CAPÍTULO 05

7.8K 652 47
                                    

VN

Olho a Manu entrar na sala de aula e quase morro de amor. Não sei por que amo tanto essa garota, mas enfim.
Desde que ela veio morra aqui na favela nunca mais fiquei com ninguém, não tenho interesse em outras meninas eu só penso nela, só quero ela. Eu até entendo quando ela diz que não manda no coração, que não pode simplesmente me amar do nada, já passei por isso, a mina me amava mas eu só tinha ela como amiga, é foda eu sei mas não posso evitar o ciúme e a raiva que sinto.
Mas assim como um tempo atrás eu não podia mandar no coração sei que a Manu também não pode e tambem sei que sim, ela gosta de mim, muito é notório.

É por isso que sei que algum dia esse amor de amigo vai se tornar  amor de homem e mulher. Eu faço qualquer coisa pra ter ela comigo, qualquer coisa mesmo. Até sumir com o Matheus, ele que não atrapalhe meu caminho por que se não eu mato ele.
Esses pensamentos que tenho ultimamente me assustam, nunca me imaginei matando alguém, ou com um ciúme assim, possessivo.
Sempre fui de boa, e agora tudo isso, por isso que as vezes prefiro ficar longe da Manu pra não machucar ela.

*****: Pra sala de aula Vinícius!

A direta da escola passa por mim me tirando do meu transe, só aí eu percebo que estou parado no pátio da escola com as mãos no bolso da bermuda e sonhando com uma amor que não é correspondido.

Saimom: Sonhando alto cupinxa? - faço toque com ele e sorrio sem graça

VN: Imaginando o futuro

Parto pra sala de aula que lógico sou xingado pelo atraso.
A aula passou bem rápido, foram poucas horas por causa da tentativa de pacificação. Mas tio Luís ganhou mais uma, e vai ganhar sempre caralho. Esperei a Manuela sair da sala e já fui logo abraçando ela, que abraçou pela cintura. Fomos indo pra casa, rindo e conversando até que ela avistou o desgraçado do Matheus, e tirou o braço dela de mim e se afastou.

Manu: Eu vou passar na Gi

Eu sabia que era mentira, que ela queria disfarçar por causa do viado lá, ele me olhou com a cara fechada, aquele maldita cara de bunda dele.

Negão: Dae cuzão, bora ir lá no galpão? Chego armamento, bamo ajudar o pai e os cara

Toda vez que chegava armamento eu, Negão e o Jonas ia pro galpão ajudar a conferir e guardar as armas e munições. Aquilo me distraía, me ajudava a relaxar, tá no sangue sabe? Meu pai era vapor devo ter puxado isso dele, pena que ele não tá aqui, ele foi embora, simplesmente abandonou eu e minha mãe. Aquele desgraçado! Era pequeno mas lembro dele e da saudade que sentia cada dia que passava e ele simplesmente não voltava pra casa.

Negão: Bora mano, se não minha mãe manda eu ir pa goma bater um rango!

VN: Vamo então

Jonas: Eu vou também, nem sei onde mas vou! - ele aparece rindo

Negão: E no galpão caralho

Jonas: Porra! Tem armamento então, será que teu pai vai me dá o fuzil hoje? - diz enquanto tira o boné da minha cabeça.

VN: Sai pau no cu! - dou um soco nas costas dele

Jonas: Sai caralho! Machuco viado

Partimos nós três pro galpão, e só assim eu me distrai e consegui esquecer um pouco a Manu. Talvez eu não devesse ser tão possessivo, preciso me controlar

**********************************
( Três meses depois )

Matheus

Eu amo essa ruivinha, passo a mão  nas costas dala enquanto ela beija minha bochecha. Já tem três meses que estamos ficando, e tô cada vez mais feliz. Ela me faz um bem tão grande, papo reto memo, me dá ânimo. Mas é óbvio que ninguém sabe, nem os pais dela e  muito menos o Vinícius, eu não sei por que aquele cara não desiste meu. Por mim já tinha esfregado na cara de geral que estamos juntos mas Manuela prefere assim.

Matheus: Que horas teus pais vem?

Manu: Só as 19:00 minha mãe chega

Que bom assim relaxo mais um pouco, Manu e eu ainda não transamos, ela quer o momento certo pra perder a virgindade e eu respeito ela. Mas confesso que é extremamente difícil, por que apesar da idade ela tem um corpo lindo de mulher formada já. Mas mesmo assim me controlo pra ir no tempo dela, e não traiu ela com ninguém.
Na verdade depois que conheci a Manu naquele primeiro dia de aula, nem uma outra menina é bonita pra mim, elas são tudo umas barangas, mulher mesmo é essa ruivinha que eu amo. Eu amo perdidamente.

Nós estávamos deitados no sofa assistindo filme, quando simplesmente a porta é aberta e por ela passa o pai da Manu. Que ao ver nos dois ali deitados e abraçados começou a gritar na hora, ele veio até o sofa e puxou ela pelos cabelos.
Eu me levantei é claro e fui até ele defender ela, eu disse pra ele que não fizemos nada demais já que ele tava segurando ela firme pelos cabelos enquanto gritava que ela era uma vagabunda. Ele parou de xingar ela e se virou pra mim, me olhou com muita raiva e soltou ela, eu já esperava que ele viesse pra cima só não esperava que o soco seria tão forte. Ele acertou  o meu nariz em cheio, na hora tive certeza que quebrou.

Ele mandou eu ir embora e a Manu disse que era pra mim ir, ela me pediu isso chorando e aquela cena dela com o rosto vermelho e lágrimas escorrendo jamais vai sair da minha memória. Aquilo vai me pertubar pro resto da vida, e eu não pude fazer nada, eu simplesmente tive embora.

Muitas pessoas me olhavam, e olhavam pra casa da Manu de onde vinham berros do pai dela, olhei pra frente e vi o Luís chefe da CDD.
Caminhei a passos largos até ele, eu não podia fazer nada mas ele podia.
E ele fez, falei que ele tava batendo nela e implorei pro Luis ir até lá, e ele foi. Foi, e salvou minha ruivinha.

AMOR DE UM TRAFICANTEOnde histórias criam vida. Descubra agora