Promessas

3.3K 460 532
                                    

Bato na porta repetidas vezes até escutar passos apressados e o trinco da porta sendo destrancada.

— Você não viu a campainha? — pergunta mal-humorado, deixando a porta parcialmente aberta.

Respiro fundou juntando todo o meu auto-controle antes de entrar.

Com certeza vou precisar.

O quarto está quase na penumbra, a não ser pela luz amarelada do abajur que ilumina parcialmente a cama bagunçada. Tem papéis de bombons pelo carpete e migalhas de comida no edredom.

— Então, você estava no quarto esse tempo todo? Passamos a manhã toda te procurando...

— Claro, tem seguranças por toda parte, você acha que eles não notariam se eu tivesse saído? — ele evita me olhar.

Jimin vai até o frigobar e pega uma garrafa d'água. Suas mãos tremem, por isso fica difícil abrir o lacre. Ele faz uma careta, trinca os dentes ao forçar mais um pouco, mas recusa minha ajuda quando me aproximo e tento ajudar.

Só assim, mais perto, percebo seu rosto melancólico apesar da voz rude dizendo um "não precisa".

Tenho certeza de que ele chorou, seus olhos estão inchados, seu nariz em um tom avermelhado. Dói demais saber que sou o causador disso.

— Não olha muito pra mim, estou me sentindo feio.

Sem maquiagem, posso ver algumas manchinhas, assim como a pele oleosa. Seus cabelos estão ressecados, as roupas de marca substituídas por um pijama gasto. Mas para mim, ele continua sendo o homem mais lindo do mundo.

— A frase: "Park Jimin é feio" se quer existe no vocabulário coreano.

Ele sorri sem humor e vira a garrafa na boca, umedecendo com a língua os lábios carnudos.

— Eu não quero terminar, Jimin. Eu te amo demais... — quero tanto beijá-lo e pular essa parte da discussão.

— Eu passei horas e horas refletindo no que aconteceu e cada vez que eu penso, um sentimento ruim me aperta aqui... — ele passa uma mão no peito e desaba na cama cobrindo o rosto.

— Amor, deixa eu explicar! Foi tudo um mal entendido. Das duas vezes que encontrei ela estávamos acompanhados. Até quando fiz essa tatuagem, Taehyung foi comigo. — me aproximo dele e seguro suas mãos. — Se quiser eu posso ligar agora e você fala...

— Não! Você não entendeu? — lágrimas banham seu rosto, cada vez estou mais desesperado. — Eu fui para Paris alegando precisar de um tempo só meu. Você ficou aqui e me entendeu? Fácil demais...

— Tudo bem, você veio antes que suas férias acabassem pra me fazer aquela surpresa no meu aniversário. Eu fiquei muito feliz, Jimin, confiamos um no outro...

— É isso que está me deixando mal, Jeon! Eu achei que essa história fosse verdade, duvidei de você, do nosso amor! — ele bagunça os cabelos nervosamente e levanta. — Não faz sentido... Eu sou uma farsa, tudo que enfatizei por todos esses anos sobre a confiança ser a base da relação, foram em vão!

— Jimin, me escuta...

— Não! Porque tudo o que falar, eu vou achar que é mentira. Acho melhor darmos um tempo, Jungkook!

Já tivemos várias discussões por ciúmes ou coisas banais, mas nunca chegou ao ponto dele falar em terminar. O que mais me deixa nervoso é que por trás dos olhos vermelhos e marejados, há algum tipo de determinação, mas eu não quero acreditar que chegou ao fim. Definitivamente, não quero!

Antes

Quando cedi aquela vontade de estar sempre perto do meu hyung, tudo ficou mais fácil. Jimin era meu catalisador, meu sol, tudo parecia melhor quando estava do seu lado. Ele dizia que eu era o "maknae de ouro" porque tudo o que eu fazia saia bem feito. Eu gostava de receber seus elogios e me empenhava ainda mais para ser digno deles.

Talvez Apenas Mais Uma FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora