Cozinhas de Castelos

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  Acordei um tonta. Minha visão estava turva e meus olhos quase se fechando lentamente. Piscar era um movimento complicado, pois eu sentia minhas pálpebras pesarem toneladas.
  Tentava olhar em volta para me manter acordada, mas não ajudava muito. O lugar em que eu estava era escuro e frio. Porque diabos tudo tem que ser tão frio? Eu realmente não entendia o que tinham contra um calor, ou até mesmo uma brisa fresca algumas vezes.
  Tento me mexer, mas vejo que estou amarrada. Amarrada em uma cadeira grande, como um trono. Em meio a escuridão, vejo olhos amarelos me fitando.
  Lobos.
  - Calma lobinho? - Tento acalmar o animal que me olhava com tanto ódio. Um feixe de luz acerta-me no rosto e em minha frente, havia um espelho. Eu estava horrível. Meu cabelo estava bagunçado e oleoso. Eu não passo mais de dois dias sem lavar o cabelo. Estou aqui a mais de dois dias. Meu nariz sangrava e eu estava com olheiras profundas. - Lobinho bonitinho? - Ele rosnava mais alto e ainda mais irritado do que já estava.

  Decido ficar quieta. O lobo continuava me olhando fixamente e rosnando. Mais dois pares de olhos se abriram à direita e a esquerda do primeiro lobo. Fiquei mais alerta, mas não me pronunciei mais.
  Mais e mais olhos se abriram, revelando-se dezenas de lobos rosnando ao mesmo tempo.
  Eles começaram a se aproximar, me cercando calmamente. Tento me soltar, mas quanto mais puxava meu pulso, mais sentia que as algemas me apertavam e me queimavam.
  Poderia jurar por Deus que vi o primeiro lobo sorrir. Ou, o mais próximo que um lobo chega de sorrir. Eles vão se aproximando mais, cada vez mais perto. Ouço um deles se aproximar, mas meu foco é com o da minha frente.
  Rosnando, ele avança sobre mim com um olhar demoníaco.

  Me levantei assustada

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  Me levantei assustada. Meu coração estava acelerado e eu estava suando, apesar do frio bater fortemente na janela. Era só um sonho. Foi apenas um sonho.
  Me levanto da cama e corro até o banheiro, indo até a pia e jogando água no rosto. Minhas mãos estavam trêmulas e minha respiração ofegante. Nunca tive tanto medo de um sonho.

  - Sarah? Já acordou? - Sra. Eleonora diz atrás da porta - O café está servido.
  - Já estou indo, Sra. Eleonora! - Grito em resposta quando ouço a porta se abrir. - Eu só estou terminando meu banho! - Vou até o box e ligo o chuveiro. A mulher acreditou e ouço a porta se fechar novamente. Fecho o chuveiro. Suspiro e vejo que realmente preciso de um banho. Minhas mãos ainda tremiam um pouco e minha respiração mais acelerada do que o normal. Meu coração estava a mil e minha cabeça explodia.

  Tirei minha camiseta e a observo com cuidado. Havia uma pequena mancha de terra escura perto do ombro e realmente não sabia como não havia percebido antes. Deixo para lá, isso devia estar ai a muito tempo. Lembro-me que a velha senhora havia me dito de a filha caçula vivia pela floresta.

  Helena

  Ainda recusava-me a acreditar no que havia lido noite passada. Não posso ficar remoendo isso para toda a vida. Precisava esquecer, e precisava ser agora.
  Entro no box e ligo o chuveiro novamente, mas desta vez entrando lá. Termino e saio de lá enrolada na mesma toalha que havia usado noite passada.

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