1. O RECOMEÇO

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Durante meus cinco anos na faculdade, continuei trabalhando para juntar dinheiro e poder ter minhas próprias coisas

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Durante meus cinco anos na faculdade, continuei trabalhando para juntar dinheiro e poder ter minhas próprias coisas.

Ao decorrer dos anos, minha mãe fez tratamento para a depressão, ela está muito melhor, porém as vezes ainda ouço-a chorando quando se tranca no quarto.

Me formei faz cinco meses, ainda estava a procura de emprego na minha área, infelizmente não havia encontrado nada.

Uma manhã recebi um e-mail de uma empresa muito importante que fica em New York, o conteúdo me deixou surpresa e feliz, estavam me oferecendo um emprego bom com um ótimo salário. Aparentemente, a empresa tinha uma ligação com algumas universidades pelo país e disponibilizavam vagas para jovens recém-formados que fossem bem indicados. Além disso, talvez por uma coincidência quem sabe, eu havia enviado meu currículo para agências de emprego e pelo conteúdo do e-mail, a empresa parecia ter acesso ao meu, ou seja, tinham contato com uma das agências.

 Minha mãe, assim como eu ficou muito feliz, ela disse que eu deveria seguir minha vida e ser alguém de quem ela se orgulhasse ainda mais e que papai e Zach ficariam muito felizes por mim.

Respondi o e-mail aceitando a proposta e duas semanas depois eu me mudava para New York seguindo as instruções da documentação que recebi.

Comecei a arrumar minhas malas logo depois que aceitei o cargo, minha mãe me ajudou muito, nós arrumamos minhas documentações da viagem e todas as burocracias ao decorrer do prazo que haviam me dado para me apresentar na empresa.

Chegou o dia da minha mudança, minhas malas foram para meu novo endereço no dia anterior, combinei com o porteiro do prédio em que fica meu apartamento que ele receberia minhas coisas e as deixariam no meu apartamento. Me despedi de minha mãe no aeroporto, nós duas choramos, pois sabíamos que sentiríamos a falta uma da outra.

– Mãe, eu te amo... – Falei com lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto eu a abraçava.

– Também te amo querida. Trilhe seu caminho nessa nova fase da sua vida. – Disse com um sorriso no rosto e chorando tanto quanto eu. – Não se esqueça de me ligar e me manter informada – Riu e secou minhas lágrimas com os polegares.

– Está bem, mas também me conte tudo... – Sorri segurando suas mãos.

– Tá, mas agora vá, se não você irá perder o seu horário. – Passou as mãos em meus cabelos.

– Adeus mãe... – Lhe dei um último abraço e um beijo no rosto, me virei e caminhei em direção ao balcão de check-in, olhei minha mãe que já estava distante e acenei.

Após fazer o check-in, vou para a sala de embarque para esperar meu voo, faltava ainda 1h. Fiquei mexendo em meu celular enquanto esperava, xeretando as redes sociais e tirei algumas fotos para marcar o momento. O tempo passou mais rápido que eu esperava e logo foi avisado que poderia embarcar.

Ao embarcar no avião, mostrei o documento com a numeração da minha poltrona para a aeromoça, ela me indicou a direção e eu fui até lá. Coloquei minha pequena mala no compartimento que fica acima das poltronas e me sentei, peguei minha almofada de pescoço e encostei-me em meu assento, abri meu livro na página em que eu havia parado e continuei a ler.

Eu havia começado a ler esse livro no dia anterior ao e-mail de proposta, mas com tantas coisas para resolver, eu não tive tempo de terminá-lo. Estou gostando muito do livro, é um ótimo romance, estou lendo "Me Before You" (Como eu era antes de você). Como todo livro que leio, me envolvo muito com o enredo da história, na maioria das vezes eu me emociono fortemente, minha mãe diz que sou uma "manteiga derretida" por eu ser sensível a filmes, séries e livros.

Paro um pouco minha leitura quando o piloto se pronuncia:

"Senhoras e senhores, bem vindos ao voo número 1378, partindo do Aeroporto Metropolitano de Detroit Wayne County com destino ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy. Nosso tempo de voo é de aproximadamente 1:50 min. Gostaríamos de relembrar algumas regras..."

Ouço o piloto dizendo as regras do voo, mas estou tão distraída olhando pela janela que nem dou atenção, apenas fico observando a asa do avião e as luzes do aeroporto. Até que ouço a última frase do piloto, saindo do transe.

"Durante a decolagem seus assentos deverão estar na posição vertical, com as mesas fechadas e travadas. Apertem os cintos, iremos decolar dentro de alguns instantes."

Sigo a instrução do piloto, me sento de forma mais segura e aperto meu cinto. Ouço uma voz diferente, agora quem fala é a aeromoça:

"Durante a decolagem reduziremos as luzes da cabine. Obrigada por terem escolhido a DELTA AIRLINESS, e tenham todos uma ótima viagem."

Percebo a cabine escurecendo e logo o avião correndo na pista para a decolagem, olho pela janela enquanto levantamos voo, tenho uma vista maravilhosa da cidade. Já é noite e consigo ver a cidade iluminada, não imaginava que era tão bonita vista por cima. Quando já estamos estáveis no ar, as luzes voltam a clarear a cabine. Respiro fundo e continuo lendo.

Ao meu lado está um homem, ele aparenta ter em torno de 50 anos por conta dos cabelos grisalhos e a barba também com tons de cinza e preto. Ele parece estar sonolento, pois a cada instante encosta-se em seu assento, fecha os olhos e os abre novamente como se estivesse assustado. Preocupo-me com o estado do homem, então toco-o com minha mão e sinto sua pele fria, puxo minha mão rapidamente e recebo em troca um olhar espantado e uma respiração ofegante.

– O senhor está bem? –Perguntei arqueando uma sobrancelha, pois estranhava o comportamento do homem.

– Não muito senhorita, acontece que eu tenho medo de avião, então tomei um calmante para descansar e agora tenho a necessidade de dormir, porém tenho medo do avião cair e eu morrer dormindo, sem ver nada. –Fala respirando pesadamente de uma forma descompassada.

– Se acalme, vou tentar te ajudar... – Falei calmamente, tentando transmitir minha calma para o homem.

Eu não sabia como faria aquilo, eu apenas iria tentar, até que me surgiu uma ideia.

– Tenho uma ideia, por que o senhor não me conta um pouco sobre você e sua vida? Quem sabe se ao distrair-se, o senhor não melhora? – Falo com um sorriso doce no rosto. – Mas é claro que só se o senhor se sentir confortável para isso, não quero me intrometer na sua privacidade.

– Não, sem problemas, na verdade seria ótimo poder ter uma conversa com alguém. – Fala com um sorriso no rosto, demonstrando um semblante mais tranquilo.

Fecho meu livro e viro um pouco meu corpo para poder olhar o homem que estava ao meu lado já virado em minha direção.

– Então... Eu sou Miller, Jullie Miller. – Estendo minha mão. – E o senhor?

­ – Joseph Wilson... – Aperta minha mão.

Joseph me conta um pouco sobre sua vida, ele é um homem muito sozinho, não tem família. Já se divorciou duas vezes e ele me confessou que foi culpa dele, pois ele não dava muito atenção para sua vida pessoal, se preocupava apenas com sua carreira, afinal era um médico veterinário de renome. Mamãe já havia comentado sobre ele, disse que era uma de suas inspirações e que gostava muito de seus livros. Passamos praticamente a viagem toda falando sobre ele, ele não parava sequer de falar quando comemos o lanche que a aeromoça serviu aos passageiros.

"Senhoras e senhores, estamos a menos de 5 minutos de chegarmos ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy, peço-lhes que ajustem seus cintos para o pouso.."

Paramos de falar para ouvir o recado do piloto, quando ele termina me sinto triste e ao mesmo tempo feliz. Triste porque teria que me despedir de um novo amigo e feliz porque faltavam apenas alguns instantes para eu começar uma nova jornada.

Meu Sedutor CEO (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora