❯ Capítulo 5

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Jiwon POV

O dia de Natal chegou mas algo se passava aqui em casa, sempre que via os meus pais eles estavam a falar de alguém e na mesa estavam 5 lugares, 3 eram para nós e outro para a Ana mas eu não percebia para quem era o que restava, tentei perguntar mas o mistério continuava, ignorei e fui para a beira deles que estavam na sala a ver os filmes que passavam.

Eu começo a achar que estou maluco, desde o dia que cheguei aqui que vejo sempre alguém por aqui mas quando vou ao sítio nem está ninguém, eu só posso estar a ficar oficialmente maluco. Os meus pais pareciam animados nem percebia bem porquê mas a pessoa mais animada parecia a Ana, fui até à cozinha ouvindo o cantarolar dela, quando estava a chegar parece-me ver mais uma pessoa mas como sempre não estava lá mais ninguém sem ser a Ana.

Eu: Hoje há algo de especial? Pareces bem mais feliz que o ano passado -digo e dou-lhe um abraço, ela era parte da família e era como uma mãe para mim e eu gostava de a ver animada-

Ana: Talvez seja especial, para mim é mas para ti duvido que importe muito, o que interessa é que a noite seja boa e que gostes da comida -diz e eu olho para o que ela fazia, parecia trabalho demais para uma pessoa e definitivamente tinha mais coisas que o ano passado-

Eu: Eu gosto de todas as tuas comidas. Precisas de ajuda? -pergunto e vejo que ela olha nervosa para a janela, será que ela estava a esconder algo?-

Ana: Não, obrigada. O trabalho é meu não precisas de me ajudar querido, vai ter com os teus pais -diz e eu concordo e saio dali-

Quando chego à sala começo a mandar mensagens aos rapazes, bem isso até ouvir a tosse falsa do meu pai, pouso o telemóvel e olho para ele tentando perceber o que ele queria.

Pai: Por acaso não pensaste que nos esquecemos da universidade pois não? -pergunta e eu olho para todos os lados, não tinha vontade de lhe dizer as minhas notas "medíocres" que para mim eram bastantes boas até, ia ter de os ouvir a noite toda e o meu natal ia ser arruinado-

Eu: Acho que não, continuas a pagar portanto acho que ainda te lembras -digo tentando ver se desviava a conversa-

Pai: Como é que estão as notas? Subiste algo certo? -pergunta com esperanças-

Eu: Não, estão iguais ao ano passado, vocês vêem-me todos os dias, sabem que eu não estudo e ainda têm a esperança de que as minhas notas aumentaram? Gostava de ser otimista como vocês -digo e ambos suspiram, provavelmente esperavam por aquilo mas tinha a ilusão de que algo tivesse mudado mas se algo mudasse seria para pior-

Mãe: O que é que eu tenho de fazer para que te empenhes mais na universidade? Tenho de te cancelar os cartões? -pergunta e eu olho sério para ela-

Eu: Podemos não falar destas coisas no Natal? -pergunto e eles concordam-

Pai: Não penses que te safas, vamos falar disto noutra altura -diz e eu reviro os olhos, já me diziam isso desde o meu primeiro ano na universidade, estou no terceiro agora e nada aconteceu ainda-

A hora de jantar finalmente chegou, nessa altura foi quando vi alguém que não conhecia, era uma mulher, já a tinha visto em algum lado tenho quase a certeza mas não consegui ver muito bem a cara dela porque ela ajudava a Ana a pôr a comida e todas as coisas na mesa da sala de jantar.

Ana: Está na hora de comer -diz e já estava com a roupa vestida e não tinha o avental vestido, todos nos sentamos e vi que a mulher cumprimentou os meus pais e se sentou à beira da Ana-

Eu: Eu também sou uma pessoa mas acho que tenho de aceitar que não penses isso por não me conheceres -digo e nesse momento ela olha para mim, puta que pariu isto sim tinha-me surpreendido, era a nerd, como é que ela se chamava mesmo?-

Ana: Desculpa, esta é a MinHee a minha filha, nunca se conheceram mas acho que andam na mesma universidade, já se devem ter visto pelo menos -diz e eu concordo, então era MinHee que ela se chamava-

MinHee: Oi -diz permanecendo indiferente-

Eu: Prazer -digo dando um sorriso de lado e todos começamos a comer-

Enquanto comíamos não falamos muito mas depois a Ana e os meus pais começaram a falar de coisas variadas que eles gostavam, olho para a frente e vejo que ela parecia não falar muito ali, eu fazia o mesmo porque a conversa não interessava nenhum de nós. Até que a conversa começa a vir para o nosso lado e aí sim começamos quase todos a falar, acho que foi a terceira vez que a ouvi falar e a primeira vez em que ela disse uma frase completa.

Já a conversa não podia ser algo mais inapropriado do que falar da universidade, novamente, no Natal, isso já era obsessão e ela própria parecia não gostar do assunto e não admira, ela nem amigos tinha, quem gosta de um sítio em que não temos ninguém? Acho que a única pessoa que ela tem é a mãe, ao menos a Ana é boa pessoa e parece ser uma boa mãe.

Nerd Alert ᴥ Kim Jiwon / Bobby ᴥOnde histórias criam vida. Descubra agora