Limitless

Capítulo 21

05/07/2021 - 8:00am

"...não confia tanto no Jonas. Às vezes, ele quer pagar de esperto''. Essa mensagem ficou martelando na minha cabeça o fim de semana inteiro. Quando li a primeira vez, meu instinto era voltar correndo pro quarto do Johnny de novo e perguntar que porra tava acontecendo, mas eu tentei me controlar e me conformar que era uma brincadeirinha sem graça de um hater, assim como o menino tinha me dito.

Eu até me controlei, mas o processo de me conformar durou no máximo uns 5 minutos. ''A gente realmente tem um amigo em comum que fala português?'', Johnny me perguntou quando eu tava no quarto dele. E essa também foi a primeira mensagem do número desconhecido. Eu não tô loca. Só tinha eu e ele no quarto. Eu sabia que ele tava me trolando esse tempo todo.

Cheguei na sala de dança, Patrisca e Grelha estavam deitadas no chão fazendo um quiz atualizado de ''Descubra quem é sua alma gêmea no Performance Team do Seventeen'' no celular.

- O JUN? Que lixo, mano. Tá errado isso aí, Patrisca. A minha alma gêmea do Performance é claramente o gostoso do Hoshi. Ninguém merece ter o Jun Ruim de alma gêmea,não. Desejo isso nem pro meu pior inimigo.

- AI GRILL,NÃO FALA ASSIM. O Jun é muito minha alma gêmea,meu.

- Fala mais alto, Patrisca. Sehuna vai adorar ouvir a sua declaração de amor ao melhor ator chinês de todos os tempos - me manifestei, já que as duas ainda não tinham notado a minha presença.

- Oi, miga. Onde você foi? A gente acordou e não te viu no quarto. Eu tava preocupada.

- Tô vendo você bem preocupada fazendo quiz de almas gêmeas. Preocupada sou eu que vai no Starbucks comprar alimento pra vocês - soei como uma mãe. Eu tô ficando velha. Eu tô ficando loca. Entreguei o frappuccino de baunilha pra Patrisca e o Americano pra Grelha. Joguei um sacola pra elas - Tem uns cookies e umas barrinhas aí.

- Achei que você tava pistola comigo - Grelha perguntou cautelosa.

- Eu tô pistola. Mas eu não quero que você passe mal de fome sob minha responsabilidade. Não quero levar esporrão do velho de novo - ela abaixou a cabeça e um silêncio se instalou no ambiente. Como eu já tinha tomado meu café, resolvi começar a me alongar.

- Lisandra, a gente precisa conversar sobre o que aconteceu. Na verdade, sobre o que não aconteceu. O beij...

- Bruna, a gente não precisa conversar sobre nada. O que não aconteceu eu não ligo. O que importa é o que realmente aconteceu e, francamente, eu não quero conversar sobre algo que eu já sei - ela congelou desde o ''Bruna''. Eu não chamo ela assim há, pelo menos, 5 anos.

- Ai, meu. A Parçana tá chamando no Facetime - Patrisca falou meio perdida.

- Atende logo, Patrisca - falei impaciente, indo sentar ao lado dela tentando imaginar o motivo da chamada de vídeo repentina.

- EAE SEUS PAU NO CU DO CARALHO - Julie apareceu gritando.

- JULIE??? - gritamos em uníssono. Ela e Parçana riam do outro lado da tela - Julieeeeee, o que você tá fazendo aí? - Patrisca perguntou.

- Ué Patrícia, eu moro aqui, loca - Patrisca olhou confusa por 3 segundos e se lembrou.

- Aaaaah, a Parçana tá no Brasil, né? Eu tinha esquecido disso por um momento. Perdão, Julie.

- Tá bom, Patrícia. EAE GALERA, COMO VAI A VIDA DO OUTRO LADO DO MUNDO? GRILL, TÁ FAZENDO MUITA MERDA?

- Opa, é o que ela mais faz, rsrs - acusei.

- OLOCO. Continua reclamando pra caralho?

- RECLAMO MESMO. Inclusive, Julie, preciso reclamar pra você sobre pessoas que não me escutam.