25. Efêmero

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Oi amores! Desculpem pela demora, atrasei uma semana. O motivo: Internet tava um lixo.

Essa foi a primeira vez que chorei ao escrever um capítulo. Entrar na intimidade da família Miller me fez sentir a perda da Mary e da Jullie. Sendo sincera, esperava que fosse um pouco emocionante, mas não podia imaginar que ia exigir uma carga emocional tão forte.  Não só isso, mas as consequências para a vida da Ju, a dor, o trauma e medo de abandono, mexeu demais comigo e confesso que nem eu esperava explorar isso. Pela primeira vez, não foi como se eu estivesse criando algo, mas sentindo que a personagem estava querendo me contar a história dela.

Trarei outras memórias como essa entre a Jullie e o pai ao longo do livro, espero que tenham gostado e me contem aqui como foi a leitura para vocês, se também se emocionaram!

Capítulo para: SandraVirginiaQueiro e ConceicaoFuertes !! Obrigada pelo carinho e apoio! ❤️

BOA LEITURA!
Para melhor experiência, ouça a música 👆🏼👆🏼

-----------Capítulo 25------------

Você me ensinou a coragem das estrelas antes de partir
Como a luz continua eternamente, mesmo após a morte

Eu daria qualquer coisa para ouvir
Você dizer mais uma vez
Que o universo foi feito
Só para ser visto pelos meus olhos

Saturn | Sleeping At Least

Jullie

O sol estava se despedindo aos poucos e abrindo caminho para o crepúsculo. Alguns feixes de luz ainda alcançavam a grama por entre a copa da árvore e manchavam o verde de amarelo. O balanço sustentado por um largo galho oscilava embalado pelo vento ameno que tornava a temperatura do início do verão ainda mais agradável.

O banco de madeira, com almofadas de variadas cores, posicionado de costas para a varanda da porta dos fundos proporcionava uma visão completa do jardim. O canteiro bem cuidado com hortênsias variando em tonalidades de azul e lilás; a cerca branca que dividia o quintal dos vizinhos de todos os lados; o canto esquerdo, oposto a frondosa árvore, já foi cenário de noites de acampamento em família. 

Em noites de sorte, deitávamos sobre mantas e conseguíamos ver algumas estrelas apesar das luzes da cidade. Meu pai fingia saber muito sobre astrologia quando na verdade mal conhecia o nome de duas constelações, enquanto nós fingíamos que acreditávamos.

Desde que eles se foram, havia dias que eu só queria dormir eternamente na esperança de que a dor fosse embora, em outros, queria acordar e descobrir que foi apenas um pesadelo.

O tempo foi passando, a dor lancinante em meu coração foi apaziguando. Tudo o que restou foram memórias de alento e a saudade crescente.

A morte é definitiva e eterna. A vida é passageira, uma centelha efêmera de luz em um universo infinito. Algumas lembranças são tão eternas quanto à morte para aqueles que ficam e podem ser toda a luz que se precisa para não se render a escuridão.

Essa foi a luz que me sustentou quando eu precisei colocar a minha dor de lado e me tornar a responsável pelo que tinha restado da minha família, quando me tornei parte da renda e o abraço reconfortante. Mesmo quando não tinha ninguém para me abraçar, garanti que a minha mãe não sofresse dessa mesma falta.

Percebi que nunca dei o devido valor a um simples abraço. Em casa era comum abraçar, então o costume tornou a ação algo quase trivial. A perda dessa trivialidade quase me afundou.

Meu Sedutor CEO (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora