Metamorfose

Capítulo 3

Katarina

Como sempre ocorre em todas as manhãs, acordei cedo.

Mais um ano letivo se iniciou e com ele muitas outras coisas surgiram. Como por exemplo: classe nova, alguns colegas de sala novos, conteúdos... e assim vai.

Estava cansada desta vida e olha que ela mal começou. Melhor dizendo, o ano mal começou e eu aqui já sofrendo o princípio das dores de ser uma estudante.

Me levantei da cama e fui tomar banho. Aproveitei que tinha tempo e lavei meu cabelo. Enquanto separava o uniforme, enrolei meu cabelo numa toalha para que a água acumulada nos fios secasse. Sequei meu corpo, borrifei o desodorante de pétalas de rosas nas axilas, passei a toalha para tirar o excesso para assim, vestir a blusa e não causar manchas de desodorante.

Tirei a toalha do cabelo, vesti o uniforme e coloquei os sapatos, em seguida, fui arrumar meu cabelo. Passei creme de pentear e o penteei. Estava bem embaraçado, mas com um pouquinho de esforço, consegui ajeitá-lo.

Nesse intervalo, já estava pensando no que preparar para comer no café da manhã. Acredito que meus pais não estavam mais em casa, já que o local onde trabalham requer chegar bem cedinho, sem contar que é em outra cidade. Então, quase não os vejo.

Parece até que não tenho pais...

Já estando na cozinha, escolhi preparar algo simples, como torradas e café com leite. Uma frutinha até que cairia bem. Peguei uvas roxas que estavam na geladeira.

Terminei de comer e fui ao banheiro escovar os dentes. Prefiro fazer isso após as refeições e não antes delas. Economiza creme dental.

Peguei minha mochila que estava em cima da cama e fui para a porta. Desta vez, Rita não veio até minha casa para pegarmos o ônibus escolar juntas.

Estando no ponto de ônibus, esperei cerca de uns dez minutos e logo o ônibus chegou. Sentei-me na sexta poltrona do lado esquerdo, ao lado da janela.

Hoje o dia estava bem reconfortante. A brisa suave e fria deixava a paisagem ainda mais bela, embora não estivéssemos no inverno. Imagino que logo irá chover.

O ônibus parou e com isso, assusto-me. Embora estivesse escolhido sentar próximo das primeiras poltronas, o aglomerado de estudantes para sair do ônibus não me permitiu sair primeiro. Esperei um bocado sair e ao olhar para a entrada do colégio, percebo alguém familiar e quando o vejo, sinto um calafrio percorrer minha espinha. Era ele. Adam! Nossos olhos se encontraram, mas rapidamente desvio o olhar. Espero que ele não fique parado lá.

Desci do ônibus e caminhei o mais rápido que pude na tentativa de não me encontrar com ele. Espera! Porque estou querendo evitá-lo? Não temos nada um com o outro e aqui estou eu fugindo dele. Isso é muito estranho.

– Você soube o que aconteceu ontem?

– Não... para falar a verdade, soube que um cara está rondando a cidade e violentando mulheres.

– Nossa... nem me fale. Estou toda arrepiada. Urg! Que medo.

Minha nossa! Que notícia aterrorizante. Ainda mais sendo aqui em Memories. Uma cidadezinha pacata.

É... não estamos livres de coisas ruins, hein.

Ouvir isso me assustou, mas sendo verdade ou não, é melhor todos se precaverem.

Essa notícia tirou meu foco – Adam. Então, não tentei mais evitá-lo – pelo menos por enquanto.

Antes de chegar na porta da minha sala, ouço o alvoroço dos estudantes. Estavam bem animados, mais cedo que o costume. Paro na porta e tomo coragem para entrar. Respiro fundo e abro a porta. Mas algo interrompeu a maçaneta e junto com ela, minha mão.