maison? – perguntou um tanto envergonhada, talvez.

– Perfeito. – Eu embalei seu rosto em minhas mãos e beijei-a delicadamente, na esperança de transmitir cada grama de amor que eu sentia por ela.

Nossas bocas se moviam perfeitamente em conjunto. Eu nunca queria deixá-la ir. Nós partimos o beijo momentos depois, e ela levantou a mão para acariciar a minha mandíbula.

– Arizona! – Ela começou, só para ser interrompida por uma batida alta na minha porta. Nossos olhos se encontraram, o pânico evidente em ambas as nossas expressões.

– Arizona!

A voz de Tim era inconfundível para mim. Mesmo após todo o seu tratamento o seu tom nunca mudava, era sempre forte e agora vinha do corredor.

– Rápido, maninha. Sua sobrinha favorita esta te esperando. 

Mrs RobbinsOnde histórias criam vida. Descubra agora