A Gótica e o Nerd

17. Piquenique

Assim como o combinado, o sinal pôs-se a bater e os três foram andando em direção á casa de Álice.

-Ah Ray, eu já estava morrendo de saudades-Diz Álice enquanto dá um forte abraço em sua companheira- Mas diga, como foi lá a vida de burguês na ilha?

-Maravilhosa menina! Porém, eu me sentia muito sozinha lá, fui principalmente pra passar um tempo com meu pai mas... Ele teve de tratar assuntos inadiáveis da empresa e eu fiquei sozinha... Porém a água lá era uma delícia, deveríamos ir lá juntos e quem sabe fazer uma festa! é realmente enorme.

Com esta declaração de sua amiga, Álice olha de imediato para Patry que, com sua lentitude, fica confuso mas logo entende o recado.

-Hã? Que foi gente? Porque vocês pararam no meio do caminho?

-Ray, você acaba de dar a melhor ideia sua rata maldita! Já tava planejando dar uma festa com o Patry, mas pensando bem, na sua ilha daria muito mais certo e seria com certeza inesquecível. Sem falar que qualquer um teria vontade de ir, dos idiotas que se acham até os mais reservados.
Ray faz cara de quem entende e concorda com o raciocínio de Álice

-Taí, até que você deixa de ser burra e tem umas boas ideias de vez em quando Lic!

-Vai se foder - ambos riem já na frente da casa de Lic que é repreendida por sua... Mãe?

-Que isso Álice, á essa hora do dia? Desse jeito vai assustar o rapaz
Ela diz enquanto abre a porta de casa

-Que nada mãe, ele já tá acostumado. Aliás, pensei que a senhora iria viajar não?

- Cancelaram a viagem filha, e qual o motivo de tamanho interesse?

- Nada mãe que isso? tá criando paranóias denovo?
Álice diz desfarçando melhor que uma atriz de Hollywood

-Tô de olho em você sua danada! Podem entrar crianças, vou fazer bolo de microondas.

Assentiram todos e entraram.

[...]

Lic on

Já são 17:40 da tarde, nos encontramos entediados no sofá trocando de canais pelo que parece uma eternidade enquanto Patrick roncava na poltrona, resultado da nossa invasão á escola na noite passada.

-Ray vamos no parquinho? Sei lá, fazer algo! Tá muito chato aqui

-Vamos! Mas... a gente acorda o Patrick? Ele parece tão cansado

-Deixa que eu acordo o corno
Digo e vou andando em direção ao desmaiado e me deito em suas costas na Esperança de ele despertar- oque não acontece- então continuo lá enquanto Ray some pra cozinha. Me sinto uma boba pensando no quanto ele é cheiroso e confortável... Nada disso Álice!!! Mas bem, vou ficar aqui só mais um pouquinho hmm

-Alici? Oque você tá fazendo?
Patrick pergunta confuso virando o rosto e coçando os olhos de modo sonolento

-Ah nada, só queria te acordar pra dizer que a gente vai no parquinho ali, quer ir com a gente? A Ray foi na cozinha fazer alguma coisa que eu não sei-
Disse sem mover um pé de cima dele, na verdade nem tinha me tocado de que continuava agarradinha naquele infeliz durante um tempo - Aliás, é Álice! Quando tu vai botar isso cabeça maldito?!

-Galera eu tava pegando umas comida pra gente fazer um piquenique na tua geladeira Álic - Ray Parou sua própria frase ao ver meu aconchego com Patrick. Eu não tinha pensado o quanto seria estranho pra terceiros e, principalmente, para Ray, que provavelmente iria me zoar pela eternidade. - ah, oque eu perdi nesse meio tempo em que estive na ilha ein safados?

-Deixa disso, a gente tava só zoando! Vai Patrick vai se arrumar, lava esse rosto de mongol e vamos logo que eu tô faminta!

Ray assentiu e me deu uma de suas cestas enquanto Patrick foi lavar o rosto na expectativa de afastar a preguiça para longe

-Então vocês tão tendo algo?

-NÃO! bem... Talvez tenha tido algo, mas isso eu explico depois.
Ray vibra em alegria dando pulinhos e gritando
(Oh mds, mereço!)

-Vamos ou não gente? Tô com fome já!
Diz Patrick atrapalhando a cena de Ray e eu o agradeço mentalmente

-Vamos olhudo
Eu digo já sem criatividade pra inventar apelidos implicantes e vamos direto pra lá.

O sol como já estava a se pôr, descansava seus fracos raios alaranjados pelo decorrer do caminho até o parque, transmitindo uma paz tão boa, e que Álice não presenciara a algum tempo,mas que, por hora, estava sentindo mais vezes do que o planejado.

-Chegamos- disse Ray tratando logo em seguida de estender um pano preto fosco sobre o gramado

-O tradicional não seria um pano em chadrez?
Digo a ray sem dar muita importância e já pegando três caixinhas de todynho para três amigos estranhos

- É para combinar com a gótica entre nós, inclusive a gente poderia passar em um semitério para variar
Disse Ray enquanto dava uma boa golada em seu todynho

-Zoeiras a parte, acho muito desrespeitoso as pessoas me chamarem de gótica na intenção de me diminuir, eu não sou e não vejo problema em quem é, sabe...
as pessoas tendem a julgar oque não se encaixa no padrão, e isso não é de hoje. Gostaria que as pessoas evoluissem nesse sentido pelomenos, tantas coisas evoluem, então porque as pessoas não aproveitarem e evoluírem junto também?

-Se as pessoas evoluissem tanto quanto a tecnologia hoje em dia, o mundo seria definitivamente melhor.
Patrick disse também observando o sol prestes a se esconder no horizonte

-Pelomenos nós não somos assim, pode não ser um grande avanço mas já é alguma coisa.

-É, até que faz sentido
Patrick disse mordendo o seu sanduíche de atum e em seguida descansando a cabeça no colo de Álice- que apesar da posse de durona- acabara por se derreter por tal gesto, gesto esse que foi retribuído por um inocente cafuné.

E assim a conversa foi fluindo
em uma tarde amistosa
um simples pequenique entre amigos
mas que para Álice pequenos momentos como este eram extremamente importantes e valiosos, e era neles também, que ela sentia a gratidão por conhecer pessoas maravilhosas entre uma multidão de pessoas de má índole
Que a aceitavam e a adoravam, justamente pelo que ela era
E começou a sentir muita gratidão pelo destino ter botado um menino doido
Tímido pra quem não é muito próximo
De óculos que ficariam defeituosos em qualquer um indivíduo
E que nele parecia que o deixava mais... Ele
E ela adorava!
Principalmente, a sua amizade
E, de repente, ela se perguntou se deveria realmente iniciar algo além de amizade com o belo e estranho rapaz
Aliás, começou a refletir se queria mesmo pôr a amizade deles em risco por um amor de casal,
E ela realmente não queria correr risco algum de estragar tudo.
Mas quando o tocava seu coração não pensava em tais consequências.

Voltei pohaaa🐧♥️