Capítulo dois

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Maya

Uma claridade invade os meus olhos e eu os abro. Percebo que não estou em meu quarto e sim no hospital. Tento me levantar e sinto dor nas costas.

__ Maya? – Robert aparece na minha frente – Como está? Está sentindo alguma dor? Quer que eu chame o médico ou... – coloco minha mão em sua boca o impedindo de falar.

__ Eu estou bem! – murmuro e ele assente. A porta se abre revelando um homem ainda jovem vestindo um jaleco, o médico.

__ Vejo que já acordou! Como está a minha paciente?

__ Ela não é sua! – Robert o responde e eu arregalo os olhos.

__ Robert! – murmuro.

__ Ela é a minha paciente, senhor Miller – o médico diz sorrindo enquanto Robert se mantém sério – A propósito me chamo Marcos – ele estende a mão e eu a aperto. Robert puxa a minha mão segurando-a fortemente e fica do meu lado – Fizemos alguns exames e você pode receber alta, o seu desmaio foi devido ao grande susto. Nada com o que deva se preocupar – eu assinto e olho para o Robert.

__ O que aconteceu com o homem? – pergunto receosa.

__ Não se preocupe. Ele nunca mais irá perturbar você e nem ninguém! – responde e dá um casto beijo em minha mão.

__ Precisará de ajuda para se trocar, Maya? – o médico pergunta e Robert o empurra.

__ Você está louco? – esbraveja.

__ Pare! – digo assustada.

__ Eu ia pedir á uma enfermeira, senhor Miller – ele dá um sorriso estranho para Robert.

__ Eu estou bem! – digo e me levanto devagar por causa das costas. Vejo minha bolsa em cima do sofá e não faço ideia de como ela foi parar ali. Eu a pego e vou ao banheiro me arrumar. Depois de uns minutos eu saio e vejo Robert no telefone. Me sento na cama e o espero terminar a ligação.

__ Depois você me liga! – ele desliga e se senta ao meu lado – Está realmente bem? – acaricia meu rosto e eu assinto.

__ Obrigada! Se não fosse você... – engulo o choro.

__ Shh, eu nunca vou deixar ninguém te machucar entendeu? Nunca! – ele me olha e eu me encanto ainda mais com aquela imensidão azul dos seus olhos. Saio dos meus pensamentos e me lembro da cafeteria.

__ Eu preciso trabalhar, nem avisei a Dona Rose! – faço uma careta de dor ao me levantar rapidamente.

__ Eu já mandei avisá-la e pedi para te deixar ficar sem trabalhar essa semana.

__ Você não pode fazer isso!

__ Posso como fiz! – ele pega a minha bolsa e se levanta – Já está pronta? Vou te levar para tomar café.

__ Olha, eu agradeço por tudo, mas eu vou para a minha casa – tento pegar minha bolsa, mas ele nega.

__ Não foi uma pergunta! – segura a minha mão e me conduz até a saída do hospital.

__ Eu nem te conheço. As coisas estão muito confusas para mim – digo assim que entro no seu carro.

__ Eu estou disposto a ter algo com você.

__ Robert... – ele me interrompe.

__ Eu estou disposto a tudo. Se você quer ir com calma tudo bem, mas eu não irei me afastar! – fico quieta e ele também. Depois de uns minutos paramos no Augustine. Eu sempre passava em frente, mas nunca entrei, Bea me diz que é muito bom – Vamos? – Robert abre a porta pra mim e eu desço.

__ Obrigada! – seus braços passam pela minha cintura e eu estremeço.

__ Você não sabe o quanto estou me segurando – deposita um beijo demorado na minha testa – Vem! – segura minha mão e entramos no restaurante. Após terminarmos a nossa refeição, voltamos ao carro e Robert me puxa para o seu colo.

__ Robert! – digo envergonhada e saio do seu colo, mas ele me puxa de volta.

__ Pare de fugir de mim! – ele diz no meu ouvido me apertando contra si. Sinto o seu enorme corpo em contato com o meu e meus batimentos aceleram – Desde a primeira vez que te vi você não sai da minha mente – ele diz tirando o meu cabelo do rosto – O seu cheiro, – ele cheira o meu pescoço e eu tremo – Seu rosto de boneca, – acaricia minha bochecha – Seu cabelo com cheiro de morango, esse corpo que me tira o sono... – suas mãos passeiam da minha cintura até a coxa e meu corpo esquenta. Ele puxa o meu rosto me fazendo encará-lo – Você é feiticeira? – olho-o espantada –Você me enfeitiçou! – sussurra perto da minha boca e eu ofego. Eu riria se fosse em um outro momento.

__ Robert? – tento afastá-lo, mas ele segura firme em minha coxa me pegando de surpresa.

__ Já disse para não fugir de mim! – ele diz e me aperta com os seus fortes braços – Eu quero você – abro os olhos e encaro a imensidão azul – Eu nunca quis tanto algo! Te quero pra mim, toda pra mim e só pra mim! – ele beija o canto da minha boca e eu fico imóvel – Preciso te beijar – passa os dedos em meus lábios e eu automaticamente fecho os olhos – Posso? – abro os olhos e o encaro. Nervosismo invade o meu corpo, pois só beijei uma vez. Na verdade fui beijada. Na quarta série empurrei um menino que me beijou de surpresa. Era o menino que minha amiguinha gostava. Sou tão inexperiente e é óbvio que Robert sabe muito dessas coisas – Eu vou te beijar! – Seu rosto se aproxima do meu e quando nossos narizes se encostam ele fecha os olhos e eu faço o mesmo. Ele me dá um simples selinho, mas é o bastante para me causar arrepio. Me afasto lentamente, me sentindo totalmente tímida e envergonhada – Não! – ele reclama e segura minha nuca encostando nossos lábios e me dá três selinhos. Abaixo minha cabeça e tento esconder o meu rosto corado – Você fica linda com vergonha – beija minha bochecha – Maya? – o olho sem graça – Me dá uma chance? – essa pergunta me pega de surpresa. Saio do seu colo e volto ao meu assento no carro.

__ Preciso ir embora – é tudo o que digo. Robert me olha de uma maneira que não sei decifrar. Ele passa a mão no cabelo suspirando.

__ Tudo bem! – ele liga o caro e vamos o caminho inteiro em silêncio, exceto quando digo o meu endereço. Assim que chegamos á frente do meu prédio, eu o olho e o vejo com o maxilar travado. Ele sai do carro e dá a volta abrindo a porta pra mim. – A chave! – ele pede e eu entrego. Vamos de elevador e eu aperto o numero do meu andar – Você vai ficar bem? – assinto. Ele se vira para ir embora e eu o chamo.

__ Obrigada! – ele não me responde e eu o chamo novamente antes dele alcançar o elevador – Você está bravo comigo? – soo receosa. Ele me olha por alguns segundos até responder.

__ Boa noite, Maya! – entra no elevador e eu o espero.

Suspiro quando ele sai e entro em casa. Estou muito confusa, preciso entender o que estou sentindo o mais rápido possível, senão vou enlouquecer!

Love me again (COMPLETO NA AMAZON) EBOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora