√ Judith
É tão ruim estar longe de Larissa, pelo fato de ela trabalhar em outra cidade nós quase não nos vemos, o que acaba sendo quase uma tortura para mim. Sempre quis ir onde ela mora, mas ela nunca concordou, dizendo que vive ocupada quando está lá e que não ia poder me dar atenção por causa da correria, eu entendo e por isso fico esperando sua chegada. Já fizemos vários planos e esperamos morar juntas assim que eu terminar minha faculdade, do qual comecei a cursar recentemente.
Semana que vem faz 6 meses que estamos juntas e também é seu aniversário de 21 anos, nunca rolou um pedido oficial do tipo "quer namorar comigo?", mas sempre demos um presente significativo cada mês uma para a outra, porém, dessa vez ela não vai poder vir, como vou dar esse presente então?
Se não posso te-la aqui pelo menos mandarei uma lembrança, um presente pelo correio para não deixar está data passar em branco, Elize deve saber o seu endereço então vou pedir a ela.
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– Ei Elize, tem como me passar o endereço da Larissa?
– Para que?
– Quero mandar um presente para ela pelo correio, e pra isso preciso do endereço né!
– Ok, vou ver aqui.
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Liz me passou o endereço e eu já comecei a ajeitar tudo. Coloquei um ursinho de pelúcia fofo igual a ela, uma pulseira que eu mesma fiz com nossas iniciais, um Pendrive com fotos nossas e um vídeo que fiz mais uma blusa com a frase "Cuidado, namorada ciumenta", além de uma carta com as minhas iniciais no final.
— Será se ela vai gostar? — pergunto ao Dylan assim que ele senta no sofá.
— Claro que vai, quem que não ia? Pulseiras e um pendrive com fotos, nossa, sonho de qualquer pessoa! — fala debochado e revira os olhos. — Eu não te conheço mais sabia Judith? Essa sua vibe romântica chega a me dar nos nervos. Perdi uma verdadeira guerreira!
— Deixa de ser irônico Dylan.
— Afinal, por que você não faz uma surpresa e vai ver ela? Você tem o endereço não tem?
— Tenho... mas... será uma boa? Larissa é tão ocupada.
— Ah querida, se fosse eu, eu juro que ia ser uma ótima. E a casa dela nem é tão longe, pelo o que eu vi apenas algumas horas de avião, você gosta dela ou não gosta?
— Gosto, e você tem razão, vou vê-la.
Assim que Dylan saiu comecei a arrumar as minhas coisas para a viagem, tenho certeza que Larissa vai amar me ver. Fui a aeroporto e comprei as passagens já para o dia seguinte, estou ansiosa demais.
[...]
Esse tal de amor deixa a gente tão inquieta, nem o nervosismo de enfrentar esse avião se compara ao de poder ver Larissa e beija-la.
[...]
Assim que pisei os pés fora do aeroporto chamei um Táxi e passei o endereço de Larissa.
Meu corpo ficava arrepiado e eu mal conseguia controlar a minha ansiedade, amar é algo tão bom...
— Chegamos. — disse o motorista tirando-me de um absorto de pensamentos. Paguei e sai do carro em busca da casa de Larissa.
Olhava para o papel e para as casas em busca do número 76, quando encontrei vi uma casa linda, branca com um jardim enorme logo do outro lado da rua, foi então que a vi, sorrindo, linda como sempre, mas... quem era aqueles?
Ela segurava nos braços um menino que era quase sua cópia, e ao lado havia um homem, nada parecido com ela, quando eu já estava a me aproximar com as bagagens eu vi meu coração despedaçar, o sorriso no meu rosto desapareceu e as lágrimas tomarem conta do meu rosto – eles se beijaram –, agora tudo faz sentido, por isso que ela nunca quis que eu viesse, Larissa é casada.
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Judith
Short Story[NÃO REVISADO] Conto/Romance Lésbico. "Esquecemos daquilo que mais queremos lembrar, e lembramos do que mais queremos esquecer." *** 5° Lugar na Categoria Lésbica no Concurso TOP5LGBT. Publicada em: 19/02/2018