Eu sempre fui embora
Embora o meu simbora, se embola
É meio simbólico, alcoólatra
Tem seus retornos e voltaAo ponto morto num morro alto
Perder de si mesmo em um salto
Que quebra e tu tá no asfalto
Só cacos que encontroSó caço reencontros
Que perdi faz muito tempo
Tipo meu eu antigo, mais amor e mais talento visto
Que me perdi de mim já faz mó tempo
NistoSei difícil reencontro
Não sei o que enfrento
ou o que encontro lá
Não sei aonde, como e quando que vou me encontrar
No fundo do poço, das posses ou do passível nível do mar
Jogado na praia
Cansado de nadarE ser eu era tão eu quando eu era eu
Que eu mesmo não percebi que era eu
Talvez eu mesmo não vi
Seja aqui ou em segunda pessoa
Acho que o tempo as veiz caçoaA gente não se aproveita
Se entorna tanto que se torna os outros
Que esvazia o corpo, cheio
Tipo uma receita
De bolo, os mesmoIngredientes
Farinha, Leite e Ovo
Mas é o jeito que faz que é diferente
E será um prazer nos ver de novoSeja você, eu
O que quisermos nós ser, eu
Não sei se vai ser eu, ou você eu
Ou vice e versa
Demostre seu monstro interno
E me mostre em meu misto inferno
O que erros são
Quem são: Os passageiros eternos
E os estrangeiros de festasEu serei o que quiser ser
Eu verei o que quiser ver
Eu terei o que quiser ter
Eu lerei o que quiser lerMas se ler, ouvir e não gostar
pouco importa
Eu tenho minha própria escolha
Janelas e portaisSó não se perca de mim
Toda vez que vai-se eu vim
Toda vez que voltas eu sin
to que a saudade bate e evi-toSer o eu de tarde não cedo
Não cedo
Mas eu sinto dor
E é sempre dor
Tipo um LSD que não te deixa ver corE é sempre dor
Saudade dói
E essa dor quer o que aqui
Seja o que quer que eu veja, vi
Que talvez eu não te dei o devi
do valor
E eu começo a murchar tipo uma flor
Mas ai eu lembro, existe mais que dorE ai penso
Mindfullness
E eu mal me fui nessa
Pois se passa-se dez
segundos
Tu perde-se em pés mais altosPensamentos de futuro imperfeito
Tipo o passado ter algo que nunca foi feito
Tipo viver o agora
Sim o agora, agora mesmo
No momento que sai da minha boca esse som
Tu se perde nesseMundo só
De sólidão com tanta gente envolta
De sentir só você por dentro e nada a mais por fora
O que tu sentes é unicamente sua auto experiência corpórea
Agora nos entendo e o porquê inveja, raiva, farra e ternuraE pra isso cascas
Cascas de cebola e ostras
Envolta de si
Pra proteger-se dos predadores prendados em sis
temas de pregadores de palavra e roupas no varal
Tipo corpos expostos no seu JornalTem gente que faz mal só porque gosta
Quase te testa
Pra vê seus estresse nas frestas
de explodir em confetasGente sem motivação alguma
Acostuma se a ser assim
Motivo da casca dura ser tão duradoura hoje em diaPra que não vejam que seu coração é o alasca
Ou a lasca de um cristal delicado que quebrou na nevasca.
Ou a parte de um barco ou caravela trocada
Igual o paradoxo de Teseu
Teu eu e suas mil almasEu juro que tentei
Me encontrei errado em tantos lugares
Amigos, rolês, jogos, bares
Rios, oceanos, terras, mares
Vidas, pessoas, seres, lares
Nunca encontrei nada além de lugaresPra se sentar e ficar
Pra se tentar e perder
Pra tentar se encontrar
E perder o que lhe restava de siE sempre foi assim
Sempre será assimSerá que um dia vai
E esse ciclo tem fimSó sei que vou ter paz
E me encontrar de novoQuando procurar
Dentro de mim.
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㊂D R U I D㊂ - Letras & Poesias
ŞiirPoesias de um poeta aleatório. No seu sentido mais literal. Costumo recitar algumas em Sarau ou Batalhas de Rima. Caso tenha vindo por isso, sinta-se em casa. Pegue um café (ou um chá que é pra relaxar...) e aproveite.