Intenções

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Callie Torres

– Mas sabe do que eu senti ainda mais falta? – Comecei a rir sem motivo, antes de responder a minha própria pergunta. – Dos seus peitos, Ari. Quero dizer o seu rosto é incrível, eu adoro o seu cheiro, mas nada supera os seus peitos. Eles são um-muito incrível, o que é algo ainda mais incrível, porque eu estou pensando em você nua e tudo que eu lembro é maravilhoso. Ah, eu quero você agora!

Algo no meu subconsciente dizia com uma voz muito seria como eu não deveria estar falando no telefone naquele estado com quem quer que fosse, principalmente com ela, mas eu já estava longe demais da sobriedade para obedecer minha própria mente. Deprimente? Bastante.

– Callie, você está bêbada?

– Não. – Respondi na negativa como se ela perguntasse sobre eu possuir três pés. – Mas na verdade só um pouco. Ou na verdade, todo mundo está bêbado e sóbrio é o novo bêbado, então você está muito sóbria! Tsc, tsc, porque você está sóbria, Ari?

Eu não sabia dizer se ela ria com o meu pensamento brilhante, ou perguntava onde diabos eu estava, já que a minha atenção quando eu bebia conseguia ser idêntica a uma criança com TDH. De repente eu achei que o botão da minha blusa era muito engraçado e eu precisava ver mais de perto.

– Eu tenho uma joaninha de botão, Ari. Meu deus, eu quero tanto que você venha me ver e ai eu posso te mostrar o botão da minha blusa e tudo que está por baixo da minha blusa também. – Acabei terminando a frase aos sussurros como se eu estivesse cometendo algum tipo de acordo criminoso e depois ri escandalosamente alto para qualquer bandido. Deus, o que eu estava fazendo? – Eu estou na casa de Mark e a cama dele é incrível, mas a sua cama é muito melhor. Na verdade eu adoro a minha cama, mas a minha cama é muito melhor com você dormindo nela. Você quer dormir na minha cama, Ari? Porque eu preciso muito que você durma na minha cama hoje.

Comecei a mexer minhas pernas como se eu estivesse interpretando uma adolescente naqueles filmes de colegial em que ela passa horas no telefone com a melhor amiga. A questão era que não era minha melhor amiga, mas também não era minha namorada... Era? Eu não sabia o que exatamente Arizona era, já que nem minha chefe ela era mais.

– Arizona você é a minha namorada? – Perguntei aparentemente interrompendo seja lá o que ela estivesse falando para mim. Não é que eu não quisesse prestar atenção no que ela dizia, eu só me sentia muito distraída e tinha muito barulho dos meus próprios pensamentos para conseguir entender a sua voz pelo telefone. – Nós deveríamos ser namoradas porque nós nos damos muito bem nuas e o meu coração parece um tambor muito, muito alto quando você está perto de mim. E eu adoro beijar você, eu podia beijar você por muito tempo porque eu sou muito boa em não respirar. Você sabia que eu consigo não respirar mais que Meredith na piscina? Nós apostamos! E eu ganhei!

Dessa vez eu me esforcei para escutar a sua resposta já que era uma pergunta muito importante para eu perder só porque eu tinha a atenção de um vegetal apodrecendo quando bebia. Mas Arizona não respondeu, eu só conseguia ouvi-la respirando.

– Você me ama, Ari? – Ouvi sua respiração ficar mais alta, ou talvez fosse o zumbido do ar-condicionado ligado. Novamente, eu me distraio pensando em como não estava quente, mas também não estava frio. Estava como os invernos na nossa casa em Metrópoles, mas de uma forma artificial. Eu também me perguntei se Arizona iria comigo para Metrópoles para conhecer minha mãe e o seu namorado Jack, ficar no meu quarto e andar a cavalo comigo. Tudo aquilo em uma contagem de segundos enquanto eu ainda olhava o ar-condicionado.

– Eu te amo demais. – Finalmente consegui assimilar alguma coisa que ela me disse, o que quase me fez comemorar. – Mas você está bem? Eu posso te bus...

Mrs RobbinsOnde histórias criam vida. Descubra agora