Quando os olhares se cruzam

Aquele momento que...

Quando os lábios de Inácio encostam aos meus, todo meu corpo corresponde àquele toque, sua língua pede passagem para adentrar em minha boca, tento relaxar meus lábios e me entrego de vez ao beijo retribuindo na mesma sintonia. Sua língua tem gosto de menta como nos sonhos, suas mãos fortes e suaves em meu rosto fazem meu corpo estremecer por completo. Nossas línguas entram em sintonia e um sorriso surge em nossos rostos entre o beijo, minhas mãos que até então estavam em seus ombros, sobem até seu rosto deslizando até a nuca enquanto uma das mãos de Inácio desce até minha cintura apertando de leve e a outra mão vai até meu rosto e dedilha com carinho. Aquilo é um sonho pra mim, meu primeiro beijo e com o homem que havia sonhado desde o primeiro dia que vi naquele aeroporto. O beijo é parado aos poucos finalizando com um selinho demorado e abrimos os olhos ao mesmo tempo e vejo aquele semblante relaxado, aqueles olhos azuis intensos, aquela boca perfeita, aquela barba perfeita. Mordo meu lábio inferior e abaixo a cabeça rapidamente e volto a olhar Inácio, meu corpo já não me obedece mais, ainda posso sentir o gosto de sua boca na minha e sorrio olhando seus lábios com um gosto de quero mais.

- U-uau! Iná... - Inácio leva o dedo indicador em minha boca e apenas sorri fechando e abrindo aqueles olhos azuis rapidamente.

- Não diga nada! Somente não diga! - Sua voz rouca e doce fala num sussurro enquanto seus olhos estão completamente fixados aos meus e ele me puxa pra um abraço carinhoso.

- Ok! Não está mais aqui quem falou, não... Não vou dizer nada. - Antes que pudesse terminar minha frase, já estou abraçada a ele e confesso que não quero sair de seu abraço. Minhas mãos entrelaçam em suas costas e meu rosto está encostado ao peito de Inácio me fazendo sorrir por ouvir as batidas do seu coração.

- Bom! Vou te levar pra sua casa, precisa dormir e descansar. Está bem? - Inácio acaricia minhas costas e beija minha cabeça enquanto fala docemente comigo.

Saio do seu abraço com carinho e olho pra ele e sorrio em afirmação. - Sim, realmente preciso descansar, hoje foi uma noite e tanto! - Dou uma leve risada ao falar isso pra ele. Tenho certeza que não vou conseguir dormir sem me lembrar do beijo. Levanto e procuro minha bolsa enquanto Inácio pega a chave do carro e a carteira dele.

- Pronta? - Ele me pergunta e faço sim com a cabeça colando a bolsa em corpo e seguimos até a porta onde espero ele abrir.

Ao entrarmos no carro, dou o endereço de minha quitinete a Inácio, fica um pouco distante da casa dele. Ele liga uma música baixa e conversamos até chegarmos ao meu destino.

- É isso então. Obrigada Inácio por esta noite, você foi um grande cavalheiro sem armadura. - Coro um pouco por ter brincado na hora errada, mas, é inevitável, quando estou nervosa, falo asneiras.

Ouço a risada discreta dele e rio em sintonia, ele leva a mão até meu rosto e beija minha testa.

- Boa noite senhorita Spencer, eu quem agradeço por ter me ouvido, precisava disso e por aquele beijo magnífico, este momento em especial será inesquecível pra mim.

Fecho meus olhos sentindo seus lábios tocar minha testa e isso me tira um sorriso sincero e levo minhas mãos em seus braços acariciando-os.

- Não, por favor! Não agradeça, foi um prazer ouvir e... Quero que saiba que foi uma honra você ter sido o homem que deu o meu primeiro o beijo.

Nossos olhares a todo instante se encontram fixos ao outro, pra ajudar, a rádio toca When You Say Nothing At All de Ronan Keating, que dizia uma parte que descreve este nosso momento que é: "O sorriso em seu rosto permite-me saber que você precisa de mim, tem uma verdade em seus olhos dizendo que nunca me deixará, o toque de sua mão diz que você vai me pegar sempre que eu cair."