Compasso devagar
Sinos tibetanos em ti batendoA ânsia que se esvai
Como o calor do frio aquecendoO esquecer se de ir
Mais estar, mais presença internaMas lembrar-se do eu
Perdido e dormente no presente intentoAcordando e recompondo-se
Repondo-se em si mesmo
Como caixas de
Pensamentos baixos e altos
Na mesma alturaRepassei o que só aprendi com o tempo
Em ermos e destroços de antigos laços
Antigos passos
Faço o que posso pra sair do precipício
Mas desde o início o difícil é sair do prefácio
Trafeguei por universos em versões de versos
Virei me ao avesso
Vidrado a ver só
Realidades paralelas
E quando paro nelas esqueço o conceito de realidade
Me reduziram ao pó e me induziram a me procurar
Me aprofundei no mais fundo do meu ser
Pra entender se
Contos antigos que encontrei no livro dos escorpiões
Tocaram corações
Como orações
Forjar almas nobres
Libertar de prisões
Sigo sorrindo, vindo
E venho diluindo
O veneno do meu inferno astral
Num mundo eterno
Sem cor nem gênero
Singelo e belo como aurora boreal
É sem dólar ou real
surreal
Viver sem influência do entulho real
O que te pesa e causa estresse
Esquece
Por que aqui isso se torna banal
No mundo espiritual
Quem se conectar
Vai se impactar
Se infectar
Pois tudo é doce como nectar
Me diz comé que tá
Essa viagem sem bagagem que se manifesta
Entre as arestas
Como um cubo mágico
Enigmática, complexa
Convexa como um triângulo
E em cada ângulo
Enxergo cada lado do meu ser
E me vejo ser, vencer, sem me envaidecer
Jamais falecer
Aos meus erros não retroceder
E correr atrás daquilo que não pude ter
O que não posso ver
Mas senti em mim crescer
Dom que só iluminados conseguem reconhecer
Perdi tempo andando em círculo
No ciclo que prende sonhos em um cubículo
Se a vida é um livro não sei qual o último capítulo
Pouco vi mas muito sei
E pensei
Que tudo mudará quando poetas forem reis
Sinto a matéria na miragens
Concentração plena
Serena mente que não tremula
Que emula o amor nos ermos que vago
Vejo estragos
Causadas por coisas que vagam, devagam
Algo traz a paz
Da qual ninguém me traz
Aqui jás
A âncora que se soltou do cais
Já não me sinto só
Não sou mais carregado pelo tempo
Só tento
Viver mais um pouco desse momento
Sou vento do
Qual o barulho afina o instrumento
Sou âncora
Que se afundou nesse mar cinzento
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㊂D R U I D㊂ - Letras & Poesias
PoetryPoesias de um poeta aleatório. No seu sentido mais literal. Costumo recitar algumas em Sarau ou Batalhas de Rima. Caso tenha vindo por isso, sinta-se em casa. Pegue um café (ou um chá que é pra relaxar...) e aproveite.