Durante

9 1 0
                                    

And I never saw you coming

And I'll never be the same

Taylor Swift – State of Grace

Seis meses depois

Depois de ter decidido ignorar a questão da idade e forcar no que estávamos sentindo um pelo outro, eu e Patrick continuamos nos vendo com frequência, ainda mais porque eu resolvi dar a ele um emprego na confeitaria, para unir o útil, já que ele precisava de um emprego, ao agradável, assim poderíamos nos ver e dar umas escapadinhas sempre. Até então temos nos comportado de uma forma que ninguém ainda havia descoberto, ou se tiverem, não comentaram nada. Nenhum dos outros três funcionários falou nada a respeito, não que eu tivesse ouvido. Patrick atendia os clientes junto com a Hanna, enquanto Grant ficava no caixa e Lily me ajudava na cozinha. Tudo estava indo muito bem, no quesito "empreendimento", não que o lucro fosse algo absurdamente enorme, mas, pelo menos, eu não estava tendo prejuízos e estava conseguindo me manter.

 — Ste. – meu irmão chamou minha atenção, ele estava sentado numa mesa na parte interna do Red Velvet, tomando um café e olhando o jornal. – Posso falar com você por um minuto?

 — Claro, estou contando. – brinquei, olhando para o relógio. Ele rolou os olhos, balançando a cabeça.

 — É um assunto meio chato, mas a Mel insistiu muito para que eu falasse com você. – franzi a testa, achando aquilo estranho. – É que ela cismou que você deve estar se sentindo sozinha aqui, em casa todas as noites e tal. Então seria bom que você tivesse companhia para sair. – ele coçou a cabeça, ainda sem jeito.

 — O que ela quer fazer, sair pra jantar? Podemos ir hoje e... – falei, mas ele me cortou.

 — Não é sair assim, é tipo um encontro. – ele disse de uma vez, fazendo com que eu arregalasse os olhos. – Sim, eu sei que é bem inconveniente, mas eu tenho enrolado demais para falar com você sobre isso, então resolvi abrir o jogo de uma vez, antes que a Mel brigue comigo de novo. Enfim, tem esse cara do meu trabalho, o Ed, que ela jura que é perfeito para você. Ele tem trinta e três, eu acho, mora lá perto de casa e ficou louco quando mostramos sua foto.

 — Colin! – falei alto demais, chamando a atenção das pessoas ao redor. – Por que diabos você mostrou minha foto pra ele? – continuei, mais baixo.

 — Não fui eu, foi a Mel, reclama com ela, eu só estou servindo de mensageiro, contra a gosto, por sinal.

 — Pode deixar, eu vou me acertar com ela. – comentei, apoiando a cabeça em uma das mãos.

 — Então é o seguinte: ele vem te buscar mais tarde, por volta das nove.

 — Como é? – indaguei, elevando demais o tom de voz novamente. – Que história é essa?

 — A Mel fez uma reserva para vocês no restaurante mais chique lá do centro, tudo isso para você não recusar.

 — Você sabe que eu posso recusar de qualquer jeito, não sabe? Com reserva e tudo mais. – falei, vendo-o afirmar com a cabeça.

 — Mas ela fez com a melhor das intenções, será que você não pode ir nesse jantar só pra ela não ficar desapontada? Assim, caso você não se interesse, você só pode dispensar o Ed de uma vez. – respirei fundo, tentando decidir entre os muitos palavrões que surgiam na minha cabeça no momento e formulando a melhor desculpa que conseguia. – Eu juro que se você for hoje, eu não deixo mais ela fazer nada disso, por favor. – ele continuou, me fazendo rolar os olhos. Talvez fosse melhor encarar um jantar para evitar mais alguns.

Grown WomanWhere stories live. Discover now